Mercado de trabalho de dados reduz diferenças salariais entre gêneros
Mulheres pretas e pardas ainda têm remuneração menor que homens brancos, mas discrepâncias caíram, diz estudo
O mercado de trabalho para profissionais de dados segue atraente, com pagamentos acima da média do mercado de tecnologia, especialmente para aqueles com mais experiência. E apesar da falta de diversidade, com homens ainda recebendo mais que mulheres, houve redução do gap salarial, na comparação com anos anteriores.
É o que revela uma nova edição da pesquisa State of Data, realizada anualmente pela Bain & Company, dessa vez em parceria com a Data Hackers. A pesquisa busca desenhar um perfil detalhado do mercado de trabalho e dos profissionais da área de dados no Brasil, e ouviu 5.200 pessoas do setor ao longo de novembro de 2023.
O estudo descobriu que a diversidade nessa área segue sendo um problema, com a maioria dos respondentes pertencendo ao gênero masculino (76,2%). Os 23,8% de pessoas de outros gêneros fica abaixo dos 24,5% da edição anterior, mas a diferença salarial em cargos de liderança caiu, apesar de ainda existir.
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Ela pode chegar a 32% no começo da carreira. Mulheres brancas recebem cerca de 15,5% a menos que homens brancos, e mulheres pardas e pretas em média 12,6% menos do que homens pardos e pretos. A maior discrepância entre grupos é entre homens brancos e mulheres pardas e pretas, que chega a 24,6%.
Segundo os organizadores do estudo, houve “melhora significativa na comparação com a edição anterior do levantamento”. Mesmo assim, mulheres pardas e pretas recebem 8,9% a menos que homens brancos no nível júnior; e 5,1% e 14,2% nos níveis pleno e sênior; e 16,8% menos em cargos de gestão.
Em 2022, a diferença entre homens brancos e mulheres pretas e pardas era maior em todos os níveis: 10,2% para júnior, 12,5% e 12% nos níveis pleno e sênior e 23,1% no nível de gestão.
Possibilidades de trabalho
Segundo o estudo da B&C, o formato de trabalho alternativo é um dos pontos mais valorizados por colaboradores da área de dados. Quase três em quatro (74,8%) afirmam que buscariam outra oportunidade em regime remoto ou híbrido caso a empresa volte ao presencial.
Mais de 46% dos profissionais trabalham em modelo totalmente remoto, e a preferência por ele vem aumentando.
Embora 73% dos profissionais se digam satisfeitos nas empresas em que atuam, a falta de oportunidade de crescimento é o maior motivo de insatisfação entre os que dizem o contrário. O principal critério levado em conta na hora de escolher uma empresa é a remuneração (81% das menções em 2023 versus 75,2% em 2022).
A inteligência artificial generativa surge como ferramenta de pesquisa para 62,5% dos respondentes. No entanto, a relevância para cada setor é diversa – no varejo a tecnologia não é priorizada (40%) ou sequer está em uso (17,5%); já no segmento de tecnologia/digital ela é a principal prioridade (19,6%) ou está entre os focos da companhia para os próximos anos (26,5%).
A aplicação de IA generativa é, em grande parte, realizada por conta própria, por meio de soluções gratuitas para 67% dos respondentes. Apenas 7% afirmam utilizar soluções pagas fornecidas pela empresa.
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