Mais da metade dos apps nunca foi baixado e downloads vêm caindo 20% ao ano. Especialista mostra como mudar

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11:15 am - 24 de novembro de 2017
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Dos 1,5 milhão de apps da Play Store do Android, alguns poucos milhares têm engajamento. No mercado norte-americano, destaque mundial na venda de apps, o número de downloads destes vem caindo 20% a cada ano desde 2015. De todos os apps disponíveis nas e-stores globais, 60% nunca foram baixados. Mais de 65% dos usuários de smartphones não fazem nenhum download de aplicativo por mês. De todos os apps que baixam, os usuários de smartphones gastam 80% do tempo usando sempre os mesmos.

Os dados são de um levantamento da consultoria global Adeven e mostra uma tendência de estagnação do mercado de aplicativos móveis tradicionais. Entre os motivos, o estudo destaca diversas razões ligadas ao interesse dos usuários, à usabilidade das soluções, mas destaca o surgimento de novas tecnologias, como Progressive Web Apps (PWA).

O CEO da Aioria Software House, brasileira especializada no desenvolvimento de softwares e aplicativos para empresas que passou a apostar recentemente no PWA, Raul Amoretti, explica que esta é uma tendência capaz de melhorar os índices de download e uso dos aplicativos.

“Ao baixar um app, é preciso passar por várias etapas (busca da loja, download, configuração etc. Já no PWA só é preciso acessar diretamente um link e pronto, está na mão. Isso facilita a instalação e aumenta a retenção”, afirma o CEO.

Na prática, PWA são sites que se transformam em apps, conforme a interação do usuário. De desenvolvimento e uso mais simples e barato do que os apps tradicionais, são recomendáveis para projetos simples ou de baixo orçamento, embora já contem com admiradores grandes, como Washington Post e Alibaba.com, além do apoio do Google.

Amoretti destaca que, como principais diferencias em relação a um aplicativo tradicional, o PWA traz a vantagem de poder ser acessado de qualquer tipo de celular, independente de plataforma ou sistema operacional, sendo acessível em qualquer browser, desktop, mobile ou tablet.

“Mas a principal diferença está na abordagem do usuário, que é feita de forma progressiva: o PWA é acessado como um site e ao passar do tempo vai solicitando ao usuário permissões, até tornar-se um app instalado em smartphone. Entre as permissões, estão os push notifications, que mantêm os usuários atentos e engajados – um dos principais gaps deixados pelos apps tradicionais”, detalha o especialista.

Outro diferencial da tecnologia é que a plataforma web pode ser indexada pelo ranking de buscas do Google, tornando a o app mais visível ao público e diminuindo o orçamento de marketing.

“Enxergamos o PWA como uma evolução dos apps híbridos. Ainda defendemos que, para apps, o desenvolvimento deve ser nativo, mas para aplicações mais simples, que não necessitam de grande customização, o PWA é suficiente, além de ter um custo de desenvolvimento mais baixo”, destaca Amoretti.

O único porém, segundo ele, é que, no momento, a tecnologia ainda não está disponível para Apple, já que o browser Safari não aceita a instalação “nativa” e o funcionamento off-line. Uma barreira que, conforme o CEO, terá de ser superada já que o PWA representa “a evolução dos apps”.

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