Apenas 44% das organizações esperam cumprir metas de descarbonização até 2030

Estudo da Siemens alerta para progresso lento das empresas mundo afora para descarbonizarem suas infraestruturas

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5:22 pm - 20 de setembro de 2023
carbono zero, emissões de carbono Imagem: Shutterstock

Um novo estudo realizado pela Siemens Smart Infrastructure revelou que menos da metade das empresas espera cumprir suas metas de descarbonização até 2030. Para o relatório global, a Siemens ouviu 1,4 mil executivos seniores de 22 países e uma série de entrevistas detalhadas com líderes e especialistas sobre o tema.

O estudo concluiu que há uma longa jornada a ser percorrida para atingir as metas de emissão líquida zero, tendo em vista que um quarto dos participantes – executivos seniores de sete grandes grupos industriais – disseram que o progresso está “muito lento”, enquanto 29% acreditam que o progresso está “coordenado” e 31% descrevem o progresso como “dentro da meta”.

Ao mesmo tempo, as empresas estão sob pressão para descarbonizar seus modelos de negócio, ativos e infraestruturas. Segundo o estudo, quase metade tem metas para emissões de Escopo 1 e 2, porém, apenas 40% acham provável que cumprirão as suas metas no próximo ano e apenas 44% esperam cumprir suas metas em 2030.

Matthias Rebellius, membro da diretoria executiva da Siemens AG e CEO da Smart Infrastructure, destaca que a evolução das infraestruturas mundiais é da maior importância para permitir o progresso em termos de descarbonização, da eficiência dos recursos e do bem-estar social. Para o executivo, a tecnologia e a digitalização são fundamentais para se alcançar esta transição de forma inteligente e sustentável.

Automação inteligente

O relatório reforça o papel da tecnologia e a digitalização na transição para uma infraestrutura bem-sucedida, com a expectativa que elas tenham maior impacto na descarbonização, na eficiência dos recursos e no bem-estar das pessoas nos próximos três anos.

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Na análise dos especialistas ouvidos pelo estudo, as principais tecnologias que poderiam ter o maior impacto positivo incluem previsões e automação baseadas em IA, realidade virtual e aumentada e redes móveis 5G. De acordo com quase metade dos entrevistados, a digitalização tem um potencial significativo ou enorme para apoiar o progresso na eficiência energética (48%), na produtividade (46%) e na descarbonização (45%) nas suas organizações.

Progresso deve ser mais rápido

O estudo concluiu que apesar da aceleração da transição das infraestruturas, é necessário um progresso mais rápido em nível regional (países) para apoiar um mundo com baixas emissões de carbono. A energia é uma prioridade importante, pois quase três quartos das emissões globais de gases do efeito estufa provêm da produção, utilização e transporte da energia.

Na luta contra as mudanças climáticas as cidades também desempenham um papel importante, ressaltou o estudo. Na pesquisa, metade dos entrevistados (51%) acredita que estar à frente na descarbonização é uma vantagem competitiva para uma cidade. A descarbonização da área de mobilidade, incluindo redes de transportes públicos e veículos comerciais e privados, é uma prioridade para reduzir as emissões de carbono.

Em termos de políticas de mobilidade viáveis, 46% dos executivos acreditam que subsídios ou impostos deveriam ser usados para tornar os carros elétricos mais baratos do que os veículos com motor a combustão. Atualmente, a falta de infraestrutura para recarga de baterias foi considerada a maior barreira à adoção generalizada de veículos elétricos.

Outra área importante a ser considerada pelas empresas são seus edifícios. Apenas 37% dos entrevistados classificaram sua organização como desenvolvida ou avançada em termos de melhoria na eficiência energética de instalações e edifícios, e apenas 30% disseram o mesmo para a eletrificação e/ou descarbonização de sistemas de aquecimento e resfriamento. “Há, no entanto, esperança de que as empresas possam aproveitar soluções inovadoras para melhorar o desempenho e a sustentabilidade dos seus edifícios sem a necessidade de novas construções amplas, entretanto o progresso precisa de ser mais rápido”, destacou a Siemens em seu relatório.

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