Ex-todo poderoso do Tinder dá ‘unmatch’ com o Vale do Silício

Navin Ramachandran deixou mundo dos negócios para embarcar em uma jornada espiritual. Hoje é uma das vozes mais ativa contra a indústria do bem-estar 

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10:32 am - 19 de abril de 2021

A vida de Navin Ramachandran poderia ser um grande clichê hollywoodiano, não fossem os finais felizes (e outros nem tanto) antes de seus muitos fins. Indiano, nascido na cidade de Ernakulam, o engenheiro de 49 anos morreu e nasceu muitas vezes, até conseguir quebrar a própria identidade para chegar a um lugar vazio, onde tudo é possível.

Essa jornada com sotaque “hipponga” não começou num tapete de yoga, embora tenha passado por ele. O processo nasceu mesmo no improvável Vale do Silício, onde Ramachandran acumulava os cargos de COO do Match Group global e CEO do Match Group na América Latina e Ásia. O Match Group é o conglomerado que controla o Tinder, OkCupid, Hinge e outras várias plataformas de namoro/paquera virtual.

Do alto do mais alto cargo hierárquico de sua vida, com o maior salário que recebeu, o executivo sentia que preencher a conta bancária não aplacava seu vazio. A inquietação o acompanhava há tempos, e esteve presente nas passagens de Ramachandran pelas empresas i2Technologies, Amyris e McKinsey & Company. Estava presente antes mesmo do indiano deixar sua terra natal para abraçar, em 1995, uma bolsa de estudos na americana Case Western Reserve University.

Em conversa exclusiva com ao IT Forum, direto da fazenda na Índia, onde pretende construir um “centro de cura sem ladainha”, onde os visitantes pagam apenas o que puderem, Ramachandran revela em primeira mão o seu processo e porquê muitas pessoas “espiritualizadas”, do Vale do Silício e além, reprovam sua nova postura.

“Elas acham que eu estou rejeitando suas práticas ou crenças, ou que estou atacando sua metodologia”, diz. “O que eu não apoio é o capitalismo espiritual, que é uma doença e acho que é pior que o capitalismo em si. Se alguém me obrigar a escolher entre um e outro, eu escolho o capitalista, porque pelo menos eles são mais honestos”.

Acompanhe a seguir a entrevista na íntegra.

IT Forum – Profissionalmente falando, você chegou a uma posição de muito destaque. Com um bom salário, muitas viagens internacionais e cercado de gente interessante. Para muitos, uma carreira assim é sinônimo de sucesso e de felicidade, mas sua perspectiva é bastante diferente, né?

Navin Ramachandran – Eu sempre desconfiei que existe mais na vida do que isso. Mais do que dinheiro, sucesso e toda essa história. De fato tive ótimas oportunidades profissionais, e por vezes me peguei pensando se não seria mesmo essa a resposta que eu tanto buscava. Cheguei a acreditar que, talvez, quando eu tivesse US$ 1 milhão seria diferente. Ainda que uma voz lá no fundo me dissesse que esse não era o caminho, eu o segui por um tempo.

IT Forum – E o que aconteceu?

N.R. – O que aconteceu é que eu entrei numa montanha-russa. Ganhei muito dinheiro já no meu primeiro emprego, mesmo não ocupando uma posição de destaque. É que quando eu entrei para o time, as ações eram vendidas a uns US$ 6 e, quando saí, os papéis valiam mais de US$ 400. Ganhei muito dinheiro mesmo, mas gastei absolutamente tudo. Comecei um ciclo de ter e gastar muito dinheiro até perceber que, no meu caso, naquela época dinheiro me deixava mais ansioso que confortável.

IT Forum – Como gastava todo esse dinheiro?

N.R. – Eu pedia demissão e viajava para algum lugar, pensando que viveria uma epifania que me traria todas as respostas. Mas essa catarse nunca chegava, e meu dinheiro era finito. Então eu voltava e trabalhava de novo. Quando eu começo um novo desafio profissional, eu tendo a performar bem e conseguir sucesso financeiro, mas continuava no ciclo de grandes ganhos e perdas.

