Navegando na revolução da computação espacial: a nova era chegou
Na esteira da revolução da IA generativa, o mundo está à beira de uma mudança transformadora em direção à computação espacial
Após cinco anos de pesquisa e desenvolvimento em soluções de AR, VR, MR, Metaverso, computação espacial e Web 3.0, finalmente alcançamos os recursos necessários para moldar, projetar, desenvolver e aplicar novas jornadas espaciais digitais.
O que queremos dizer com isso é que finalmente temos as tecnologias necessárias para aproveitar os potenciais da computação espacial: 5G, nuvem, computação de borda (edge computing), blockchain, 3D, processamento brutal de dados/imagens, software avançado e chips poderosos, dispositivos incríveis e acessíveis. A isso soma-se profissionais que conseguem aplicar o conhecimento das tecnologias emergentes aos negócios de empresas de diversos setores.
Leia mais: SXSW 2024: IA e computação espacial permitirão à humanidade cocriar a realidade
Uma abordagem estratégica para líderes de negócios em TI
Na esteira da revolução da IA generativa, o mundo está à beira de uma mudança transformadora em direção à computação espacial. O mercado de computação espacial deverá testemunhar uma taxa de crescimento anual de 18%, passando de 124 bilhões de dólares em 2023 para impressionantes 620 bilhões de dólares em 2032, segundo o Market Research Report for Spatial Computing. Isso marca um salto significativo, constituindo aproximadamente 4% de toda a receita global de TI em 2024, uma parcela substancial do total de 3,1 trilhões de dólares.
Segundo o estudo, prevê-se uma taxa de crescimento anual de 20% na Europa, e 25% na região EMEAL (América Latina, Oriente Médio e África) entre 2023 e 2032. Para capitalizar essa revolução da computação espacial, as empresas precisam compreender e aproveitar as oportunidades que ela apresenta, remodelando o cenário dos serviços e da interação digital.
Introdução à computação espacial:
A computação espacial, conforme definida por Simon Greenwold em 1995, captura a essência da interação humana com a tecnologia por meio da manipulação de elementos relacionados a objetos e espaços reais. Essa tecnologia, alimentada por sensores e técnicas de mapeamento ambiental, facilita a criação de experiências imersivas, integrando perfeitamente objetos digitais a ambientes físicos. Do varejo e bancos à educação e ao setor industrial, os aplicativos de computação espacial abrangem diversos setores, atendendo a diferentes grupos geracionais.
À medida que a computação espacial evolui, ela se torna parte integrante da economia tecnológica, oferecendo às empresas oportunidades sem precedentes para aprimorar as experiências dos usuários e as interações digitais.
A computação espacial vem se mantendo na retaguarda da tecnologia há anos, atraindo o interesse de nichos, mas lutando para entrar na corrente principal. No entanto, nos últimos meses, o burburinho atingiu um nível altíssimo. Desde a entrada em cena de gigantes da tecnologia, como a Apple, até relatórios do setor divulgando seu potencial revolucionário, parece que todos estão falando sobre computação espacial. Vários fatores estão convergindo para criar o terreno ideal para a computação espacial:
· Tecnologia em amadurecimento: Os avanços em hardware, software e tecnologia de sensores estão finalmente tornando os dispositivos de computação espacial mais leves, mais potentes e menos desajeitados. Essa experiência aprimorada do usuário é crucial para a adoção em massa.
· Evolução das necessidades dos usuários: A pandemia gerou uma demanda crescente por ferramentas de colaboração imersiva e remota. A computação espacial oferece uma solução exclusiva, permitindo que as pessoas se conectem e interajam virtualmente como se estivessem fisicamente presentes.
· Investimento e badalação: As principais empresas de tecnologia, como Apple, Microsoft e Meta, estão investindo recursos em computação espacial, gerando um grande entusiasmo e impulsionando a inovação. Esse investimento estimula o desenvolvimento e atrai um interesse mais amplo.
Casos de uso da NTT DATA por setor
Nos últimos anos, a NTT DATA fez um progresso incrível na aplicação de soluções de computação espacial, surfando no hype do Metaverso e, juntamente com nossos clientes, prototipamos e testamos soluções para casos reais de negócios, a fim de provar hipóteses e acelerar nossas capacidades nas jornadas da experiência imersiva.
