Estratégias antifraude podem levar a perdas financeiras no e-commerce, diz F5
Estudo realizado com gigante do varejo nos EUA aponta perdas milionárias devido à má experiência de compra causada por dispositivos antifraude
Um novo estudo realizado pela F5, provedora de soluções de cibersegurança, relacionou as perdas financeiras no varejo a estratégias antifraude mal gerenciadas. O estudo “Online retailers: don’t let Bots ruin your business” (Varejistas online: não deixe os bots arruinarem o seu negócio, em tradução livre) aponta perdas significativas geradas por consumidores online que, irritados com os controles de segurança contra Bots maliciosos, acabam por abandonar o carrinho de compras.
O estudo é centrado em uma empresa norte-americana de varejo com clientes que tentam realizar 395 mil transações online por semana. Desse total, 74% dos clientes conseguem ser identificados pelo sistema e concluem a compra desejada. Entretanto, 13% são obrigados a fazer várias tentativas até finalizar a transação, enquanto 13% do universo analisado, ao serem bloqueados por causa dos controles antifraude, desistem imediatamente da compra. “Isso significa 52 mil transações de vendas não concluídas por semana”, ressalta Roberto Ricossa, Vice-Presidente da F5 LATAM.
Após utilizarem uma solução antifraude de baixo atrito baseada em Inteligência Artificial (IA) e Machine Learning (ML), os especialistas da F5 tiveram acesso aos resultados da empresa de varejo analisada. Segundo a F5, com o uso dessa ferramenta foi possível reduzir o universo de clientes que abandonavam o carrinho em 50%, elevando o índice de logins bem-sucedidos para a marca de 81% ou 320 mil transações por semana. Em termos financeiros, ao final do ano essa conquista significou 20 milhões de dólares a mais no faturamento da empresa, um crescimento de 6,1% em vendas.
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Segundo Ricossa, reviravoltas como estas podem ser explicadas por um relatório realizado pela consultoria em CX Hero Digital em novembro de 2022 com 850 consumidores de todo o mundo. “82% deste universo preferem realizar transações com organizações que oferecem uma experiência online prazerosa – esse é um caminho sem volta”.
Na visão de Ricossa, é fundamental compreender que optar entre a detecção eficaz de fraudes e a facilidade de uso de uma aplicação é um falso dilema. “Quem cai nesse engano acredita que está reduzindo as perdas causadas por fraudes, mas não visualiza os prejuízos causados por consumidores que desistem da marca por excesso de atrito”. Segundo Ricossa, o mercado já conta com soluções que enfrentam as fraudes por meio de uma atuação “camada 8” – um conceito novo que avança para além da conhecida camada 7, a das aplicações e APIs (Applications Programming Interfaces). “Uma análise comportamental baseada em IA e ML realizada em escala de milhões de transações por segundo consegue discernir com precisão o que é um acesso realizado por um Bot malicioso, o que é um acesso legítimo – isso é feito de forma a reduzir o atrito causado ao usuário”.
Ricossa explica que há diferença entre o movimento randômico do mouse realizado pelo ser humano e o movimento de um cursor comandado por um robô. Outro tipo de análise comportamental diz respeito ao uso do teclado, algo sensivelmente diferente quando feito por uma pessoa ou por um Bot. “A precisão desta abordagem reduz o número de falsos positivos e permite ao gestor do varejo identificar com clareza os “bons clientes” – isso agiliza os negócios e entrega, ao consumidor, a melhor experiência possível”.
Aliança entre CFOs, CIOs e CISOs
Para Hilmar Becker, Country Manager da F5 Brasil, há ainda outra estratégia que contribui para a proteção da organização de varejo e de seus clientes: a convergência entre os times de cibersegurança e de combate às fraudes. “É hora de aliar, aos experientes times antifraudes que respondem ao CFOs, os experts em segurança digital que respondem aos CIO/CISOs. Isso é essencial para defender a organização contra fraudes digitais que acontecem em escala de milhões de por segundo”.
Um dos resultados deste modelo convergente é uma abordagem antifraude focada em gestão de riscos, com o ganho adicional de reduzir a análise de dados às informações que realmente têm impacto para o negócio. “Quanto maior for o data lake do varejo, maior a possibilidade de os gestores afundarem em informações, perdendo de vista o conhecimento real sobre os negócios. Neste contexto, a eficácia das estratégias antifraude diminui”, acrescenta Becker.
Para Becker, uma plataforma que usa IA com precisão, incluindo análises comportamentais sobre os consumidores, evita essa armadilha. “A estratégia antifraudes do varejo ganha maturidade – cada alerta é refinado, entregando uma visão de alta fidelidade e confiabilidade sobre o que realmente está se passando nos processos digitais da empresa”. Com isso, torna-se possível reduzir as perdas causadas pelas fraudes sem, no entanto, incorrer nos prejuízos gerados por clientes irritados com os controles de segurança da organização.
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