Interoperabilidade na saúde exige colaboração da indústria

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12:23 pm - 23 de setembro de 2014
Interoperabilidade na saúde exige colaboração da indústria

Estamos nos aproximando da National Health IT Week e este é um bom momento para pensar sobre como membros ativos de organizações de saúde podem ajudar a trilhar o caminho que leva à real interoperabilidade de serviços de saúde.

O setor está num ponto crítico – embora interoperabilidade seja vista como uma transformação radical dos sistemas de saúde, sua realização oferece desafios e barreiras únicas para o sucesso, que são problemáticas para todo o mundo. Será que a interoperabilidade real na saúde acontecerá? Acredito que sim. Mas, antes, personagens-chave do setor devem colaborar – e não confiar simplesmente nos planos nacionais – para alcançá-la. 

Recentemente, muito progresso foi alcançado no nível federal. Durante a última reunião mensal do Comitê de Políticas de HIT, do Escritório Federal de Coordenação Nacional para TI em Saúde, importantes planos de interoperabilidade para os próximos três, seis e dez anos, foram apresentados, com o objetivo de alcançar a troca mais eficiente de informações de saúde, melhorar a qualidade do setor, reduzir custos e incorporar dispositivos médicos e dados de saúde gerados pelo paciente, tanto para aumentar automação de troca quanto para crescer por todo o país.

Nos Estados Unidos, no entanto, todas as partes interessadas, incluindo serviços de saúde, compartilham a responsabilidade de direcionar inovação. Geralmente, quando abordagens inovadoras recebem apoio e crescem, o setor exige tempo extra para se alinhar e engajar fornecedores. Saúde é um setor extremamente complexo, e foi construído com base em uma longa história de esforços separados por silos. É hora para que todos os membros do setor reorganizem, coletivamente, as barreiras da interoperabilidade – sejam padrões técnicos centrais, certificação de produtos e serviços de TI de saúde, regulações de negócios, aspectos clínicos ou culturais de serviços de saúde, ou questões de segurança e privacidade – e assumir a responsabilidade de identificar possíveis soluções. Essa abordagem colaborativa por todo o setor pode diminuir, e muito, as barreiras, adotando e implementando padrões que aceleram a expansão da interoperabilidade.

Na enfermagem, por exemplo, esforços estão a caminho para mapear as diversas terminologias da área, aprovadas pela Associação Americana de Enfermagem, para os padrões nacionalmente endossados pelo SNOMED-CT e LOINC. Enquanto esse esforço não está livre de desafios, lideres de enfermagem estão comprometidos com o trabalho rumo ao futuro, quando os benefícios de dados comparáveis e compartilháveis serão percebidos.

Uma vez que o setor, como um todo, colaborar para alcançar a real interoperabilidade de serviços de saúde, algumas áreas significativas sentirão melhorias imediatas. Mais precisamente, existe uma tremenda oportunidade no espaço móvel. Até agora, o setor conseguiu realizar apenas padrões básicos de interoperabilidade para suportar e assegurar a troca de dados por meio de dispositivos móveis. Ainda assim, aplicativos estão sendo desenvolvidos rapidamente – 142 milhões de aplicativos móveis devem ser baixados até 2016 – e os líderes do setor devem garantir que essas informações estejam seguras e que o acesso à identificação do paciente é preciso e protegido. Em um espaço de rápida evolução, como o da mobilidade, é crucial que os padrões de interoperabilidade sejam flexíveis e facilmente implementáveis para que o processo de distribuição seja simples e se mantenha atualizado com o desenvolvimento móvel.

A real interoperabilidade da saúde irá causar impacto significativo e duradouro no sistema de saúde e irá entregar serviços de nível bem mais avançado. Indivíduos poderão confiar com mais consistência do que os prestadores tenham a informação necessária para oferecer cuidado eficiente e preciso, seja num hospital, em um centro de cuidados, clínicas populares ou consultórios médicos.

A interoperabilidade irá capacitar um sistema de saúde no qual dados são acessíveis e padronizados e podem ser trocados e compreendidos quando recebidos. Pacientes irão aprender com os resultados que foram alcançados por tratamentos específicos e serão capazes de tomar decisões bem informadas, com base em seu entendimento. Somos todos interessados no avanço da interoperabilidade da saúde e é hora de começarmos a trabalhar juntos para esse estado final desejado.

*Joyce Sensmeier é vice-presidente de informática da HIMSS, organização global focada em melhorar o setor de saúde por meio de TI. 

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