Atualmente, com essa nova era da computação espacial e a adoção do Vision.pro, nosso Digital Lab no Brasil está desenvolvendo soluções robustas, discutindo novos modelos de negócios e planejando a implementação e a escalabilidade para setores como:
Bancos:
· Protótipo para manutenção de caixas eletrônicos utilizando computação espacial, ajudando o operador a entender cada etapa do serviço, com ancoragem de objetos digitais no espaço físico, informações sobre as funções ancoradas digitalmente sobrepostas ao equipamento. Proporcionando melhor desempenho e serviços precisos durante a manutenção dos caixas eletrônicos do Banco.
· Jornada digital no ambiente de vendas do banco, utilizando conceitos de computação espacial e phygital, a fim de engajar os clientes em campanhas de produtos, mostrando dados em tempo real, possibilitando simulações e oferecendo-os em computação espacial em uma jornada do cliente hiperpersonalizada.
· Jornada do cliente em imóveis: solução composta por processamento de digitalização de alta qualidade e aplicativo de computação espacial, para venda e compra de imóveis. A solução permite que o proprietário de um imóvel escaneie e gere uma camada 3D com todas as informações do imóvel e, em seguida, ofereça (publique anúncios) em uma jornada de computação espacial, promovendo um novo modelo de negócios para o setor imobiliário.
Varejo e telecomunicações:
· Capacitar a visão computacional com dados sintéticos para obter mais e mais rapidamente dados de insights, desde o rastreamento de pessoas em lojas de vendas, passando pela distribuição de produtos até a aceleração da análise do comportamento do consumidor nas lojas e assim por diante.
· Solução de visão computacional para detectar o comportamento do cliente e a manipulação de produtos nas prateleiras, possibilitando a simulação do self-checkout.
· Virtual Try-On: os clientes podem experimentar virtualmente roupas ou acessórios, reduzindo a necessidade de lojas físicas e devoluções, usando algoritmos de métricas corporais.
· TM Forum – Infinity Arena: Experiências de compras personalizadas usando a computação espacial para criar experiências de compras fluidas e personalizadas, recomendando produtos com base nas preferências do cliente e em compras anteriores.
Fundamentos da computação espacial:
A computação espacial é apoiada por um espectro de tecnologias, cada uma desempenhando um papel fundamental em seu desenvolvimento. A realidade aumentada e mista (AR/MR/MAR) sobrepõe elementos digitais ao mundo real, criando um ambiente híbrido. A realidade virtual (VR) imerge os usuários em mundos totalmente virtuais por meio de fones de ouvido dedicados. Essas tecnologias estão preparadas para redefinir os hábitos digitais e criar mercados para produtos e serviços relacionados.
A escolha de dispositivos e sensores é fundamental no cenário da computação espacial. Os fones de ouvido autônomos, como o Meta Quest, oferecem portabilidade, enquanto os sensores 6DoF e LiDAR permitem interações naturais, rastreando o movimento no ambiente físico. Os recursos de passagem, que permitem uma visão do ambiente físico por meio dos fones de ouvido, aprimoram a experiência de realidade mista.
Plataformas de desenvolvimento:
Os aplicativos de computação espacial são desenvolvidos em plataformas e SDKs que formam a base de várias soluções. O ARCore do Google e o ARKit da Apple são fundamentais para o desenvolvimento da realidade aumentada, enquanto o WebAR facilita as experiências de realidade aumentada baseadas na Web sem a necessidade de plug-ins adicionais.
Os mecanismos de jogos, especialmente o Unity e o Unreal, fornecem infraestrutura essencial, permitindo a criação de experiências de computação espacial imersivas e interativas.
Criação e design da experiência 3D:
O desenvolvimento de experiências em 3D é fundamental para o sucesso dos aplicativos de computação espacial imersiva. As sessões criativas normalmente envolvem a conceituação de designs e protótipos rápidos, visualizando a disposição de itens e experiências no ambiente.
É fundamental ir além das ferramentas orientadas para 2D e priorizar plataformas como a Unity, garantindo que os aspectos espaciais sejam capturados com eficácia.
Conclusão
É hora de entender como a tecnologia avança e as interações digitais se tornam mais imersivas. A computação espacial não representa apenas uma mudança de paradigma, mas a criação de novos hábitos digitais e, consequentemente, a abertura de novos mercados e oportunidades.
Portanto, com visão estratégica, conhecimento especializado e orientação em todos os setores, as empresas poderão liderar a revolução da computação espacial, moldando o futuro dos serviços em 3D.
*Artigo escrito por Roberto Celestino, é head de Inovação da NTT DATA Brasil e Cauê Dias, gerente de P&D da NTT DATA Brasil.
Siga o IT Forum no LinkedIn e fique por dentro de todas as notícias!