Contra incêndios, Cenibra investe em tecnologias wireless para monitoramento

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8:17 am - 26 de junho de 2015
Contra incêndios

Responsável pelo manejo de uma floresta de 255 mil hectares, distribuída por 54 municípios do Leste de Minas Gerais, a Cenibra encontrou nas tecnologias wireless uma aliada para proteger seu plantio contra incêndios e furtos de madeira. Um sofisticado sistema de videomonitoramento detecta qualquer sinal de fogo nas áreas de propriedade da companhia, uma das maiores produtoras mundiais de celulose branqueada de fibra curta de eucalipto.

A iniciativa, considerada uma inovação para esse tipo de indústria, foi liderada por Ronaldo Ribeiro, gerente de Tecnologia da Informação e Telecom da Cenibra, que conquistou o prêmio de Executivo de TI do Ano, na categoria Plásticos, Borracha, Papel e Celulose.

Chamado de Projeto de Vigilância Florestal, o sistema, que funciona como uma espécie de Big Brother da mata, fiscaliza 24 horas, sete dias da semana, as reservas da Cenibra, em operação há 43 anos e hoje é controlada pelo Japan Brazil Paper and Pulp Resources Debelopment.

Contratado pela Cenibra há 28 anos, sendo os últimos quatro na posição de CIO, Ribeiro diz conhecer a empresa, que foi seu primeiro emprego, como a palma da sua mão. Antes de assumir o desafio de comandar a TI, ele respondia pela área de automação industrial, onde adquiriu bagagem sobre os processos da organização.

Hoje, o executivo transita com desenvoltura por todas as unidades, o que facilita na hora de propor soluções que tragam valor para os negócios da companhia. “O papel de um CIO é pensar o tempo todo em inovação para gerar economia para a empresa”, sintetiza.

Foi com esse intuito que nasceu o sistema de monitoramento, desenhado para automatizar a vigilância em campo realizada por operadores físicos e gerenciar com eficiência o risco de queimadas do plantio de eucalipto. A solução transmite imagens com exatidão de anormalidade nas áreas de propriedade da indústria para que a central de operação acione a brigada de incêndio, evitando que o fogo se alastre.

“Em florestas de eucalipto são comuns incêndios criminosos e roubos de madeira até mesmo as já colhidas. Com o sistema, houve maior precisão na vigilância e menor perda com desvios de madeira”, informa o executivo.

Anualmente, a Cenibra registra cerca de 300 ocorrências de focos de incêndios em suas áreas. “Há muita gente colocando fogo nas florestas e precisávamos de um sistema de vigilância eficiente e mais seguro do que o que tínhamos”, argumenta o executivo.

Para vigiar suas 54 reservas florestais em lugares de difícil acesso, a Cenibra construiu 26 torres, de 40 metros de altura cada uma, onde ficam operadores, que se revezam em três turnos, observando as áreas com uso de binóculos. Quando percebem anormalidades, eles transmitem mensagens por rádio para a central de operação.

“Manter operadores nessas torres significa ter três turnos com custos para cumprimento das necessidades básicas, normas do Ministério do Trabalho (MTE), transporte e ainda riscos à segurança pessoal”, explica o CIO. Com o aumento das exigências legais, a TI foi chamada para apresentar uma alternativa tecnológica. Dessa necessidade, nasceu o sistema que automatiza o serviço de vigilância em campo, concebido com a ajuda de três fornecedores.

Ganhos para os negócios

Segundo Ribeiro, o novo sistema de monitoramento traz ganhos significativos para a Cenibra. “Após a implantação das quatro primeiras torres, pôde-se observar maior eficiência operacional”, diz. Assim, a brigada de incêndio é deslocada em situações reais de acidentes, deixando de atender alarmes falsos ou ocorrências fora das áreas da companhia.

Quando o monitoramento cobrir toda a floresta da Cenibra, haverá uma queda das despesas com o principal insumo da produção de celulose: a madeira, responsável por 70% dos gastos diretos.

Pelos cálculos do executivo, o projeto de monitoramento atingiu uma taxa de retorno do investimento de 143% e a solução se pagará em sete meses. “Provamos que o sistema traz resultados”, comemora o CIO, que adota o modelo da transparência para conduzir seu time. “Um líder tem de ser como um espelho para que as pessoas se enxerguem e sintam-se inspiradas”, define. 
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