IT Forum – E isso teve fim como?

N.R. – Quando o Match Group abriu seu capital, eu obviamente ganhei mais dinheiro e meus colegas também. Pela primeira vez, porém, percebi que o dinheiro corrompia não apenas a mim, mas a todos que me cercavam. O dinheiro estava destruindo relações. Éramos um grupo muito próximo de amigos, mas vi que com a chegada do dinheiro nos despedimos de alguns valores fundamentais. Foi então que eu decidi deixar para trás tudo isso.

IT Forum – Quanto tempo levou para você tomar essa decisão, de romper com aquele momento da sua vida?

N.R. – Isso aconteceu quando o (Donald) Trump estava concorrendo à presidência dos Estados Unidos, em 2016. Muita gente dizia, na época, que se ele chegasse à Casa Branca, eles deixariam os Estados Unidos. Até o Barry Diller, que era o chairman da IAC (conglomerado de empresas de internet, como Vimeo e Investopedia), disse isso, que iria se mudar pro Canadá. Pra mim, essa eleição foi parte do processo. Eu saí da empresa em novembro, logo após o Trump ser reconhecido como presidente e de uma série de fatores que mostravam que aquele não era mais o meu caminho a seguir.

IT Forum – E você acha que o Vale do Silício é um lugar diferente? Quer dizer, todo mundo sabe que há muito dinheiro por ali, mas é uma região com pessoas, digamos, menos “conservadoras”

N.R. – Ah sim, eu fazia parte de um grupo de executivos de grandes empresas que se reunia com investidores para debates, e logo vi que havia uma grande aceitação do uso de psicodélicos entre lideranças seniors do Vale do Silício. Há até livros que associam as grandes invenções da região ao uso de psicodélicos. Foi assim que soube das jornadas de pessoas que tomaram o chá da Ayahuasca e fizeram retiros psicodélicos, e foi assim que eu tomei conhecimento da espiritualidade psicodélica. Acho que é um movimento forte no Vale do Silício.

IT Forum – Quando você decidiu que realmente sairia do Match Group, muita gente te chamou de louco?

N.R. – Ah, sim. Meus amigos mais próximos já sabiam da minha inquietação interna, então eles sabiam que era algo que eu queria fazer. Mas muita gente me questionava a razão da minha decisão; por que abriria mão de um salário tão bom. Se tivesse ficado, em mais dois anos eu realmente teria ganhado muito dinheiro.

IT Forum – Mas você saiu… e pra onde foi?

N.R. – Eu decidi ver o máximo do mundo antes de morrer. Não sei explicar muito bem, mas por muito tempo acreditei que eu viveria apenas até os 56 anos, e cheguei a conclusão que tinha dinheiro investido para chegar a essa idade, de forma que não fazia sentido continuar trabalhando. Hoje eu não gasto tanto dinheiro e posso facilmente chegar aos 56 anos sem precisar trabalhar. Não tenho esposa ou filhos, acho que passei a vida fugindo dessas relações porque sempre quis a liberdade de perseguir esse propósito.

IT Forum – Você está com 50 anos, né?

N.R. – Estou com 49 anos completos, mas entrei no ciclo do meu quinquagésimo ano.

IT Forum – E você ainda acredita que vai morrer aos 56 anos? Se preocupa com isso?

N.R. – Não, não acredito mais nisso. Não acredito em mais nada sobre isso. O que eu acho que morre são os conceitos de nós mesmos.

IT Forum – Ao longo dessa sua jornada de descobrimento, viveu algo que lhe foi extremamente marcante? Teve alguma catarse ou epifania?

N.R. – Muitas, porque eu tentei tanta coisa diferente. Tentei modalidades indianas, como a meditação yoga. Enquanto isso, minha mãe me apresentou a muitos desses gurus espirituais e tudo isso. Sempre fui muito curioso para ouvi-los. Eu fui ao Peru para entender a tradição medicinal de Ayahuasca dos Shipibo. Tentei de tudo, de verdade, até que entendi que eu estava em uma prisão que eu mesmo criei. Eu me aprisionei na minha própria identidade e não sabia como sair dali.

