MediaTek mantém foco no mercado de celulares e mira IoT

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10:36 am - 23 de junho de 2017

A recessão econômica, que motivou a freada nos gastos por parte dos consumidores, impactou negativamente o mercado de celulares nos últimos anos no Brasil. No entanto, o mercado brasileiro mostrou sinais de recuperação nos primeiros três meses de 2017, segundo estudo da IDC. Entre janeiro e março, foram comercializados 12,4 milhões de celulares, crescimento de 25,4% na comparação com o mesmo período de 2016.

Em receita, os smartphones movimentaram R$ 13,3 bilhões, 22,6% a mais do que no primeiro trimestre do ano passado, quando os aparelhos geraram R$ 10,9 bilhões de receita. Para a IDC, o pior momento do mercado de celulares no Brasil, vivido no início de 2016, foi superado e a expectativa é de aumento de 7,2% para este ano.

As projeções animam os players do setor, entre elas a MediaTek, fabricante taiwanesa de semicondutores. E não é por menos. O mercado de smartphones representa cerca de 60% das vendas da MediaTek em todo o mundo e o Brasil não foge à regra. A empresa embarca seus chips em aparelhos de marcas globais como LG, Sony, Motorola e Alcatel.

“A MediaTek se manteve estável nesse período e até aumentou o market share. Mas o mercado de celulares depende muito da economia. As pessoas já veem smartphones como item importante, mas algo que pode postergar a compra em um momento de crise. Em contrapartida, os cliente estão vendo todas as funcionalidades que um celular pode oferecer e cada vez mais querem atualizar seus modelos”, afirma Samir Vani, country manager da MediaTek no Brasil (foto), em conversa com o IT Forum 365.

O executivo conta que o foco da empresa é atuar fortemente no chamado “mid market”, ou seja, não apenas nos smartphones de entrada ou nos modelos premium, mas sim em uma camada intermediária, onde Vani acredita que o mercado vai cada vez mais se concentrar.

Esforços locais
Além do foco em parcerias globais com grandes marcas, outra estratégia da MediaTek é marcar presença em fabricantes locais. No Brasil, Vani dedica esforços em parceiros como Quantum, Positivo e Multilaser, mesmo que a participação de mercado dessas empresas ainda não seja expressiva no País. “O consumidor brasileiro ainda não está acostumado com muitas opções de marcas. Se der tempo ao tempo, essas marcas vão se consolidar”, acredita.

“As fabricantes locais são um mercado importante para nós. Dizemos que nosso lema é conectar o próximo bilhão e isso passa por oferecer nossa tecnologia para players locais. É a visão que trabalhamos, com preços competitivos.”

Hernan Descalzi, líder das operações no Chile e Argentina, comenta que no México, por exemplo, fabricantes locais representam cerca de 30% do mercado. Descalzi cumpre papel semelhante ao Vani, com uma atuação focada nos negócios. A empresa não conta com equipes técnicas na América Latina e todo o suporte e desenvolvimento é feito diretamente da sede em Taiwan.

Além das empresas, Vani comenta que seu trabalho também inclui contato com operadoras de telecomunicações para entender e estar pronto para as novas tecnologias que estão a caminho. “A tecnologia vai evoluindo e vamos trabalhando com as marcas para termos sempre o produto disponível.”

A empresa comemora os resultados dos esforços na América Latina. “No Brasil, nossa participação que era de 10% há três anos hoje já passa dos 25% (números da GFK)”, comenta Vani.

IoT na rota
Se por um lado o mercado de smartphones ainda parece promissor e é o foco principal, os olhos também estão voltados para outra tendência de mercado, a internet das coisas (IoT). Segundo o Gartner, 8,4 milhões de dispositivos conectados serão utilizados em todo o mundo em 2017 e o avanço das “coisas” conectadas é de 31% em relação a 2016, com previsão de chegar a 20,4 bilhões até 2020.

Toda essa massa de dispositivos conectados demandará processadores e é onde a MediaTek pode se beneficiar. A companhia já conta atualmente com um chip de IoT que trabalha com a tecnologia LTE NarrowBrand. Recentemente forneceu chips para um relógio inteligente da Acer e também participou de um projeto que colocava chip em um tênis para pais conseguirem monitorar seus filhos.

Outra aposta é no mercado de assistentes pessoais, como Google Home e Amazon Echo/Alexa, nos quais a tecnologia MediaTek está embarcada, além de carros autônomos, que exigem sensores e comunicação.

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