Inovação aberta: caminho ideal para parcerias entre startups e grandes empresas

Bayer promove debate sobre o tema e dá mais um passo para mudança interna rumo à transformação digital

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11:34 am - 05 de julho de 2018
Bayer - Agrotech Bayer - Agrotech

Os últimos anos estão sendo marcados por uma profunda transformação digital para a Bayer. Além de projetos internos, um dos principais focos da gigante multinacional alemã com foco em Ciências da Vida tem sido a aproximação com startups.

A empresa vive o mesmo desafio de diversas outras grandes companhias que estão nessa mesma jornada: a busca pela sinergia ideal com pequenas empresas inovadoras. Como lidar com questões como burocracia e expectativas, por exemplo?

Como parte das estratégias de aproximação e conscientização do seu público interno sobre a importância da inovação e startups, a Bayer promoveu na última quarta-feira (4/7) o encontro Agrotech, que reuniu grandes empresas e startups para discutir como a inovação aberta pode ajudar companhias já estabelecidas a navegarem no atual ecossistema de empreendedorismo e inovação.

Fernanda Eduardo e Alexandre Costa, IT Business Partners da Bayer, abriram o evento, realizado na sede da companhia em São Paulo (SP), com informações sobre a experiência que a Bayer está tendo com a inovação aberta. Na sequência, Lineu Andrade, responsável pelo centro de empreendedorismo tecnológico Cubo Itaú, contou como efetivamente é feita a conexão entre as contribuições do mundo das startups com a experiência do banco Itaú para a criação de novas tecnologias. Ainda, Maria Rita Spina Bueno, diretora do Anjos do Brasil, explicou todos os detalhes sobre o relacionamento das startups com investidores anjos.

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Com a palavra, empreendedores

Em seguida, foi realizado um painel de debate, que contou com participação de cinco empreendedores: Fernando Rosseti, cofundador da Perfect Flight; Emily Shinzato, COO da Treevia; Cristian Pensa, investidor anjo da Birmind; Roberto Matsuda, fundador do Fruta Imperfeita; bem como Jose Augusto Thomé, cofundador do Agtech Garage.

Para Rosseti, que lidera a empresa de análise de pulverizações aéreas no campo, a proximidade com grandes companhias é fundamental. “Muitas startups preferem seguir o caminho sozinho, mas a chance de errar é muito grande”, alertou.

Emily, cofundadora da startup que oferece tecnologias disruptivas para a automação florestal e que contribuam para o futuro sustentável das florestas, citou dois casos de sucesso dessa aproximação com companhias consolidadas. Uma delas foi um projeto com a Suzano Papel e Celulose, bem como uma parceria de inovação aberta com a Samsung, que forneceu tablets para que a Treevia pudesse implementar sua solução no dispositivo. Uma espécie de revenda de tablet, como definiu Emily.

Matsura também faz um alerta. “As parcerias são importantes, mas é preciso ter alinhamento. É muito fácil perder a essência da startup em função de oportunidades”, comentou o empreendedor, que cita o papel de conscientização social da sua startup, que reaproveita frutas não utilizadas por produtores (por questões estéticas) por meio de delivery, promovendo o consumo consciente.

Burocracia e dificuldade de fechamento de negócios e contratos são sempre pontos polêmicos da relação startup-grandes empresas. Pensa acredita que é uma questão muito difícil de ser mudada. Ele citou o caso de um contrato fechado com a consultoria EY, que precisou abrir mão de alguns requisitos para o projeto seguir em frente com um projeto.

Mas para encontrar o melhor caminho em busca de uma relação fértil, só há um caminho: diálogo. “Como hub, percebemos uma nova dinâmica de inovação. A capacidade de inovar é ligada à capacidade de se conectar”, completou Thomé, citando a importância de eventos como esse para aumentar o networking entre os dois lados.

Desafio de startups

O encontro foi finalizado com a apresentação das startups que foram selecionadas a partir do desafio “Como Business Inteligence e novos modelos preditivos podem tornar o planejamento e a tomada de decisão mais assertivos no agronegócio”.

As propostas dos empreendedores foram avaliadas por executivos da Bayer a partir dos critérios: caráter inovador da solução, prontidão da solução e potencial de mercado.

Participaram do desafio as empresas Androit Robotics, Agronow, Taranis, Ento+ e Hupdata. A vencedora foi a Taranis, startup israelense que oferece uma plataforma para captura de dados e sensorização da lavoura. A empresa ganhará 10 horas de consultoria de mercado com os executivos da Bayer.

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