Qual é o índice de maturidade de pagamentos digitais no Brasil?

Estudo da Visa mapeou todas as cidades no País e classificou os municípios em quatro estágios relacionados ao nível de desenvolvimento dos pagamentos eletrônicos

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10:11 am - 29 de novembro de 2018

O que Rondonópolis, no Mato Grosso, e Fernando de Noronha, em Pernambuco, têm em comum? Segundo a Visa Consulting & Analytics (VCA) – área de consultoria da Visa – quando o assunto é o grau de maturidade em relação à adoção dos meios eletrônicos de pagamento até que são bem parecidas. A empresa mapeou e diagnosticou o grau de desenvolvimento dos pagamentos de todos os municípios do País.

Para realizar o estudo, os dados foram consolidados em quatro dimensões (Aceitação, Emissão, Infraestrutura e Condições Socioeconômicas) e geraram um índice único. O levantamento levou em conta informações como número de cartões por habitante; transações de débito e de crédito; quantidade de caixa eletrônico (saques); número de agências bancárias e caixas eletrônicos; número de acessos em banda larga; dados de maquininhas de pagamento por habitante e por quilômetro quadrado, PIB; IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) e informações populacionais e educacionais.

Com base em todos esses dados e utilizando uma complexa metodologia estatística, o time de VCA classificou os municípios em quatro níveis conforme o seu grau de maturidade: prontos (3,8% do total), em transição (20,8%), emergentes (37,6%) e iniciantes (37,8%).

Localidades prontas

O Sul e o Sudeste concentram a maior parte das cidades consideradas prontas, ou seja, aquelas com o comportamento de pagamento mais digital e com números de POS e de cartões mais bem distribuídos entre a população. Algumas delas são: Belo Horizonte (MG), São Bernardo do Campo (SP), Curitiba (PR) e Vila Velha (ES).

O Índice de Maturidade para Pagamentos Digitais também encontrou cidades mais avançadas em relação à predominância do pagamento eletrônico em outras regiões fora do Sul e do Sudeste, como Rondonópolis (MT), Fernando de Noronha (PE) e Palmas (TO).

Nota-se que municípios próximos de cidades consideradas prontas tendem a desenvolver um bom ecossistema eletrônico de pagamentos. Fatores geográficos também contribuem, como pode ser observado no entorno da bacia do Rio Tocantins-Araguaia, que apresenta melhor índice do que os outros municípios do estado.

Transição

No grupo de cidades em transição, aparecem capitais como Manaus (AM), Maceió (AL) e Porto Velho (RO). Nessa classificação estão regiões ávidas para o desenvolvimento de um cenário mais digital, mas que ainda possuem problemas de aceitação de pagamentos eletrônicos.

Já na lista das emergentes estão Santarém (PA), Magé (RJ), Juazeiro (BA) e Parnaíba (PI). Essas são cidades com grande potencial de crescimento para a indústria financeira tanto do ponto de vista de emissão de cartões como de aceitação de pagamentos eletrônicos.

Iniciantes

As iniciantes são as que ainda demandam investimentos em infraestrutura para que o sistema de pagamento eletrônico seja desenvolvido. Pelo menos 80% das cidades dos estados do Amazonas, Alagoas, Maranhão, Paraíba, Acre e Bahia foram classificadas nesse estágio, como Bragança (PA), Parintins (AM) e Codó (MA).

De acordo com um estudo da Roubini ThoughtLab, “Cidades sem dinheiro em espécie: Compreendendo os benefícios dos pagamentos digitais”, encomendado pela Visa, a substituição do dinheiro físico gera um impacto positivo nos municípios, com um maior crescimento econômico, mais arrecadação fiscal, geração de empregos, aumento da massa salarial e de produtividade, além de ganhos de eficiência administrativa. Para consumidores e estabelecimentos comerciais os benefícios também são visíveis, já que agregam mais praticidade e segurança, melhor gestão financeira e maior inclusão digital.

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