Um olhar avançado sobre o futuro tecnológico: a IA dos próximos anos

O panorama da IA em 2024 reflete uma ascensão notável da inteligência artificial generativa (GenAI) nas empresas

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8:45 am - 22 de janeiro de 2024
IA, Inteligência Artificial, IA generativa, empr Imagem: Shutterstock

Diante da velocidade das transformações digitais em curso, se torna imperativo antecipar não apenas os desafios iminentes de 2024, mas também os cenários de médio e longo prazo quando tratamos de tecnologia. A rápida aceleração das inovações em inteligência artificial (IA) está promovendo uma revolução no cenário, trazendo desenvolvimentos que ultrapassam as fronteiras das expectativas convencionais. Como podemos nos posicionar estrategicamente e o que aguarda a IA em termos de transformações profundas, com seus impactos tanto na sociedade quanto nas empresas?

O panorama da IA em 2024 reflete uma ascensão notável da inteligência artificial generativa (GenAI) nas empresas. Segundo uma pesquisa do Gartner, de outubro de 2023, 45% dos tomadores de decisão indicam que suas organizações estão em fases de teste da GenAI, e 10% já implementaram a tecnologia em seus processos de produção.

Ainda, conforme o instituto de pesquisa, até 2026, mais de 80% das empresas devem incorporar modelos ou interfaces de programação de aplicações de IA e GenAI ou aplicações capacitadas por essas tecnologias em sua atuação. Esses dados indicam um crescimento substancial em comparação com a modesta estimativa de 5% projetada para o ano de 2023. Essa previsão sinaliza não apenas uma tendência ascendente, mas também evidencia a rápida expansão da tecnologia nas estratégias operacionais das empresas nos próximos anos.

Os LLMs como protagonistas

Uma das áreas mais promissoras para os próximos anos é a evolução dos Large Language Models (LLMs). Estamos testemunhando não apenas avanços notáveis em desempenho, mas também uma mudança de paradigma em direção à redução de complexidade. À medida que nos aproximamos de 2024, os LLMs não são mais encarados como ferramentas complexas, mas como soluções transparentes e acessíveis. O foco nessa transição é vital para a adoção generalizada da IA, pois aborda uma das maiores barreiras: a compreensibilidade.

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A redução de complexidade não se limita apenas ao desenvolvimento técnico, mas também é uma revolução que impactará diretamente os custos associados à implementação de LLMs. Estamos entrando em uma era em que a inteligência artificial de alto nível não é um luxo exclusivo para as grandes corporações, mas uma realidade mais próxima para um número mais amplo de empresas. A democratização da IA é uma tendência que não deve ser subestimada, promovendo inovações em setores anteriormente inexplorados.

O lado social da inteligência artificial

Olhando para além dos corredores corporativos, é crucial destacar as implicações sociais da IA nos próximos anos. O impacto não se limita a eficiências operacionais, mas se estende a mudanças fundamentais na forma como as pessoas vivem e trabalham. O surgimento de assistentes virtuais altamente inteligentes, por exemplo, pode alterar dinâmicas tradicionais de emprego, exigindo uma adaptação rápida da força de trabalho. É papel das lideranças promover o melhor ambiente possível para capacitação e transição fluida dentro do quadro de funcionários.

Além disso, a IA está se tornando um catalisador para soluções inovadoras em problemas globais. A capacidade de processamento avançada e a análise preditiva dos LLMs estão sendo aplicadas em diversas áreas, como saúde, sustentabilidade e segurança. A previsão de surtos de doenças e a otimização de cadeias de suprimentos para reduzir o desperdício e aprimoramento da segurança cibernética são apenas alguns exemplos tangíveis das contribuições positivas da IA para o mundo.

