Podcast: carreira de DPO ganha destaque com LGPD em vigor

Ao Entre Tech, DPO da Serasa Experian, fala sobre os desafios e responsabilidades do profissional que responde pela proteção de dados das companhias

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4:52 pm - 28 de setembro de 2020

O trabalho do DPO nunca termina, avisa Vanessa Butalla, Diretora Jurídica e DPO da Serasa Experian, em entrevista ao podcast Entre Tech. Com a entrada em vigor da Lei Geral de Proteção de Dados, as organizações precisam tornar claras as regras de uso e tratamento de dados de seus clientes e usuários. Entretanto, o tema é sensível e complexo, pois estar em conformidade é um projeto que deve ser transversal a toda a companhia. “Não é um projeto que compete só ao DPO ou a um grupo de pessoas dentro da empresa. Isso precisa ser parte do dia a dia dos funcionários”, alerta Vanessa.

A exemplo da Serasa Experian, multinacional brasileira que detém a maior base de dados da América Latina, Vanessa lembra que o projeto de conformidade levou dois anos e envolveu mais de 80 pessoas. A Serasa, que também possui escritório em Londres, no Reino Unido, conseguiu adiantar muitas das preocupações em relação ao tratamento de dados devido a atuação da GDPR (Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados da União Europeia).

“Quando termina o projeto de LGPD, começa então o de proteção de dados”, pontua a DPO. Segundo a executiva, é fundamental envolver todas as áreas da companhia, pois, assim como em segurança da informação, quando se fala em proteção de dados, o elo mais fraco dessa cadeia será sempre o humano. “Para todo lugar onde a gente olha, existe tratamento de dados pessoais. No RH, com a folha de pagamento, com currículos enviados; Com a área comercial, existe informações de cartões de visita; em eventos, lista de participação de convidados”, exemplifica.

Vanessa Butalla diretora jurídica da Serasa

Vanessa Butalla, DPO e Diretora Jurídica da Serasa Experian. Foto: Divulgação

Carreira DPO em ascensão

Para aqueles que buscam seguir carreira na área, Vanessa orienta algumas práticas. É preciso, diz ela, “ser uma pessoa que tem conhecimento robusto em proteção de dados, privacidade e governança de dados, principalmente, por que um dos principais papéis do DPO é fornecer  aconselhamento e orientação para as demais áreas da empresa e orientação para cumprimento da LGPD e em relação a melhores práticas no tratamento de dados pessoais”.

Outra habilidade fundamental em sua visão é a boa comunicação, tendo em vista que o DPO é figura central para comunicar-se com todos os stakeholders do processo. Do cliente a autoridade de proteção de dados. “Outro ponto importante é conhecer bem o negócio da empresa, pois a LGPD é uma lei muito principiológica, ela traz as orientações gerais que trazem os princípios que norteiam os tratamentos de dados e não o como, pois cada empresa tem seus modelos de negócio e aspectos específicos”, aconselha.

Por fim, outro aspecto que sempre estará no radar dos DPOs recai sobre os conhecimentos em segurança da informação e tecnologia. “Hoje com o volume de dados que é tratado, não é viável esperar que um tratamento seja manual. Entender minimamente como isso funciona para ser mais contributivo e como as regras serão implementadas”, orienta Vanessa.

Você pode escutar o podcast completo no link abaixo.

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