Engineering recebe aporte de R$ 100 milhões para investir no Brasil

Empresa foca em desenvolvimento de produtos de API e IA

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10:30 am - 26 de agosto de 2022
Filippo Di Cesari, CEO da Engineering Filippo Di Cesari, CEO da Engineering

A operação brasileira da Engineering, companhia global de TI e consultoria de transformação digital, acaba de receber um aporte global de R$ 100 milhões. O investimento é oriundo da matriz italiana e ajudará na aceleração do desenvolvimento de produtos, contratação de profissionais e investir em marketing.

O investimento vem em momento oportuno. Em entrevista exclusiva ao IT Forum, Filippo Di Cesari, CEO da companhia no Brasil, explicou que a Engineering está passando por uma mudança estratégica de posicionamento. Se antes conhecida como uma integradora, a empresa também quer acelerar sua frente de desenvolvimento de soluções para atender demandas de seus clientes.

“Nós queremos aumentar a penetração dos nossos produtos, sempre que tiver sinergia com o cliente. Estamos privilegiando os nossos produtos com uma abordagem de integração de sistemas quando, por exemplo, muitas vezes o prazo que o mercado demanda não pode ser atendido”, diz ele.

O Brasil está se destacando dentro do contexto global da Engineering em duas principais frentes: API e Inteligência Artificial. “O país tem aproximadamente 40% de sua receita com os serviços ou softwares proprietários. Quando, globalmente, foi desenhado quais produtos acelerar, o Brasil foi selecionado para essas duas frentes. Nós já temos soluções e alguns early adopters, mas ainda não lançamos para todo o mercado”, comenta Filippo.

Em linhas gerais, o Brasil foi escolhido para desenvolver as ferramentas em ambas as áreas. A ideia é desenvolvê-los aqui e depois escalar para o mundo com a força do grupo europeu. São iniciativas como essa que embasam uma das metas da Engineering: dobrar a receita do grupo globalmente até 2025. Sendo que, em 2022, a receita foi de US$ 1,5 bilhão.

Em nível econômico, diz Filippo, o Brasil tem a desvalorização da moeda. Entretanto, do ponto de vista de inovação de projetos, é uma região de referência no grupo, além do tamanho do mercado e dos projetos. Além disso, o mercado brasileiro é mais similar ao norte-americano – um pouco menos conservador do que na Europa. “Isso é da natureza do brasileiro e não apenas nos negócios e nos permitiu ter projetos mais desafiadores.”

“O mercado de integração sempre existirá, mas ficará restrito a grandes contas e grandes projetos. O mercado está mudando. Então, a maior parte das empresas de médio e pequeno porte, sempre vão encontrar soluções easy to play. Nosso foco é ter um mercado mais abrangente. Temos contas gigantes, como Sabesp, Tim, Claro e Eletrobrás, mas também temos contas pequenas, onde entendemos que para agregar valor é preciso ter uma abordagem de produto. Soluções prontas e fáceis de usar e implementar. O espaço das integradoras está caindo nas pequenas contas e não queremos perder espaço”, alerta o CEO.

Entre os produtos que farão parte de toda essa estratégia, Filippo nos conta com exclusividade, estão o DHuO API, uma plataforma multi-gateway que ajuda grandes empresas a governarem o ciclo de vida de suas APIs em ambientes distribuídos e heterogêneos, e o DHuO Data, uma plataforma para democratizar a inteligência de dados e ajudar empresas a governar e transformar dados em insights de valor para o negócio.

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