CIO da equipe Lotus afirma que, em breve, vestíveis devem integrar big data da F1

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8:55 am - 29 de outubro de 2014
CIO da equipe Lotus afirma que

Impossível pensar em Fórmula 1 e não associar à inovação, agilidade, analytics e outras palavras que costumam preocupar CIOs de qualquer segmento da indústria. Mas embora todos esses termos estejam arraigados na cultura desse que é um dos esportes mais caros do mundo, a vida do líder de TI não é como um sonho. Ele precisa, assim como qualquer outro, prestar contas, controlar orçamento, tentar a mágica do mais e melhor com menos e, obviamente, pensar o negócio e tentar se antecipar aos anseios da equipe. Esse é apenas um pequeno resumo do dia a dia de Michael Taylor, que há poucos meses assumiu a liderança de TI da Lotus F1, e compartilha algumas iniciativas e sua visão de big data e vestíveis nesse mundo das altas velocidades.

“Eu estou dirigindo o carro com o piloto, meus olhos estão na pista, na competição, trabalhamos por uma mesma jornada. Estou há 13 anos no time cumprindo diferentes papeis. Meu foco é desenvolver a melhor tecnologia internamente para facilitar a competição para a equipe”, comentou Taylor, ao participar de uma sessão do Canalys Channels Forum Latin America, no Rio de Janeiro.

Na ocasião, ele comentou um projeto recente de renovação da infraestrutura de rede, a partir de uma parceria selada com a Juniper, lembrando que, no setor dele, onde a comunicação e troca de informações em tempo real são mandatórias, a rede precisa ser robusta e rápida. “Hardware é algo importante em nossa estratégia. Temos que levar essa competição para todos os lados, inclusive para as fábricas. Em 2013, fizemos uma parceria com a Juniper para desenvolver nossa rede e o foco era ter a melhor e mais rápida rede.”

Mas indo além de projetos tradicionais e necessários, a TI em qualquer equipe da F1 precisa lidar com profissionais altamente gabaritados e que buscam incansavelmente por bons resultados ao longo de uma temporada que roda o mundo e causa muito estresse e cansaço. Apenas na fábrica, são mais de 400 pessoas dedicadas a simulações e design, sem contar engenheiros e técnicos, o que pede um investimento constante em talentos que tenham além da capacidade técnica uma personalidade que possa se adaptar a esse ritmo alucinante das corridas.

Um mundo de possibilidades

As equipes de Fórmula 1, como já discutimos em outras oportunidades aqui no IT Forum 365, possuem seu próprio big data. Cada carro, como informou Taylor, conta com quatro mil peças e 150 sensores monitorados em tempo real. “Esses dados são transferidos em tempo real para nossa equipe analisar todos os pontos monitorados. Por isso, é importante uma rede robusta, uma corrida pode gerar 50 giga de dados.”

Para dar conta, a Lotus F1 possui uma estrutura com poder computacional de 38 petabytes, podendo cruzar 100 Gb de dados por hora em mais de 500 modelos de cruzamentos, dentro de um ambiente todo virtualizado. Ele destaca que, mais que essa infraestrutura robusta, o desenvolvimento de processos fortes é essencial para atingir os resultados, lembrando que tudo pode influenciar o desempenho da equipe. “Em big data temos um desafio que combina comunicação, simulação de modelos, captura de informações e correlacionamento de resultados com o que estamos buscando. Vamos para muitas localidades remotas e isso traz desafios de comunicação, mas isso está mais barato que em anos anteriores, a latência ainda existe, embora tenha diminuído. E o uso de dados linkados armazenados possibilita e melhora a análise de cenários em tempo real, juntamente com históricos.”

Olhando adiante, Taylor se mostra animado com as possibilidades que serão trazidas pelas tecnologias vestíveis, ainda que este mercado esteja muito incipiente e numa fase de testes mesmo com alguns dispositivos sendo comercializados, a expectativa do CIO é de que a junção do que já existe no ambiente de F1 com esses devices acoplados aos pilotos possa influenciar ainda mais os resultados das provas. “Minha visão de que os wearables nos ajudarão muito. Poderemos monitorar o desempenho do piloto de forma mais completa a partir desses sensores. Existe um valor tremendo em perseguir alguns segundos nesse esporte, então, tudo que pode ajudar é bem vindo e os vestíveis ajudarão muito nesse sentido”, resumiu.

Convidado a dar alguma dica ou mesmo resumir os pilares do seu trabalho à frente da TI da Lotus, Taylor citou três grandes pontos:

– Perseguir a vantagem competitiva e a capacidade de inovar rapidamente (computação em nuvem e virtualização com provisionamento rápido e automático tem contribuído nesse sentido)

– TI confiável, segura e com disponibilidade contínua (infraestrutura robusta, muito investimento em segurança dos dados e trabalho para escala e análise de dados em tempo real)
Colaboração (aqui ele inclui parceiros, supplay chain, patrocinadores e centros de pesquisa como os do Vale do Silício, talvez, por força do esporte, ele tem conseguido o que muitos CIOs perseguem: ter o fornecedor realmente como parceiro estratégico na condução da estratégia da TI).

*O IT Forum 365 viajou ao Rio de Janeiro a convite da Canalys

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