Chuck Robbins: C-levels podem escolher como passar por recessão econômica

Primeiro keynote do Cisco Live 2023 contou com visão de CEO da empresa sobre momento atual tecnológico

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5:20 pm - 06 de junho de 2023
Chuck Robbins, CEO da Cisco Foto: Divulgação

“Tecnologia é a chave para tudo o que faremos daqui para frente”, assim Chuck Robbins, CEO da Cisco, começou seu discurso no primeiro keynote do Cisco Live 2023. “Você não pode ter uma discussão estrategicamente sem que o componente de tecnologia entre em jogo. Isso simplesmente não acontece. Agora, todas as transições tecnológicas que estão ocorrendo são bastante complicadas. Todas as coisas que você está sendo solicitado a fazer, tudo o que você está tentando lidar, construir mais rápido, entregar os resultados, é complexo.”

Ele soma à complexidade os fatores externos que acontecem ao mesmo tempo e estão afetando todos, como a pandemia, os desafios da cadeia de suprimentos, guerra na Europa, preocupação com custos de energia, polarizações políticas, entre outros.

Em coletiva de imprensa, ao ser perguntado sobre a recessão econômica, Chuck alertou de que a maior parte dos CEOs são naturalmente otimistas, mas que, em sua opinião, deveriam ser realistas e não apenas otimistas. “Nós deveríamos decidir qual tipo de recessão teremos, porque controlamos tantos gastos, capex e esse tipo de dado. Eu falei sobre algumas das complexidades que todos enfrentamos hoje. Eu acredito que algumas coisas são verdadeiras. A tecnologia nunca esteve em um período tão estratégico. E acho que a outra coisa que acho um pouco esquecida é que o grupo de CEOs e executivos de nível C que estão nos cargos hoje basicamente construíram suas carreiras executivas em tempos de crise.”

“Se você é uma empresa multinacional e implantará sua tecnologia em determinados países, eles vão considerar uma soberania de dados exatamente onde você hospeda seus serviços de nuvem onde você consome seus serviços de nuvem. E existe essa ‘coisinha’ chamada IA”, exemplifica ele.

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A estratégia atual da Cisco tem como foco primário a cibersegurança; “Esse é o número na lista de discussões com os clientes. Todos nós passamos os últimos anos conectando bilhões de coisas e bilhões de pessoas. E temos a responsabilidade de fazê-lo de forma segura”. Um estudo de índice de segurança da Cisco revelou que 50% das empresas acreditam que possuem uma arquitetura de segurança robusta que realmente a protegerá e 82% dos respondentes esperam ter um evento cibernético significativo nos próximos 24 meses.

O CEO afirma que todos estão tentando entender como cada organização funcionará, por exemplo, sobre nuvem pública ou privada, porque todo mundo tem uma opinião variada sobre o que isso significa. “Então, seu trabalho se torna como construir uma arquitetura de tecnologia para acomodar o trabalho híbrido e isso inclui segurança relacionada à rede que inclui pensar na casa como uma pequena filial que tem colaboração.”

Outro pilar a ser trabalhado é o de sustentabilidade. Chuck afirma estar animado para ajudar os clientes a atingir suas metas de sustentabilidade, como a redução de consumo de energia. Ele cita um programa de devolução da Cisco em que os clientes podem devolver os equipamentos quando sua vida útil acaba para que sejam reciclados.

Para o executivo, um dos grandes assuntos do evento será: simplificação – de rede, segurança, implantação, desenvolvimento de aplicativos, entre outros. “Porque nós amamos recursos, mas se você não pode implantá-los, eles não são bons. Portanto, o recurso número um no qual acho que nossas equipes precisam continuar focando é a simplicidade, a simplicidade da experiência usando nossa tecnologia.”

Inteligência Artificial no topo

Assim como grande parte das outras empresas de tecnologia no mundo, a Cisco também quer colocar os olhares na Inteligência Artificial no Cisco Live 2023. Liz Centoni, Chief Strategy Officer e GM de produtos de sistemas de computadores da Cisco, afirma que a tecnologia será caracterizada por transições e mudanças de paradigma. “Acreditamos que a hiperconectividade, a IA e a computação quântica continuarão a moldar nosso futuro digital nos próximos anos.”

Segundo ela, redes e aplicativos são construídos de forma que a segurança não atrapalhe a inovação. Ao pensar na necessidade de conectividade, ela continua crescendo. Há muito mais casos de uso de IoT em todos os setores, gêmeos digitais, arquiteturas distribuídas autônomas.

Entretanto, quanto mais nos conectamos, mais ameaças vêm à tona. Os ataques conduzidos por IA, por exemplo, estão ficando muito mais sofisticados. “Nós estamos priorizando vulnerabilidades e segurança de aplicativos nativos da nuvem. Estamos impedindo ameaças avançadas combinando IA e insights humanos, porque essa combinação precisa ser feita.”

“A IA é usada amplamente em nosso portfólio. Não é novidade para nós, porque nós o usamos para analisar e classificar dados e possibilitar resultados que você costumava ver na avaliação de vulnerabilidade de linha de base de automação, detecção de anomalias e na redução de ruído, porque removemos mais de 100 bilhões de minutos de ruído de fundo. E a visibilidade desses dados permite IA e automação como ninguém”, exemplifica ela.

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*a jornalista viajou para Las Vegas a convite da Cisco

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