IT Forum – Mas você acha que o mundo colabora para essa “prisão”?

N.R. – Uma das coisas mais profundas que eu li, que foi muito catártica e que meio que me “quebrou”, foi esse livro chamado “O Drama da Criança Bem Dotada”. A obra foi escrita pela terapeuta Alice Miller em 1979. Nela, a autora fala de como nossa identidade é criada quando somos muito jovens, tipo sete ou oito anos de idade, que é quando a psicologia diz que nossa identidade é formada. Lendo esse livro, eu percebi que toda aquela identidade que eu carregava comigo foi herdada. As crenças e as percepções que eu tinha me foram entregues. Eu estava vivendo as crenças da minha mãe. E as crenças de outras pessoas que me cercavam naquela idade. Peguei tudo aquilo como se fosse meu. A gente passa uma vida carregando todas essas bagagens cheias de coisas e roupas que acreditamos ser nossas, mas quando abrimos, percebemos que nada ali nos pertence.

IT Forum – E pertence a quem?

N.R. – Pertencem a outras pessoas, que pegaram de outras pessoas. De geração em geração passamos essas crenças e percepções. Todos nós carregamos e transmitimos isso para a próxima geração. Então chegamos a essa dor geracional que segue sem parar. Esse foi um momento muito catártico, porque eu senti que tudo meio que colapsou dentro de mim. Parecia que não havia mais nada, porque tudo o que eu achava que era, não era meu. Não era eu. Tudo pertencia a outra pessoa. A minha construção foi feita no alicerce de outrem.

IT Forum – Enquanto você vivenciava todos esses processos, nos mais diversos países, ao lado de diferentes gurus, encontrou um denominador comum? Qual é a dor que todos nós sentimos?

N.R. – Acho que todos nós temos traumas que guardamos dentro da gente. Traumas que não resolvemos e que achamos que vão embora naturalmente conforme avançamos na vida. Mas eles nunca vão embora. Eles nunca vão embora até que você lide com eles, que os “atravesse”. Sabe, eu tive a oportunidade de vivenciar nos Estados Unidos o método Hoffman ao lado de um pequeno e diverso grupo. Tinha gente lá com 20 e poucos anos, e outros com 70 e poucos anos. Alguns com muito, outros com pouco dinheiro. Todos eles, porém, estavam sofrendo. A dor deles não estava ligada à conta corrente ou à idade. Do lado de fora, a vida de muitos deles parecia perfeita, mas por dentro, eles estavam todos sofrendo. Foi fascinante perceber, então, que essas pessoas, cercadas de amigos e familiares, encontravam naquele pequeno grupo uma sensação de pertencimento, porque, pela primeira vez, eles falavam de suas dores. Naquele espaço, seu sofrimento não seria usado contra eles.

IT Forum – Por que acha tão difícil “desabafarmos”?

N.R. – Somos ensinados desde crianças que estar vulnerável é perigoso. Nossa vulnerabilidade é quase sempre explorada contra a gente. Muitas dessas pessoas que eu conheci eram CEOs de grandes empresas, que ocupam cargos públicos de destaque, e eles estavam sofrendo e tinham medo de falar sobre isso, porque alguém poderia escrever e expor essa experiência. Percebi também que desse lugar de dor, machucamos os outros também. Toda essa distância e desconexão que sentimos é porque achamos que ninguém vai entender um sofrimento específico e, apesar disso, temos tanto em comum. Nossas dores são muito parecidas, e não falamos delas.

IT Forum – Como você curou a sua dor? Teve alguma metodologia que você viveu que foi mais eficiente?

