Hidrovias do Brasil adota analytics e conquista salto na produtividade  

Em um ano, empresa passou de dois projetos-pilotos para a formação de um centro de referência da tecnologia que já conta com 82 novos projetos

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8:04 pm - 22 de abril de 2021

A engenheira de automação, Ana Raquel Siqueira, tem um currículo de base voltado para a área de tecnologia, incluindo um mestrado em engenharia elétrica com foco em Inteligência Artificial. Os desafios que enfrentou em diferentes empresas, passando pela experiência na docência, somado a um aprendizado formal em engenharia, tecnologia e gestão empresarial, possibilitaram um crescimento que a levou a atuar em vários cargos de liderança como, hoje, a que exerce como Gerente de TI da Hidrovias do Brasil.

Logo no início da sua trajetória, ainda estudante, Ana Raquel começou a estagiar no Grupo Promon Engenharia, onde ficou 20 anos e passou por diversas empresas do grupo, sempre com o fio na tecnologia, como gosta de ressaltar. “Eu fui mudando justamente pelo acúmulo de conhecimento e pela maturidade em relação à tomada de decisão e ao enfrentar os posicionamentos de tecnologia de cada empresa”, diz.

De BI à Analytics

A Hidrovias do Brasil (HSBA), empresa de soluções logísticas integradas, nascida de uma startup, possui ferramentas de Business Intelligence (BI) desde 2014, logo após a implantação do sistema ERP SAP. Com os Projetos de ERP, BW e BI em pleno funcionamento, os cenários de negócio mudaram e, com isso, aumentou a necessidade de suporte aos relatórios e, consequentemente, a demanda para a equipe de TI, explica.

A engenheira assume a gerência da área diante desse cenário. Então, em 2019, iniciou-se a transformação para o mundo de analytics, cujo projeto foi batizado de Drakkar – nome dado aos navios Vikings versáteis, rápidos e flexíveis, que tinham a capacidade de transportar tanto guerreiros, como passageiros e mercadorias. Pela iniciativa, Ana Raquel foi reconhecida pelo prêmio Executivo de TI do Ano 2021, na categoria Produtividade.

Projeto Drakar: a era de Analytics

O Projeto Drakkar tinha como objetivo implantar as disciplinas de analytics na Hidrovias, utilizando suas disciplinas de BI, big data, data science, IoT, IA e machine learning para prover análises prescritivas e preditivas importantes para o negócio e tomada de decisão. O projeto, então, focou inicialmente em duas variáveis de produtividade sensíveis e estratégicas para a Hidrovias:

O Projeto de Telemetria dos Empurradores, no Paraguai, teve como objetivo prover aos capitães informações provenientes da análise dos 360 sensores das embarcações. Como resultado, a empresa conseguiu implantar seis empurradores azimutais (barco com capacidade de dar um giro de 360º); mais de 360 milhões de registros gerados (15 milhões por mês/empurrador); utilização de técnicas de data science e machine learning para prover análises preditivas e prescritivas para os capitães.

O Projeto de Recebimento Rodoviário de Grãos, no Pará, teve como objetivo prover aos gestores de planejamento operacional informações mais precisas para gestão de processos. Entre os vários resultados, além de gerar a integração com Google Maps e Climatempo para previsibilidade de tráfego, a equipe passou a utilizar técnicas de data science e machine learning para identificação de impactos na produtividade do terminal, no recebimento de grãos por causa do clima, trânsito, reputação da transportadora, safra, originação e tempo do processo.

Hoje, a empresa conta com 82 projetos que contam com a ferramenta de analytics, em diferentes áreas da empresa; 50 usuários exploradores que desenvolvem seus próprios dashboards, gerando 1TB/mês de dados de IoT, que através de machine learning e técnicas de IA proveem análise preditivas e prescritivas para tomadas de decisão operacionais, táticas e estratégicas.

Para gerenciar a equipe, que contou com sete parceiros tecnológicos de infraestrutura, software e IoT com perfis muito diferenciados, Ana Raquel manteve o follow up frequente do projeto e adicionou rituais da metodologia ágil, como reuniões diárias para manter a proximidade da equipe. Para ela, o apoio da direção e a escolha dos parceiros/fornecedores foi essencial para o sucesso do projeto.

“2021 vai ser muito especial, porque essa equipe de analytics vai virar um Centro de Competência de Analytics. Além de ser uma equipe de TI para fazer os projetos acontecerem, ele vai ter ainda como meta reforçar a metodologia, a importância, disseminar práticas de analytics, apoiar novas iniciativas e ser, principalmente, guardião do engajamento”, conta Ana Raquel, vencedora do Prêmio Executivo de TI do Ano.

Finalistas do Executivo de TI do Ano 2021 – CIO

Categoria Produtividade

Vencedor – Ana Raquel Calais Siqueira – IT Manager, Hidrovias do Brasil

Vencedor – Renato Alves Costa – CIO, Odontoprev

Finalista – Dario Soares de Almeida – Gerente Executivo de Arquitetura de Sistemas, CCEE

Finalista – Elzira Piazza – Gerente de Tecnologia, Engeform Engenharia

 

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