A ética na inovação

A transparência na tomada de decisões dos algoritmos e a equidade no acesso e na aplicação são questões críticas que devemos abordar proativamente à medida que a IA se torna cada vez mais parte das nossas vidas. A responsabilidade corporativa no desenvolvimento e implementação da IA é um pilar essencial para garantir que os benefícios sejam distribuídos de maneira justa e equitativa.

À medida que contemplamos o horizonte, projetando o futuro da IA, consideramos também a entrada da solução em uma fase maior de maturidade. No entanto, essa evolução não deve ser confundida com complacência. Os líderes na vanguarda da inovação em IA têm a responsabilidade de conduzir essas tecnologias de maneira ética, garantindo que seu impacto positivo seja sentido por toda a sociedade.

Destaque para a regulamentação

A audiência pública da Comissão Temporária sobre Inteligência Artificial no Brasil (CTIA), realizada em outubro, trouxe à tona a urgência de regulamentação do uso da IA. Senadores e especialistas destacaram a necessidade de princípios fundamentais, como igualdade de direitos, não discriminação e centralidade no elemento humano, para orientar o projeto de lei em discussão. O desafio consiste em criar uma norma equilibrada que ofereça segurança jurídica sem limitar o desenvolvimento educacional, tecnológico e a criação de novos negócios no país.

No centro do debate, está a busca por uma regulamentação que não impeça a inovação tecnológica, mas que coloque o ser humano como prioridade. Foi destacada a importância de um marco regulatório para o setor, enquanto surgiam algumas preocupações a respeito de receios de que o Brasil possa ficar para trás em relação à inovação. A necessidade de um ecossistema regulatório adaptado à realidade brasileira e a ponderação sobre a imposição de responsabilidades desconhecidas foram temas recorrentes.

A transparência emergiu como um elemento crucial na discussão, com especialistas defendendo que o Brasil pode se tornar uma referência ao estabelecer regras que assegurem sistemas comprometidos com a transparência. Além disso, a discriminação algorítmica, questões laborais e a necessidade de compreender os riscos específicos para o Brasil foram destacadas como elementos críticos na formulação da regulamentação. Em um cenário de rápida evolução tecnológica, o desafio é equilibrar a inovação com a proteção dos direitos individuais, refletindo a complexidade ética, social e econômica brasileira – a tendência é que observemos atualizações nesse sentido no curto prazo.

Software 3.0 

A nova geração de ferramentas de desenvolvimento de software representa uma revolução, marcando a transição de abordagens tradicionais para um modelo centrado em inteligência artificial. Este avanço transformará a maneira como interagimos com as ferramentas de desenvolvimento de software e processamento de dados, tornando a programação mais acessível e intuitiva.

Ao invés de linhas complexas de código, os desenvolvedores poderão construir aplicativos completos utilizando instruções simples em linguagem natural, resultando em um software que utiliza modelos de aprendizado de máquina, como os LLM, para realizar tarefas que não foram explicitamente programadas. Isso facilitará o desenvolvimento de aplicações, onde até mesmo indivíduos sem conhecimento técnico profundo poderão criar soluções específicas para suas necessidades. Além disso, a integração de dados multimodais, como texto, imagem e voz, oferecerá uma compreensão mais abrangente e interativa dos dados.

Com a emergência do Software 3.0, espera-se uma democratização no desenvolvimento de software, permitindo que uma gama mais ampla de pessoas e empresas aproveitem o poder da IA para inovação e eficiência operacional.

Enquanto os LLMs assumem um papel central na evolução da IA, com avanços notáveis em direção à redução de complexidade e custos associados, a dimensão ética, paralelamente, vai se tornando ainda mais crucial. O cenário social da IA nos próximos anos não se limita apenas a eficiências operacionais, mas também abrange mudanças fundamentais na forma como vivemos e trabalhamos. A entrada massiva da IA em diversos setores, incluindo saúde, sustentabilidade e segurança, exige uma abordagem regulatória robusta para garantir transparência, equidade e responsabilidade.

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Leonardo Santos

CEO da Semantix

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