De onde vem a inovação?

Cada vez mais acessível, a tecnologia promove mudanças constantes nos modelos de negócios. Por isso, inovar é essencial

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9:27 am - 13 de maio de 2019

Há uma verdade inexorável na condição humana: nunca estamos satisfeitos. A acomodação não faz parte da nossa tradição. Mesmo o mais tranquilo e desencanado dos seres humanos é incapaz de seguir a mesma rotina todos os dias. Sempre buscamos o inusitado, a surpresa, o novo. Esse desejo intrínseco de sair da mesmice é o que alimenta a nossa criatividade.

O ser humano, assim como todos os elementos da natureza, possui uma capacidade inesgotável de se adaptar. Mais do que isso, nossa espécie é capaz de moldar o ambiente a seu favor – o que traz consequências boas e ruins. A esse constante processo de adaptação e criação de novas tecnologias convencionamos chamar de inovação. É a ação de inovar que promove as transformações no modo em que vivemos e no ambiente que nos cerca. O que vem a ser isso e de onde vem?

Na última década, a transformação digital elevou o ato de inovar a uma condição ‘sine qua non’ nas organizações. O rápido avanço tecnológico promove constantes mudanças de cenário em todos os setores da economia. Novos modelos de negócios surgem na mesma velocidade em que mercados inteiros colapsam diante de ideias inovadoras. Para confirmar essa observação, basta lembrar que empresas como Uber, Airbnb, WhatsApp e Instagram não existiam há 10 anos. Também não contávamos com redes 4G, nem com o iPad. Poucos celulares possuíam GPS.

O que faz a inovação ser tão importante no cenário atual é a disponibilidade da tecnologia. A internet e o conceito de nuvem democratizaram o acesso ao que há de mais avançado em termos de sistemas e equipamentos. Qualquer empresa, atualmente, tem a sua disposição um conjunto ilimitado de opções tecnológicas para desenvolver projetos, conceitos e novos modelos de negócios. Mesmo quando se trata de tecnologias novas e, ainda, pouco difundidas, como inteligência artificial e internet das coisas, a disponibilidade é grande, sob demanda e a um custo acessível.

A questão é como utilizar esses recursos de forma a gerar o máximo de impacto e o maior retorno possível. É um erro pensar que a inovação surge simplesmente a partir do desenvolvimento tecnológico. As grandes ideias são fruto da observação e do autoconhecimento e, no centro desse processo, está o ser humano. A tecnologia, na verdade, tem a função de viabilizar a inovação. Ela, por sua vez, vem de dentro das organizações e começa no olhar e na troca de conhecimento. Diferentes percepções sobre um mesmo processo produzem um ciclo de questionamentos que, se bem conduzido, geram ideias para melhorar o processo em si. Muitas vezes, são conceitos simples, que acarretam grandes impactos.

Por isso, as companhias que querem se manter inovadoras precisam humanizar seus processos e criar um ambiente em que diferentes visões de mundo coexistam de maneira harmoniosa, sempre com foco no resultado, e não no processo em si. Isso se traduz em valorização dos colaboradores e incentivos para que eles pensem o negócio de maneira holística. Da mesma forma, o relacionamento com os clientes precisa ser pautado na parceria e na troca de conhecimento. Empresas de TI não vendem mais apenas tecnologia. Devem se tornar referências tecnológicas na solução de problemas e na tomada de decisões estratégicas, facilitando a inovação. Com essa postura, sabemos que podemos criar um ciclo perpétuo de novas ideias e de melhorias capaz de impactar toda a sociedade.

*Marcus Edrisse Pinheiro é CEO da Vert. Executivo com 28 anos de experiência no mercado de TI, é formado em Administração de Empresas e passou por multinacionais como Oracle e IBM.

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