Inmetrics quer crescer 30% no Brasil e na América Latina

Comemorando 20 anos de fundação, empresa se prepara para uma nova jornada nos Estados Unidos

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4:55 pm - 22 de setembro de 2022
Pablo Cavalcanti, CEO da Inmetrics Pablo Cavalcanti, CEO da Inmetrics

A Inmetrics começou em uma sala minúscula em uma incubadora dentro da Universidade de Campinas, a Unicamp. Esse ano, ao completar 20 anos de existência, a empresa comemora o início das operações não apenas no Brasil, mas na América Latina – e uma jornada para iniciar negócios também nos Estados Unidos.

Pablo Cavalcanti, cofundador e CEO global da companhia, em entrevista ao IT Forum, contou que nos dez primeiros anos, a Inmetrics cresceu 80%.

“Por volta de 2008, 2009, resolvemos trabalhar com o tema de qualidade, pois entendíamos que fazíamos uma dimensão da área e tínhamos outras no mercado. A empresa, então, teve outro crescimento expressivo. De lá para cá, evoluímos para ser uma companhia com portfólio digital completo.”

Em geral, a Inmetrics reúne a experiência de qualidade e performance em construção de aplicações robustas de missão crítica com arquiteturas modernas. “Em 2012, fizemos a incursão para a América Latina e abrimos operações em Santiago e em Bogotá. Agora estamos começando o processo para ir para os Estados Unidos”, comenta.

Segundo ele, esse é um desafio, por ser um mercado grande e bastante especializado. Nesse início, Pablo nos confidencializa que o investimento é de US$ 2 milhões. “O importante é ter o front-end in loco – o contato com o cliente, vendas e o CEO regional. Mas todo o time de delivery estará no Brasil.”

A expectativa é de que até o fim do ano toda a burocracia necessária já esteja cumprida e as operações iniciadas. Atualmente, a Inmetrics tem dois clientes que a contratam diretamente pelo Brasil. A ideia é que esses e outros clientes possam contratar a companhia por lá.

E o universo de empresas é vasto. “Hoje, temos muitas verticais, como telecom, indústria e utilities. Temos uma concentração importante em mercado financeiro (meios de pagamento, bancos e seguradoras), mas também uma entrada em praticamente todas as áreas”, afirma Pablo.

O mercado de startups de tecnologia também é importante para Inmetrics. Ainda que sejam empresas pequenas, elas têm que investir em tecnologia. Não importa tanto o setor, mas o quão dependente de tecnologia a companhia é.

“Não faz sentido falar com uma cadeia pequena de varejo que é tudo loja física, porque o investimento em tecnologia é muito baixo e ela não está pensando em transformação digital. Varejo é um bom exemplo disso: é um setor descentralizado e a diferença entre um investimento entre os grandes players e os pequenos e médios é gigante”, exemplifica Pablo.

Para esse ano, a Inmetrics espera crescer 30% no Brasil e um número médio similar na América Latina. Pablo também conta que a ideia é, em três ou quatro anos, talvez abrir IPO da companhia.

“A América Latina cresce pouco mais do que o Brasil, mas também é bastante diverso. O Chile, por exemplo, cresceu menos, e a Colômbia, mais. No geral, ao tirar uma média, todos estão próximos”, afirma o executivo.

Além disso, entre os países atendidos pela companhia (maior parte deles países andinos – não há, por exemplo, operações no Uruguai ou clientes na Argentina), há a percepção de um certo atraso em relação ao Brasil do ponto de vista tecnológico. “Se olhamos para os Estados Unidos, eles estão três ou quatro anos a frente de nós. Se olhamos para a América Latina, é o efeito contrário. E essa nossa experiência e altos volumes de entrega, nos ajudam a trabalhar nesses países”, diz Pablo.

Ao falar do mercado, o executivo cita que o termo transformação digital está desgastado. ”Todo mundo já entendeu que quando se fala de transformação digital o chamado é para mudanças culturais, de forma de pensar, tudo isso antecede a parte digital de verdade. Dentro de transformação digital, transformação é muito mais importante que o digital”, frisa.

Segundo Pablo, daqui para frente, as empresas precisarão escolher em que arenas elas vão competir. Se elas querem competir com a elite digital, querem ser um player digital ou estarão fora desse jogo.

“Quando a gente fala de elite digital a gente consegue medir o que tem em termos de capabilities digitais que ou outros negócios precisam chegar. A gente fala muito mais em evolução digital do que transformação digital, porque é uma jornada e não um processo com início, meio e fim”, finaliza.

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