Os impactos do open insurance na jornada do consumidor

Nova fase da transformação digital no mercado de seguros foca no compartilhamento de dados entre empresas para melhorar a experiência do cliente

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10:00 am - 18 de março de 2022
seguros, open insurance Imagem: Shutterstock

Desde dezembro de 2021, o mercado de seguros brasileiro entrou na primeira fase do open insurance, sistema que utiliza o compartilhamento de dados entre seguradoras via Interface de Programação de Aplicações (do inglês API).

Nesse novo modelo, será possível oferecer os novos produtos aos consumidores que permitirem o compartilhamento de dados, sem a necessidade de realizar cadastro em diversos locais. Além, claro, de oferecer mais autonomia ao cliente na gestão das suas informações, já que ele poderá decidir por quanto tempo deseja disponibilizá-las com as seguradoras credenciadas na Superintendência de Seguros Privados (Susep). A proposta do open insurance é tornar o mercado mais competitivo pela implementação de três grandes diferenciais: facilidade para desenvolver soluções de inovação aberta (open innovation), melhora na experiência digital dos clientes e criação de novos modelos de negócio para o setor.

Segundo informações divulgadas pela Susep, desde dezembro de 2021, as 68 maiores empresas do mercado já estão compartilhando dados públicos referentes a produtos, canais de atendimento e modelos de seguro, previdência e capitalização.

É um sistema, que seguindo o molde do open banking para o setor financeiro, visa a criação de novas ofertas de produtos personalizados aos clientes por meio do acesso aos dados que os consumidores concordaram em compartilhar. E, junto com a oportunidade de novos negócios, esse novo sistema também exige que os negócios repensem o relacionamento que possuem com seus clientes. 3 exemplos de como o open insurance mudará a jornada do consumidor

Com a autorização do usuário para o uso dos seus dados, é possível entender melhor sua forma de consumo, preferências, necessidades e, no caso das seguradoras, histórico de ocorrências e serviços utilizados dentro de um determinado período. Dessa forma, as empresas conseguem ter precisão e visão mais ampla sobre como reestruturar suas estratégias e ofertas para conseguir capturar esse cliente.

Apesar da necessidade de redefinir a jornada do cliente, com base nas oportunidades geradas pelo open insurance, já em estruturação, é possível apontar algumas vantagens que o open insurance trará às marcas do segmento. Destaco abaixo três:

1) Personalização de produtos ofertados. Com a análise dos dados compartilhados, será possível extrair informações que garantam maior conhecimento sobre o perfil, as necessidades e os desejos dos clientes. Munidos dessas referências, os negócios poderão direcionar ofertas e pacotes de serviço que façam mais sentido ao momento de vida de cada pessoa;

2) Autonomia no processo de escolha para a contratação do serviço que melhor atende às necessidades do cliente. Ao analisar diferentes produtos sem a necessidade de ter cadastro na empresa, a experiência do cliente torna-se mais satisfatória e com maior valor agregado, aumentando as possibilidades de contratação; 3) Crescimento exponencial da oferta de serviços 100% digitais. Com a facilidade, agilidade e praticidade nas negociações, que serão conduzidas por uma tecnologia que abrange e integra as principais companhias do setor brasileiro de seguros, as empresas terão uma chance única de investir na digitalização de sua carteira de produtos, permitindo aos clientes contratarem uma gama maior de serviços de seguro por canais digitais, como site, app e chatbot.

Dividido em três fases e com conclusão prevista para junho de 2023, o open insurance tende a ser o “atalho” que muitas empresas podem tomar para acelerar a oferta de produtos digitais em seu portfólio.

Por conta dessa oportunidade, é imprescindível que as companhias se preparem para o impacto que esse novo sistema trará no relacionamento com o cliente, investindo no treinamento dos profissionais que realizam o atendimento e utilizando soluções tecnológicas preparadas para o atendimento omnicanal. Com a lição de casa realizada, as possibilidades de sucesso só multiplicam.

* Felipe Nascimento é head comercial para Seguradoras na Plusoft

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