FICO anuncia plataforma com APIs abertas em evento

Bill Waid, executivo da companhia, dá detalhes de nova estratégia global

Author Photo
8:20 am - 17 de abril de 2024
Bill Waid, Chief Product & Technology Officer da FICO Bill Waid, Chief Product & Technology Officer da FICO

A FICO acaba de anunciar a abertura de APIs em sua plataforma no evento FICO World 2024. Agora, promete a empresa, os clientes podem embarcar rapidamente em uma gama mais ampla de casos de uso e acessar um ecossistema de fontes de dados e análises mais robustas e abrangentes.

Em entrevista, Bill Waid, Chief Product & Technology Officer da FICO, explica que o anúncio permite modularidade na forma como os clientes consomem os recursos da plataforma, criando uma listagem de registro e gerenciamento de endpoints de API que eles próprios criam na Plataforma. Além disso, permite que os próprios parceiros registrem suas APIs na Plataforma FICO.

“Há uma série de razões pelas quais nossos clientes solicitaram isso, uma delas é a tomada de decisões. O cliente precisa tomar medidas para um empréstimo ou precisa obter dados de contato para agir por meio de comunicação e as APIs ajudam. Os bancos, em particular, têm muitas APIs, especialmente se estiverem seguindo os padrões do Open Banking. É uma grande coisa no Brasil em particular. Portanto, gerenciar essas APIs pode ser complexo”, explica Waid.

A complexidade em torno da capacidade de ter uma listagem e um catálogo, além de controlar o que elas fazem e quem tem direitos de autorização para usá-las e gerenciar isso é gigante, assim como a capacidade de medir o uso, segundo o especialista.

Leia mais: Plano da área de parceiros da FICO é ser maior do que vendas diretas mundialmente

Com o anúncio do API Management, não apenas os clientes da FICO poderão se beneficiar, mas os parceiros da companhia, poderão levar suas próprias APIs para a plataforma, assim como fazer acordos diretamente com os clientes sobre como usá-las.

“Há uma demanda reprimida de nossos clientes por esses dados de parceiros. Isso permite que o parceiro e os clientes trabalhem diretamente por meio da plataforma FICO. Mas, além dos dados, são os serviços. Há uma série de serviços aos quais os clientes bancários precisam ter acesso, incluindo coisas como o snow flake. Muitos de nossos clientes usam ferramentas para obter acesso aos dados do snow flake por meio de uma API”, relata Waid.

Outro ponto crucial de APIs abertas é a segurança desse ecossistema. O executivo explica que a FICO usa o conceito de Confiança Zero. Em primeiro lugar, o próprio registro das APIs é controlado por terceiros ou pelo cliente. Nesse caso, eles precisam de direitos de autenticação e autorização para usar a plataforma, o que significa que eles precisam estar inscritos. Ou seja, autenticação e autorização são o mínimo para registrar a API.

“A segunda etapa é que, para promover isso em uma publicação, eles precisam ser parceiros certificados registrados, de modo que esse parceiro deva atender a determinados requisitos de terceiros exigidos por lei. Mas também existe um processo de verificação de terceiros para garantir que eles sejam credíveis. E há termos contratuais que acompanham isso também. Então eles não conseguem nem chegar ao registro da API pública até que isso ocorra”, destaca Waid.

Uma vez registrado, para implantar a API, a FICO usa uma abordagem baseada em Service Mesh para a execução de API. Essa abordagem tem vários níveis de segurança, começando com um WAF baseado em políticas e configurado para cada um dos clientes para seu acesso singular à API. Cada cliente tem sua própria autenticação. Cada cliente tem sua própria autorização. E isso fica em uma estrutura MTLS.

Pergunto o que fez a FICO decidir sobre a abertura de APIs. Waid comenta que a companhia já tem uma arquitetura baseada em componentes há muito tempo. E, apesar de ter benefícios, também há desvantagens. Uma delas é que essa arquitetura tende a ser monolítica.

Com a abertura de APIs, há uma decomposição dos serviços da plataforma em um nível mais finito, o que facilita a ideia de composição, que é um fator chave para os clientes, porque existe o conceito de reutilizar ativos de dados e criar vários casos de uso a partir disso, que facilita melhor retorno comercial.

“Também tem o benefício de abrir APIs para nossos clientes e parceiros já que há uma demanda reprimida para que os clientes usem esses serviços em suas composições. Com isso, não há distinção entre uma API FICO ou uma API de parceiro, a não ser o fato de ser um serviço prestado por um parceiro. E isso promoverá a comunicação direta e a criação direta de serviços por nossa rede de parceiros para aumentar o que nossos clientes fazem hoje na plataforma FICO”, comemora o executivo.

FICO além da API aberta: gêmeos digitais

A FICO também anunciou em seu evento o desenvolvimento de simulação de negócios e gêmeos digitais. Agora, os clientes podem usar as últimas inovações em IA para considerar restrições complexas, como orçamento disponível, lucratividade desejada e participação de mercado, além de refinar novas estratégias de preços para descobrir as ações ideais que precisam tomar.

Waid explica que, atualmente, para encontrar o melhor preço é preciso construir alguns modelos, estratégias e fazer segmentações para obtê-lo. O cliente implanta toda a estrutura, mas as variantes acontecem a todo momento: qual a média de preço? E se houver uma detecção precoce de pré-inadimplência e for preciso oferecer um novo produto para resolver o problema? Ou seja, como muitos outros aspectos do ciclo de vida de um banco, transcende muitos casos de uso.

“Com esse histórico, o gêmeo digital é mais do que apenas precificar originações e simulações. Também é simulação para as coleções. Também é simulação para treinos de pré-inadimplência. Então, o que você precisa para começar a pensar de maneira diferente é que esse não é mais o caso de uso. É o ativo real. Nesse caso, uma combinação de modelos, estratégias e segmentações usadas para precificação aplicada a um conjunto muito específico de cenários de negócios”, revela ele.

Ele continua: “em resumo, digamos que você faça como um desenvolvimento inicial, execute algumas simulações, crie suas segmentações, seus modelos analíticos e seus preços. Alguém vai mudar esses modelos de segmentação. Alguém vai mudar esses modelos, esse modelo preditivo, alguém vai mudar os dados que chegam.”

O gêmeo digital está focado na ideia de ser capaz de examinar um número de permutações de resultados, mas também é o mecanismo para validar que, quando são feitas alterações nas estratégias, elas estão indo na direção desejada, especialmente quando há múltiplas partes interessadas.

*a jornalista viajou a convite da empresa

Siga o IT Forum no LinkedIn e fique por dentro de todas as notícias!

Author Photo
Laura Martins

Editora do IT Forum. Jornalista com mais de dez anos de atuação na cobertura de tecnologia. É a quarta jornalista de tecnologia mais admirada no Brasil, pelo prêmio “Os +Admirados da Imprensa de Tecnologia 2022” e tem a experiência de contribuições para o The Verge.

Author Photo

Newsletter de tecnologia para você

Os melhores conteúdos do IT Forum na sua caixa de entrada.