N.R. – Acho que não posso dizer de uma ou outra vivência, foi uma sucessão de insights. Paralelo aos retiros e processos que me inscrevi, eu também comecei a ler muito sobre neurociência e a relação entre o nosso cérebro e o nosso comportamento. Eu alternava as leituras científicas com as espirituais para entender coisas como a gente funciona e como podemos “sair” da nossa prisão. Passei a entender muitas coisas.

IT Forum – Como o quê?

N.R. – Acho que a coisa mais importante foi entender que nós não somos nossos pensamentos. Essa foi uma compreensão fundamental, de que todas essas visões, crenças e pensamentos que temos com base nessas visões e crenças não são nossas. É como um fluxo de consciência. É como se esses pensamentos estivessem lá o tempo todo. E eles não emanam de nós, de mim, ou da “verdade”. Essa foi uma grande realização para mim, porque minha entidade se baseava nesses pensamentos. Minha identidade foi baseada nas opiniões e crenças que me foram entregues. Então, a primeira realização foi dizer “nada disso sou eu”. Mesmo esses pensamentos não sou eu. Com isso foi introduzido a um conceito de que, quando quebramos esse centro baseado no ego, nos conectamos a algo que Carl Jung chama de consciência universal. Esse conceito está presente na teologia, no hinduísmo, no budismo, no islã e na espiritualidade.

IT Forum – Acho que muita gente vai se identificar com as suas dores, com os seus processos e percepções. O que diria a quem ainda está procurando uma resposta?

N.R. – Eu acho que toda essa ideia de “procurar a si” é absurda, porque quem está definindo o que se busca? Nós estamos buscando a nós mesmos, e como podemos nos achar fora de nós? É aqui que eu vejo o paralelo entre capitalismo e espiritualidade. O capitalismo é movido por esse desejo estampado em outdoors, na publicidade, na mídia. Um desejo para que você compre algo e receba satisfação em troca. Com um cartão de crédito você pode ser tão feliz quanto essa pessoa na TV. Então compramos e queremos algo mais, e então queremos algo maior ou mais bonito. Com o capitalismo espiritual acontece a mesma coisa: oh, existe um eu verdadeiro, um eu divino que você pode encontrar em apenas três sessões de Ayahuasca ou se fizer yoga por um ano. Todos esses capitalistas espirituais prometem que, por um processo ou metodologia que eles conhecem e vendem, as pessoas vão se encontrar.

IT Forum – Então você acha que esses retiros e afins são ineficazes?

N.R. – Eu acho que experiências podem ser muito positivas e importantes no processo, mas acho que ninguém pode prescrever etapas específicas para que alguém se encontre. Se houvesse uma fórmula mágica para todos nós seguirmos, então não estaríamos aqui. E vale lembrar que, da mesma forma como essas vivências podem nos auxiliar, elas também podem ser uma cilada.

IT Forum – Mas você acredita que é possível “se encontrar” mesmo sem viajar para outro lugar, sem pedir demissão e sem gastar pequenas fortunas com terapias, retiros e afins?

N.R. – Sim. Não acho que é preciso abandonar sua vida e buscar uma caverna ou coisa parecida. Acho que é um processo pessoal, porque você abre mão das histórias que contamos sobre nós aos outros e ao mundo. Nós perpetuamos essas crenças sobre nós. E, fundamentalmente, acho que temos apenas duas narrativas sobre a gente mesmo. Uma narrativa nos valida, é a narrativa do herói. A outra é a narrativa vitimista, que nos invalida, como por exemplo “eu não sou amado, eu não sou isso ou aquilo”. Todos os nossos pensamentos são uma versão de uma dessas linhas narrativas. Entender como abandonar essas histórias é, para mim, uma das etapas mais importantes e mais dolorosas, porque é a destruição da própria identidade. É aceitar que estamos abrindo mão da realidade que criamos pra gente.

IT Forum – Eu sei que essa pergunta é absurda, mas… quem é você?

