Engenheiros de software: como evitar crises na programação
Entender possíveis falhas é essencial no processo de criação
Os perigos de vazamento de dados estão cada vez mais próximos das empresas e dos engenheiros de software. Muitos especialistas indicam, inclusive, que as companhias não devem pensar se uma crise acontecer, mas quando acontecer. Muitas perguntas ajudam a se proteger, como o que fazer com falhas primárias ou como controlar os dados para que não vazem, por exemplo, para as contas particulares de colaboradores.
Entretanto, Ian Tien, cofundador e CEO da Mattermost, em sua palestra ‘Oh S*** Mode: What to do in a software disaster’, no Web Summit Rio, fez uma provocação além de responder a todas essas perguntas: mudar a maneira como as pessoas pensam sobre segurança.
“Isso leva a perguntas como: qual a diferença entre um programador e um engenheiro de computação? Muitas pessoas dizem ser engenheiros por programar e qual a diferença? A palavra engenheiro, onde me formei [em Toronto, no Canadá] é regulamentada, como advogados ou médicos. E a profissão é regulamentada por causa de desastres”, explica ele.
Ele exemplifica ao contar sobre a Ponte de Quebec, construída em 1907 e falhou não só nesse ano, mas também em 1916, custando a vida de mais de 80 pessoas. Com isso, a regulamentação foi repensada para a obrigatoriedade de um engenheiro para a construção de obras de infraestrutura.
“E o que acontece em uma universidade quando o estudante de engenharia de computação estuda programação? Eles na universidade tentam assustar você mostrando todos esses desastres, todas essas coisas que dão errado. E esse é o ponto principal da conversa hoje, você sabe quais são as coisas que dão errado? E como você pensa sobre essas falhas com antecedência?”, indaga Ian.
Para tentar evitar os momentos de falha e crise, o especialista diz que, em primeiro lugar, é necessário adotar o dever de cuidado e ter uma organização que realmente acredita nesse princípio. Os líderes têm de sentir essa obrigação e isso muda a cultura. Em segundo, está o olhar para trás e corrigir os problemas de uma vez.
“Obviamente, as catástrofes futuras envolverão IA generativa e não há um dia em que as pessoas falem sobre isso, pensem e encontrem problemas, mas também encontrem soluções. E você sabe, esta e a razão pela qual temos que falar sobre a variabilidade”, alerta Ian.
Entre os benefícios da IA estão o desempenho, a disponibilidade e o custo. Porém, é preciso estar atento a ética da IA e os desenvolvimentos regulatórios. Então, pensar nas vulnerabilidades de segurança de software.
“A ameaça após a revolução é meio assustadora. O que você mais verá serão os ataques de phishing. Sou o CEO e cofundador e recebo ataques de phishing o tempo todo. (…) Em breve, o hacker vai ler meu feed do Twitter, vai ler minhas postagens no LinkedIn. Vai saber tudo sobre mim. O nível de ameaça aumenta a eficiência”, diz Ian.
Por fim, estão o preconceito e a discriminação. Esse é um mergulho na reputação. As empresas precisam entender que se realmente usarem IA, a tecnologia terá padrões de acordo com o que aprende.
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