Setor de construção no Brasil está longe de atingir maturidade em BIM

Segundo pesquisa, apenas 2,51% das organizações consultadas se consideram no nível de integração total de maturidade

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6:38 pm - 26 de setembro de 2022
Imagem: Shutterstock

Pesquisa conduzida pela Grant Thornton e pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) concluiu que apenas 2,51% das organizações do setor de construção atingem o mais avançado nível de maturidade no processo de integração total do BIM (Building Information Modeling), o que incluiu a sua aplicação e o gerenciamento de informações relacionadas ao ciclo de vida do ativo.

A maioria das empresas (59,42%) ainda se encontra nos níveis 0 e 1, nos quais a informação é produzida basicamente com desenhos CAD 2D e 3D e os arquivos de projetos são compartilhados digitalmente, no entanto, não há um modelo unificado para o gerenciamento de informações. No nível 2, que significa utilizar e compartilhar modelos BIM de maneira unificada por meio de um ambiente integrado, com informações 4D e 5D disponíveis, encontram-se 21,55% das empresas. A pesquisa ouviu 478 profissionais da indústria da construção brasileira, de todo o País.

De acordo com o levantamento, a falta de capacitação dos profissionais se mostrou a principal dificuldade para a utilização do BIM na análise de 48,1% das empresas; depois aparece a seguida pela inexistência de processos adequados para adoção da metodologia (45,4%) e pela falta de incentivos financeiros para a capacitação dos funcionários (33,5%).

O estudo também alerta para o fato de que 17,2% dos respondentes afirmaram que a falta de interesse por parte da alta gestão da organização é uma barreira importante na implementação BIM.

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“A indústria da construção no Brasil ainda atua de forma muito analógica, o que dificulta o impulsionamento do setor. Mais importante do que reconhecer a necessidade de usar softwares, é entender a integração entre eles. É essa conexão que potencializa uma atuação assertiva e apoia empresas e profissionais para que saiam do nível inicial de maturidade para patamares mais elevados”, argumenta Guilherme Quandt, diretor de marketing e estratégia do Sienge.

Questionados sobre como a organização enxerga a interação do BIM com outras soluções tecnológicas da construção civil nos próximos anos, 70,25% dizem que se veem trabalhando com BIM, dos quais 37,2% afirmam não visualizar a integração do BIM com outras ferramentas da construção 4.0 (RA, RV, IA, IoT etc.) e 33% acreditam nessa integrarão BIM com outras tecnologias.

“Tais resultados corroboram a dificuldade de se criar planos de negócios que englobem tecnologias, sistemas e processos inéditos ou não testados em grande escala no cenário brasileiro. Por outro lado, também abrem janelas de oportunidades para que as organizações do setor adotem processos e metodologias ágeis para explorar as possibilidades de inovação”, destaca Erico Giovannetti, sócio de consultoria empresarial da Grant Thornton Brasil.

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