“Escolhi usar a tecnologia para mudar vidas”, diz neurocientista

Neurocientista norte-americana Vivienne Ming conta como alia AI e neurociência para maximizar resultados para estudantes

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3:57 pm - 24 de abril de 2018

“Tecnologia não é problema, nem solução. É apenas uma ferramenta incrível. No fim, todos os problemas são humanos e precisam de uma solução focada em humanos”. A definição é da neurocientista, tecnóloga e empresária norte-americana Vivienne Ming, que escolheu como usar a tecnologia. “Escolhi usar a tecnologia para mudar vidas.”

Uma das dez escolhidas da lista Women to Watch in Tech de 2013, da revista Inc., Vivienne é cofundadora da Socos, empresa que une machine learning e neurociência cognitiva para maximizar os resultados da vida dos estudantes e, consequentemente, na sociedade como um todo.

Para ela, o único propósito para atuar com tecnologia e pesquisa é fazer a diferença na vida das pessoas. “A tecnologia deve nos desafiar. Precisamos sair dela melhor do que quando entramos”, define a especialista, que participou nesta segunda-feira (23/4) do SingularityU Brasil Summit, realizado pela HSM e Mirach, em São Paulo (SP).

Exemplo pessoal

O propósito que Vivienne tanto destaca pode ser encontrado na sua própria casa. Há seis anos, quando seu filho passou mal, ela nem imaginava que traria todo seu propósito de vida para dentro de casa. Um momento difícil, mas que acabou impulsionando para uma das criações que mais lhe traz orgulho.

Seu filho foi diagnosticado com diabetes e, em meio a sua luta contra perda de peso, Vivienne lembra que ela e sua esposa, a também pesquisadora Norma Chang, se debruçaram sobre dados para encontrar uma solução para o filho. “Quebramos o Google Docs com tantos dados. Os médicos ficaram bravos quando enviamos os dados, mas é aí que falo que precisamos mudar nossa cabeça. Quando alguém mandar muitos dados, diga obrigado. Enviamos milhares de números e eles alguns (na prescrição médica)”, lembra.

Então, Vivienne comenta que parou de enviar dados e começou a mandar par si mesma. Ela desenvolveu um modelo preditivo de diabetes para gerenciar melhor os níveis de glicose de seu filho diabético. “Isso representa muito para mim. Fizemos a diferença na vida dele.”

Além de ajudar seu filho, ela também criou sistemas para prever episódios maníacos em pessoas com transtornos bipolares. A ferramenta identifica o estado emocional da pessoa por meio do celular. Segundo ela, o sistema prevê possíveis crises duas ou três semanas antes, a partir de comportamentos, o que ajuda a buscar formas de prevenção, sejam remédios ou até mesmo não ir ao trabalho.

Os dois casos são exemplos do que Vivienne escolheu para sua vida. “O que peço para todos é que olhem para as crianças e pensem como podem ajudá-las. Como seria o mundo se não milhares, mas milhões pudessem contribuir?”, finaliza.

Vivienne também é ehttps://itforum.com.br/wp-content/uploads/2018/07/shutterstock_528397474.webpsa visitante no Centro de Redwood de UC Berkeley para Neurociências Teóricas, onde ela prossegue sua pesquisa em neuropróteses. Ela faz parte dos conselhos de StartOut, The Palm Center, Emozia, Engender e Genderis Inc, e é conselheira de ciência da Cornerstone Capital, Platypus Institute, Shiftgig e Bayes Impact.

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