Fortinet debate inspirações e dificuldades de mulheres no mercado de trabalho

Empresa faz evento com profissionais da área para inspirar outras mulheres

Author Photo
9:33 am - 28 de março de 2024
Fortinet faz evento para empoderamento feminino

Em 2019, a Fortinet criou o grupo “Women’s Network LATAM”, que possui atuação na América Latina e o Caribe. Atualmente, o grupo possui mais de 270 mulheres, cuja missão é ser uma comunidade de networking forte e solidária que promova o desenvolvimento profissional de muitas mulheres que compõem a Fortinet na América Latina.

Para fechar o mês das mulheres, o grupo realizou um evento na sede da empresa, em São Paulo, com convidadas trocando suas experiências e como melhorar o mercado de trabalho de tecnologia para as mulheres.

Erica Mesquita, diretora de Field Marketing Latam da Fortinet, dividiu com o público a necessidade que sentia de ser mais “dura” no trabalho para que fosse ouvida e respeitada. “A gente aprende a leveza com o tempo. Mas aprendi que eu posso tirar essa máscara e esse peso. Antes, nas duas últimas empresas que eu trabalhei, sempre fui chamada de ‘lá vem a Erica, ela é brava’. Mas eu pensava eu não sou brava, eu sou tão leve e animada, mas não conseguia ser, porque a gente tinha que falar mais alto, mais forte, bater na mesa, senão a gente não era escutada.”

“Ainda tem homens que fazem esse tipo de comentário para mulheres”, concorda Elizete Silva, diretora de cibersegurança Brasil da ScanSource. Perguntas como ‘você está nervosa?’ em um momento emocionalmente intenso, para ela, é uma forma de autodefesa deles, uma maneira de desestabilizar o emocional.

Leia também: 9 mulheres relatam suas trajetórias e inspiram futuras líderes na TI

“Quantas vezes eu fui chorar no banheiro?’ por sentir que a minha voz não ecoava com a devida importância por ser mulher, quando eu queria resolver um problema, levar uma solução importante. Esse mundo masculinizado está derretendo. Eu preciso agir como eles? Não. A gente não precisa se masculinizar para estar na tecnologia, na engenharia ou na liderança”, frisa Elizete.

E, por mais que muitas mulheres ainda escutem que a engenharia não é para ela, ou ser presidente não é para ela, muitas desbravaram a tecnologia há décadas. É o caso de Patricia Guelfi, diretora de marketing Brasil da TD Synnex. Ela comemora não ter entendido muitas de suas discriminações, mas que isso a ajudou a não se afetar.

“Nós temos que nos ver sempre como alguém que está fazendo parte de uma história. Esse tipo de discussão é algo muito novo, e eu tive a arrogância de começar nesse mercado muito jovem. Eu não pensava muito se era uma tarefa para homem ou mulher”, complementa Carla Santos, diretora de cloud Latam da Ingram Micro.

Patricia acrescenta ao dizer que “contar como a gente caminhou ajuda. Eu não nasci na posição que eu estou hoje e, às vezes, as pessoas não estão buscando as mesmas coisas. Não estão buscando ser diretoras, mas estão buscando os espaços que querem. Elas precisam ver que tem pista para isso.”

Olhar para essas mulheres é o que, muitas vezes, empodera outras. Para Eva Pereira, vice-líder da Woman in Cybersecurity, quando são contadas histórias e cada uma vê as pessoas que passaram por sua vida, também é uma forma de inspirar.

“Uma decepção te faz ir para frente, algo que você acha que é ruim te faz ir para a frente. Além de ter pessoas para se inspirar, é olhar para dentro e pensar qual lição a vida está me dando. Eu não tinha ninguém de referência quando eu comecei, eu nem sabia o que eu estava fazendo. Mas eu fui. Inspirar é contar para as pessoas que elas podem ir”, reflete Eva.

Por outro lado, ser uma inspiração pode causar um pouco de receito. Esse foi o caso de Carla Santos, diretora de cloud Latam da Ingram Micro. “Quando eu escutei ‘sua história me inspira’, isso me travou. Aquilo me fez parar, porque se eu pensasse e fizesse a autoavaliação, eu era uma máquina de execução. E em algum momento eu pensei que ser leve, espontânea, faria com que os homens do mercado não me respeitassem. Então eu cheguei ali de uma maneira um pouco dura.”

E ela dá o mesmo conselho de Erica: sejam leves. “O caminho é duro, mas ele é duro se formos leves ou rígidas. hoje eu tenho muito mais claro o que é rigidez e o que é disciplina. O que me colocou mais para a frente foi ter disciplina.”

Siga o IT Forum no LinkedIn e fique por dentro de todas as notícias!

Author Photo
Laura Martins

Jornalista com mais de dez anos de atuação na cobertura de tecnologia. É a quarta jornalista de tecnologia mais admirada no Brasil, pelo prêmio “Os +Admirados da Imprensa de Tecnologia 2022” e tem a experiência de contribuições para o The Verge.

Author Photo

Newsletter de tecnologia para você

Os melhores conteúdos do IT Forum na sua caixa de entrada.