O que muda para empresas com o Windows 11?

Para analista, Windows 11 ainda não é grande atrativo para empresas, mas trará renovação no ambiente de PCs

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2:30 pm - 08 de julho de 2021
windows Reprodução/Microsoft

Durante o evento de anúncio do Windows 11, no final de junho, Satya Nadella, CEO da Microsoft, não escondeu o entusiasmo da companhia com a nova geração de seu sistema operacional. Além do visual reimaginado e de recursos inéditos, que apelam para usuários domésticos do Windows, a próxima versão do software também fez algumas promessas ambiciosas para desenvolvedores e criadores de conteúdo. Entre elas, está a ideia de promover um ecossistema mais “aberto” – ou, nas palavras do próprio líder da Microsoft, a de ser uma “plataforma para criação de plataformas”.

“Windows é a plataforma onde coisas que são maiores que o Windows podem nascer, como a web”, afirmou Nadella durante o anúncio do sistema operacional. “Essa é nossa aspiração com o Windows 11: ser a plataforma para a próxima web; para a próxima categoria de software transformacional; para o próximo negócio de conteúdo personalizado. Uma plataforma só pode servir à sociedade se suas regras permitirem essa inovação fundacional e criação de plataformas”, completou.

A ideia se manifesta, por exemplo, na versão renovada da loja nativa do Windows. Nela, desenvolvedores e fornecedores de software independentes (ISVs) poderão distribuir seus aplicativos independentemente da formatação. Isso inclui apps Win32, Progressive Web App (PWA), Universal Windows App (UWP) ou até mesmo aplicações Android. Além disso, desenvolvedores também poderão implementar seus próprios sistemas de pagamento, e não precisarão repassar parte de suas receitas para a Microsoft.

Mas e na prática, qual o impacto que empresas podem esperar da nova geração do Windows 11? Na avaliação de Stephen Kleynhans, vice-presidente de pesquisas do Gartner, nada grande. Ao menos não nesse primeiro momento. “Não acho que isso será muito importante para as empresas no início. Tendo a duvidar que as companhias farão algo substancial com o lançamento do Windows 11 até 2023, ou talvez até mais tarde”, afirmou em entrevista ao IT Forum.

Leia mais: Windows 11 traz novo visual com foco em performance e produtividade

Isso porque, na avaliação do analista, ainda que traga uma experiência de usuário melhor que antecessores, as novidades apresentadas pela Microsoft com a nova geração de seu sistema operacional podem ser classificadas como melhorias “incrementais” – não como grandes transformações do sistema. Ao menos até a chegada das primeiras atualizações de recursos do Windows 11, Kleynhans diz não enxergar uma adoção em massa do software por grandes corporações.

“A Microsoft, uma vez que conseguir lançar e estabelecer o sistema operacional no mercado doméstico, voltará e começará a estudar como reforçar os serviços, as capacidades e expandir as opções para uso em empresas”, explicou. “Mas acho que agora trata-se apenas de colocá-lo bem no mercado doméstico. Só então voltar depois e ter todos esses novos canvas ricos para usar no futuro.”

Isso não significa, é claro, que o Windows 11 não seja importante. Para o analista, um dos fatos mais relevantes do anúncio é a mensagem que a Microsoft traz com ele: a de que o Windows é e continuará a ser um produto importante para a empresa. “Havia dúvidas sobre isso”, pontuou. “De que a Microsoft não investia mais no Windows, não estava focada nisso, que não se importava”. Com o Windows 11, a mensagem é de que uma nova fase do sistema operacional está chegando – o que, para o analista do Gartner, pode promover uma renovação para o mercado.

“O que eu acho que a Microsoft está tentando fazer com o Windows 11 é encorajar o mercado a se modernizar”, avaliou. “Se afastar de coisas antigas, mais trabalhosas, menos seguras e mais desajeitadas da experiência do Windows, e mudar para algo que é mais moderno, simplificado e mais eficiente de lidar. Isso dá à ela a oportunidade de criar um novo marco de dizer: ‘é aqui que nós estamos começando do zero’”.

Como fica o Windows 10?

Assim como versões anteriores do Windows, o Windows 10 terá um ciclo de vida de dez anos. Em junho, a empresa confirmou: o sistema operacional será suportado até outubro de 2025. Isso, é claro, se nenhuma extensão de prazo for anunciada no futuro.

Em outubro, a Microsoft lançará a atualização de recursos 21H2 para o Windows 10. Ela trará melhorias de desempenho, novos recursos e aprimoramentos de qualidade para o sistema operacional. A versão 21H2 terá suporte padrão de 30 meses em dispositivos com Windows 10 Enterprise ou Windows 10 Education. Nas versões Home e Pro, o suporte é de 18 meses.

Ainda não é certo se a Microsoft oferecerá outras atualizações de conteúdo após a chegada da 21H2.

Quando chega o Windows 11?

Uma data oficial para o lançamento do Windows 11 ainda não foi divulgada. É sabido, no entanto, que a nova versão do sistema operacional será lançada neste ano, como uma atualização gratuita para quem já possui o Windows 10.

Para dispositivos compatíveis, o Windows 11 será entregue como uma atualização do Windows 10. Para administradores que gerenciam dispositivos de organizações, o Windows 11 estará disponível por meio dos mesmos canais familiares de atualização de recursos do Windows 10.

Ferramentas de implantação e gerenciamento existentes, como o Windows Server Update Service (WSUS), o Microsoft Endpoint Manager e o Windows Autopilot poderão ser utilizadas.

Novo regime de atualizações

O que já foi confirmado pela Microsoft, no entanto, é uma mudança no sistema de atualizações de recursos do sistema operacional. Como de costume, o Windows 11 receberá atualizações mensais de qualidade. Maiores e mais substanciais, as atualizações de recursos passam a ser anuais – sempre no segundo semestre do ano.

O regime anual de atualizações era uma demanda antiga de clientes comerciais do Windows e substitui o sistema bianual do Windows 10, com uma atualização de recurso por semestre.

Cada uma das atualizações de conteúdo também será suportada por mais tempo. O ciclo de vida de cada atualização passa de 30 para 36 meses no Windows 11 Enterprise, Windows 11 IoT Enterprise e Windows 11 Education. No Windows 11 Home e Pro, ele passa de 18 para 24 meses.

Compatibilidade

Segundo a Microsoft, o Windows 11 é construído na mesma base do Windows 10, e manterá compatibilidade com aplicativos do Windows 10. Empresas que tiverem problemas de compatibilidade ou quiserem garantir que os aplicativos sejam compatíveis desde o primeiro dia, poderão utilizar os serviços App Assure e o Test Base para Microsoft 365.

Há, no entanto, uma mudança: o Windows 11 virá apenas em edição 64-bit. O Windows 10, vale lembrar, estava disponível em 32-bit. Isso impactará dispositivos com processadores 32-bit, que não poderão instalar o sistema operacional.

Aplicações 32-bit continuarão a rodar normalmente no Windows 11, no entanto.

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