Líderes de TI devem se alinhar às atuais competências para serem relevantes

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3:30 pm - 26 de novembro de 2014
O mercado de TI é altamente competitivo e pautado pela disputa crescente de talentos para liderar projetos que ajudem a impulsionar negócios. Diante desse cenário, o que os CIOs devem fazer para manterem-se atualizados, relevantes e em linha com as demandas do mercado? O executivo da agência de talentos Asap, Eric Toyoda, listou algumas das práticas que devem ser adotadas pelos executivos durante o IT Forum Expo/Black Hat, que acontece nos dias 25 e 26 de novembro, em São Paulo.

Segundo o executivo, o momento atual de crise que afeta a economia reflete diretamente na vida dos gestores de tecnologia, que têm certo receio na hora de realizar investimentos. Porém, outro aspecto temporal também afeta o desempenho desses profissionais: a baixa média de permanência no cargo. 

De acordo com levantamento mostrado por Toyoda, o tempo médio que os CIOs brasileiros permanecem na função varia entre três e quatro anos, enquanto o ideal seria que eles ocupassem a posição por cinco anos, se levada em consideração uma perspectiva de carreira de 30 anos. “O primeiro ano serve para que o executivo se adeque ao core business da empresa. Os segundo, terceiro e quarto anos são os períodos em que ele colocará em prática tudo o que foi planejado. Já o quinto ano, é o fechamento de um ciclo, no qual geralmente ele começa a buscar oportunidades.”

Outro ponto que impacta diretamente no período em que o executivo fica no cargo é a adaptação do profissional às mudanças que o perfil da vaga exige. Toyoda ressalta que os CIOs ganharam mais importância nas organizações: se antes o mercado almejava profissionais que otimizassem a tecnologia e reduzissem custos, agora o perfil mais procurado são profissionais ligados à estratégia da companhia, focados em inovar e agregar valor ao negócio. 

“Os executivos, em especial CEOs e CFOs, não hesitam em mudar a liderança de TI quando ela está abaixo da performance ou não atende às expectativas. Outro resultado dessa mudança, é o constante assédio que os CIOs mais preparados recebem, pois as empresas não possuem plano de sucessão para seus profissionais”, relata.

A agenda do CIO também sofreu modificações. Segundo levantamento da Asap, 42% do tempo desse profissional é dedicado para atividades do negócio, como evangelização de TI, gestão de mudanças e atendimento às necessidades do negócio. Já 36% é utilizado com atividades do próprio core de TI, como gestão de projetos, recursos, governança e pesquisas. 

Perfil do CIO que as empresas buscam

As empresas também mudaram o tipo de perfil buscado para o cargo de CIO. Confira as principais características desejadas pelas empresas contratantes, segundo análise feita por Toyoda:

• O candidato deve unir background em TI e forte habilidade gerencial e estratégica, adicionalmente podem ser consideradas também:
• Capacidade na identificação e na implementação de novas soluções, como parte de uma estratégia de eficiência ou na eliminação de custos
• Capacidade para influenciar os outros líderes corporativos para traçar uma estratégia integrada para o negócio
• Capacidade de gerenciar equipes de TI e seus recursos de forma eficiente financeiramente

Fatores que influenciam a mudança na liderança de TI

Apesar do momento favorável para o CIO, muitas vezes alguns problemas podem atrapalhar o desenvolvimento dos projetos, o que reflete diretamente no líder da divisão. Segundo Toyoda, 50% dos turnovers acontecem pois o profissional não se adaptou à cultura da empresa, ao novo superior ou teve uma oportunidade melhor para a carreira. Outro problema considerado relevante é a desestrutura organizacional, que impede um CIO estratégico de desenvolver suas funções de maneira adequada, levando 20% dos profissionais a abandonarem o cargo. A baixa performance dos executivos no desenrolar do projeto totaliza apenas 5% dos casos, o que mostra que o profissional brasileiro geralmente consegue cumprir com as demandas apresentadas. Outros motivos, como aposentadoria, mudança de carreira ou período sabático somam 25% dos casos.

Após a mudança, o que fazer?

Quando as empresas optam por mudar o executivo líder da área de TI, elas se deparam com o questionamento acima. Qual a melhor opção: promover um profissional interno, realizar um job rotation ou recrutar alguém do mercado? Segundo Toyoda, existem vantagens e desvantagens em cada uma das escolhas, por isso é necessário levar em consideração a necessidade da organização no momento. 

Portanto, para estar preparado quando a necessidade surgir, o executivo destaca que é importante o CIO buscar autoconhecimento, alinhar com o departamento de Recursos Humanos da companhia quais os pontos que ele pode desenvolver, levando em consideração as informações obtidas nas avaliações e feedback da equipe, além de buscar orientação externa por meio de coaching de carreira e seguir realizando contatos, deixando-os sempre aquecidos. 

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