Fusão da Vodafone e da Three UK enfrenta investigação formal de antitruste

A Autoridade de Concorrência do Reino Unido iniciou uma investigação formal sobre a fusão planejada entre as empresas

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3:55 pm - 22 de março de 2024
Imagem: Shtuterstock

O mercado de telecomunicações do Reino Unido se prepara para mudanças significativas com a fusão entre a Vodafone e a Three UK no horizonte. Avaliada em US$ 19 bilhões, a proposta visa unir duas das principais operadoras de rede móvel do país, reduzindo o número de grandes players no mercado. No entanto, o acordo enfrenta escrutínio rigoroso da Autoridade de Concorrência e Mercados do Reino Unido (CMA), que está preocupada sobre possíveis aumentos de preços para os consumidores e impactos nos investimentos futuros em infraestrutura.

Nove meses após os primeiros planos de uma fusão no valor de US$ 19 bilhões entre a Vodafone e a Three UK terem sido divulgados, nesta sexta-feira, a CMA anunciou uma investigação formal sobre o plano de fusão. As empresas estabeleceram um prazo até o final de 2024 para concluir o acordo, que poderá reduzir os principais operadores de rede móvel do Reino Unido de quatro para três, com a EE e a O2 sendo diretamente impactadas com o negócio.

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A análise de mercado realizada pela CMA revelou que uma fusão entre as duas empresas resultaria na maior operadora em termos de receita, detendo quase um terço do mercado. Isso levanta preocupações à CMA de que a empresa combinada teria menos incentivo para “competir agressivamente”, uma vez que estaria em uma posição de liderança. Por outro lado, a necessidade de oferecer um serviço diferenciado pode impulsionar investimentos adicionais para aprimorar a cobertura e a qualidade da rede.

“Nossa avaliação inicial deste acordo identificou preocupações que poderiam resultar em preços mais altos para os clientes e menor investimento nas redes móveis do Reino Unido”, disse Julie Bon, vice-chefe conselheira econômica da CMA, em comunicado. “Essas preocupações justificam uma investigação detalhada, a menos que a Vodafone e a Three possam apresentar soluções”.

Um relatório da Balanced Economy Project, organização antimonopólio, concluiu que uma fusão entre Vodafone e Three poderia resultar em aumentos nos preços para os consumidores, variando de £ 5 a £ 25 por mês. Estudos anteriores sobre fusões semelhantes de quatro para três, citados pela Vodafone e pela Three, pelo contrário, sugerem que não haveria um impacto significativo nos preços.

No entanto, um estudo realizado após a fusão da Vodafone Hutchison Australia com a TPG Telecom, em 2020, indicou que os preços aumentaram. Além disso, o investimento das operadoras australianas diminuiu em 45% entre 2018 e 2023.

“Embora a Vodafone e a Three tenham feito várias alegações sobre como seu acordo é bom para a competição e o investimento, a CMA não viu evidências suficientes até o momento para respaldar essas alegações”, disse Bon.

Uma questão em destaque é o controle da Three pelo conglomerado CK Hutchison Holdings, sediado em Hong Kong, sujeito à lei de segurança nacional da China de 2020. O Unite the Union, sindicato britânico e irlandês, demonstrou preocupações de que, como subsidiária de uma empresa de Hong Kong, a Three possa ser obrigada a compartilhar dados sensíveis com o governo chinês.

O Reino Unido introduziu a Lei de Segurança Nacional e Investimento em 2022, com um histórico de bloqueio de acordos entre entidades do Reino Unido e empresas chinesas.

*Com informações do TechCrunch

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Redação

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