N.R. – (Longa risada) Acho que chegamos a um espaço vazio. Porque em um lugar vazio, tudo é possível. Estamos livres para ser e estar sem nenhuma narrativa. Se conseguirmos viver sem nenhuma narrativa sobre a gente ou sobre os outros, então abrimos oportunidade de nos surpreender – com a gente e com o mundo. Ao carregarmos histórias, carregamos diferentes pontos de vista. Se você usa óculos com uma lente cor-de-rosa, por exemplo, então você vai ver um mundo rosa. Então se a sua narrativa do mundo é negativa, o mundo passa a ser terrível. Quando estamos cabisbaixos, tudo ao nosso redor parece reforçar essa visão pessimista de nós mesmos. Se você acha que seu parceiro é a pessoa mais chata do mundo, então ela é a pessoa mais chata do mundo. Aliás, a melhor metáfora que eu tenho para explicar isso é a seguinte: suponhamos que você vai a um bar e tem uma jukebox tocando. Você está dançando conforme a música que está tocando. Aí chega outra pessoa e troca a faixa, e então você passa a dançar ao som dessa nova música. É exatamente assim que acontece na nossa vida: a gente dança no ritmo dos pensamentos dominantes em nossas mentes. Quando você consegue realmente entender que você não é o que você pensa, então você “quebra” essa lógica. Na prática do yoga do hinduísmo, um mantra que entoamos antes de começarmos é “eu não sou a minha mente, eu não sou o meu corpo”.

IT Forum – Você tem compartilhado muitas das suas descobertas e opiniões nas redes sociais, mas nem todo mundo parece aprovar as coisas que escreve…

N.R. – Sim, porque elas acham que eu estou rejeitando suas práticas ou crenças, ou que estou atacando sua metodologia. Certa vez entrei numa longa discussão com um cara que também está testando uma coisa atrás da outra. Aí ele me indicou um livro sobre um monge budista que passou por muitas dificuldades até encontrar as respostas que buscava. No final do livro, esse monge budista diz “na verdade, tudo o que você precisa está dentro de você”. Aí eu mandei uma mensagem pro cara que me indicou essa obra e perguntei “por que você está fazendo tudo isso se você já sabe que tudo o que precisa está dentro de você?”. Acho que nos tornamos aquilo em que acreditamos. Se acreditarmos que estamos em uma busca, então estaremos em uma busca eterna.

IT Forum – Dito tudo isso, se o seu dinheiro esgotar, está pronto para voltar a trabalhar e viver nessa sociedade capitalista de novo?

N.R. – Não, eu estou interessado em ver aonde isso tudo vai me levar. Meu foco agora é nessa fazenda. Comprei um terreno na Índia e quero transformá-lo numa espécie de “centro de cura sem ladainha”. Um lugar onde as pessoas podem vir e ficar, pagam o quanto podem. Se não puderem colaborar, então é de graça. Mas é um centro de cura autodidata. Não há guru, xamã, professor ou qualquer coisa do tipo. Se você quiser dormir o dia todo, então durma o dia todo. Se quiser participar de alguma das discussões, então participe. Minha esperança é que, ao fazer isso, outras pessoas possam reproduzir essas idéias em terrenos mundo afora, criando centros que não existem por conta do dinheiro, por conta de uma metodologia específica ou qualquer coisa assim.

IT Forum – E esse lugar é pra qualquer um?

N.R. – É pra qualquer um que já entendeu que tem todas as respostas dentro de si. São pessoas que não culpam mais outras pessoas ou as circunstâncias pela forma como enxergam o mundo. Então esse centro não é pra quem ainda está no começo processo, é pra quem já chegou ao nível de saber que tem nas mãos tudo o que precisa, mas não tem o espaço para ficarem consigo e se conectarem com quem está no mesmo barco. Acho poderoso esses espaços onde uma comunidade possa falar abertamente.

IT Forum – O que você acha da indústria do bem-estar?

N.R. – Acho terrível, desalmada. O capitalismo espiritual é uma doença e acho que é pior que o capitalismo em si. Se alguém me obrigar a escolher entre um e outro, eu escolho o capitalista, porque pelo menos eles são mais honestos.

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