Países da COP29 aprovam estrutura para mercado global de carbono
Estrutura para créditos de carbono é aprovada na COP29, mas países questionam processo de decisão
Os países participantes da cúpula climática COP29, que dura duas semanas e acontece em Baku, Azerbaijão, deram sinal verde na segunda-feira (11) para padrões de qualidade de créditos de carbono, que são fundamentais para o lançamento de um mercado global de carbono apoiado pela ONU, que financiaria projetos para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. As informações foram publicadas pela Reuters.
A aprovação foi um acordo inicial no primeiro dia da conferência da Organização das Nações Unidas (ONU). Os governos também devem negociar um acordo de financiamento climático, embora as expectativas tenham sido reduzidas pela vitória de Donald Trump nas eleições dos EUA.
O presidente eleito Trump já afirmou que retiraria novamente os EUA do Acordo de Paris sobre o clima, que estabelece as bases para o planejado mercado de carbono apoiado pela ONU.
No entanto, Juan Carlos Arredondo Brun, ex-negociador climático do México e atual funcionário da empresa de dados e fornecimento de mercado de carbono Abatable, disse que a aprovação “nos aproximará da operacionalização do mercado de carbono antes que qualquer país decida se afastar do Acordo de Paris”.
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O acordo pode permitir que um mercado global de carbono apoiado pela ONU, que está sendo planejado há anos, comece a operar já no próximo ano, segundo um dos negociadores.
Créditos de carbono
Os créditos de carbono permitem, em teoria, que países ou empresas paguem por projetos em qualquer parte do mundo que reduzam emissões de CO2 ou removam o gás da atmosfera e usem os créditos gerados por esses projetos para compensar suas próprias emissões.
Exemplos de projetos podem incluir o cultivo de manguezais que absorvem CO2 ou a distribuição de fogões limpos para substituir métodos de cozimento poluentes em comunidades rurais pobres.
O mercado poderia ser uma rota para as empresas dos EUA continuarem participando dos esforços globais para combater as mudanças climáticas, mesmo se Trump se retirar do Acordo de Paris. Nesse caso, as empresas americanas ainda poderiam comprar créditos do mercado apoiado pela ONU para atingir suas metas climáticas voluntárias.
Embora os padrões aprovados em Baku visem acalmar preocupações de que muitos projetos não entregam os benefícios climáticos prometidos, ativistas disseram que eles falham em áreas como a proteção dos direitos humanos das comunidades afetadas pelos projetos.
“Muitos financiadores estão preocupados que os mercados não sejam estáveis o suficiente, nem credíveis o suficiente, para que possam investir mais”, disse Rebecca Iwerks, codiretora do grupo sem fins lucrativos Namati, à Reuters. “Pode realmente dificultar o desenvolvimento do mercado se não houver um padrão forte”, ela disse sobre o acordo.
Alguns negociadores também criticaram a maneira como o acordo foi feito. Os padrões foram acordados por um pequeno grupo de especialistas técnicos, com alguns países alegando que não tiveram a chance de participar adequadamente nas regras finais.
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