IT Forum Salvador: low-code promove ‘revolução silenciosa’ nas empresas

No IT Forum Salvador, líderes de tecnologia discutiram experiências com plataformas de low-code

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12:12 pm - 15 de setembro de 2023
Low-code IT Forum Salvador Wilian Luis Domingues, CIO da Paschoalotto, e Charles Schweitzer, diretor superintendente de Inovação do Banco Carrefour (Imagem: GN2 Conteúdo)

Desde o começo do ano, a inteligência artificial (IA) gerativa tem dominado as discussões sobre o uso de tecnologia pelas empresas. A tendência, no entanto, está longe de ser a única ajudando companhias em suas jornadas de digitalização. O low-code é um exemplo disso.

Na leitura de Charles Schweitzer, diretor superintendente de Inovação do Banco Carrefour, as plataformas de low-code estão promovendo uma “revolução silenciosa” dentro das empresas e merecem mais atenção de CIOs.

“O que essa revolução causa é um ganho de produtividade, a conexão do legado e a resolução do problema da falta de mão de obra qualificada”, disse o executivo durante um painel no IT Forum Salvador. “A gente só fala de IA generativa e sobra pouco espaço para falar de outras inovações. O low-code resolve problemas das companhias.”

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Schweitzer conta que suas experimentações com low-code dentro do Carrefour começaram após atuar como “picker” – pessoa responsável por separar produtos dentro de um supermercado para preparar o envio de uma compra online – dentro das lojas de um concorrente europeu, durante uma experiência no Web Summit, em Portugal.

Em uma conversa com o CIO da companhia, após a experiência, Schweitzer conheceu a plataforma desenvolvida em low-code pelo time de TI da empresa utilizando OutSystems que ajudava no trabalho dos pickers. O executivo se inspirou na solução e começou a trabalhar junto a OutSystems para uma aplicação do Carrefour no Brasil.

Dados da edição mais recente da ‘Antes da TI, a Estratégia’, pesquisa promovida pela IT Mídia junto aos CIOs de grandes empresas brasileiras, apontam que o low-code ainda é um tema que muitos líderes de TI estão tateando. Quase dois quintos (39%) dos respondentes julgaram precisar de “mais maturidade” antes de realizar investimentos em low-code. Segundo o Garner, no entanto, a partir de 2025, 75% das novas aplicações serão desenvolvidas em low-code. “Vocês precisam começar uma jornada de low-code”, alertou Schweitzer.

Também presente no painel, Wilian Luis Domingues, CIO da Paschoalotto, compartilhou enxerga oportunidades com low-code para resolver “problemas específicos” da companhia, em especial aqueles que precisam se conectar com o legado para acelerar a transformação digital da empresa. Houve alguns desafios no trajeto, no entanto.

Um deles veio dos próprios desenvolvedores. Segundo o executivo, há uma resistência de desenvolvedores que não desejam codificar em plataformas de low-code – alguns, por exemplo, julgam que as plataformas não são boas o suficiente, enquanto outros acreditam que trabalhar com low-code pode ser um “passo atrás” em suas carreiras.

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Para solucionar a questão, o CIO se engajou com os desenvolvedores e promoveu experimentações com as ferramentas. “Eu expliquei para eles que nosso processo de aceleração precisa ser feito a passos largos”, disse. “Matematicamente, eles chegaram à conclusão que as ferramentas de low-code seriam uma boa ideia”. E completou: “existem brigas que a gente não vai comprar com o low-code e existem outras que a gente só vai ganhar com low-code, não com codificação tradicional.”

Do ponto de vista da tecnologia, há ainda outro desafio que foi abordado: a preocupação com a ‘shadow IT’, ou o uso de ferramentas de low-code para a criação de aplicativos que fujam do escopo da governança da TI.

De acordo com Charles, o Carrefour solucionou essa questão incluindo as fornecedores de soluções de low-code dentro do stack de tecnologia da companhia. Isso inclui não apenas a homologação das plataformas que são permitidas dentro da companhia, mas um trabalho junto aos times de segurança e arquitetura para garantir o bp, funcionamento dos apps criados junto ao stack. “Se nós não formos o catalisador do uso de low-code na companhia, alguém vai fazer por nós”, disse Charles.

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Rafael Romer

Repórter da IT Mídia

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