Bayer cria programa de parceiros para melhorar jornada de TI
Executivos explicam como reuniões mensais está mudando a maneira de trabalhar tecnologia na companhia
Com objetivo de conquistar maior integração dos fornecedores da área de TI, a Bayer lançou, há seis meses, o programa IT Partners Engagement Program. Rodrigo Aoki, líder de TI da Bayer no Brasil, explica em entrevista ao IT Forum, que o propósito da iniciativa é trazer os parceiros em uma mesma jornada dentro da companhia.
“Nos últimos anos, a nossa estratégia foi usar parceiros externos para a execução de alguns serviços. Criamos diversos programas internos para ter mais engajamento, colaboração com as equipes globais, mas ainda existia uma parte muito grande no quebra-cabeça que eram os fornecedores que não foram contemplados em um primeiro momento”, explica ele.
Após uma reflexão, a empresa iniciou um trabalho intenso com os parceiros estratégicos. São aproximadamente nove empresas e 200 colaboradores envolvidos. “O que eu escuto de feedback é a sensação de pertencimento. Começa a se concretizar o ambiente colaborativo. Também tem problemas que estamos enfrentando juntos. Se tem uma escalação, algo urgente, a gente viabiliza a melhor forma de organizar. Eles sabem nos procurar e a gente conecta os parceiros locais com os parceiros globais”, resume Juliana Mendonça, coordenadora de Processos & Aplicações da Bayer e responsável pela execução do projeto.
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Na prática, são conduzidas sessões de compartilhamento de conhecimentos para trazer diferentes temas relacionados à organização, estratégia, projetos e negócios. Aoki comenta que a agenda foi criada no início do ano e, desde o meio do ano, as conversas com líderes de parceiros começaram a acontecer.
“A partir do momento que tivemos o comprometimento e uma aceleração positiva dos parceiros, planejamos ter esse projeto para começar no início do segundo trimestre. Fazemos sessões mensais com esses. Segmentamos cerca de 200 participantes em turmas mensais para que participassem do programa em grupos menores”, diz o líder de TI.
Além disso, a Bayer criou, em parceria com o Grupo Bridge, a Academia do Conhecimento, para tratar de temas transversais como promessa da marca, jornada do cliente, comunicação e colaboração produtiva.
Sérgio Cruz, sócio-proprietário do Grupo, explica que a lógica do treinamento foi ter um momento de sensibilização para todos os participantes que mostrasse o porquê o programa é importante para a Bayer e para os clientes e quais eram as primeiras preocupações.
“Existem três expectativas: boa experiência com a marca/produto, ter acesso quando precisar resolver alguma coisa, e ser atendido por profissionais atenciosos. A sensibilização começou a alertar para esses pontos e trazer as competências sociais”, revela ele.
Até o momento, já foram trabalhados os temas de autoconhecimento, consciência social, habilidades e relacionamento, autogerenciamento e tomada de decisão. Após a fase de sensibilização, Cruz explica que terá um trabalho de desenvolvimento com a própria equipe da Bayer, pois com a dinâmica do mercado, quando saírem e entrarem colaboradores, é preciso que elas estejam alinhadas. “Há uma fase de sustentabilidade e manutenção.”
Esse desafio é compartilhado por Juliana, que fala sobre o turn over. “As pessoas ao longo do ano vão mudando. Como eu faço a pessoa que chegar agora saber todos os elementos para continuar falando a mesma língua? Tem toda uma preparação desses gestores, que são os replicadores, que ao fazer o on boarding explicam sobre o projeto, falam sobre as sessões.”
E os resultados já são visíveis nesses seis meses. De acordo com Aoki, a Bayer tem um programa interno de satisfação dos serviços de TI. Todos os colaboradores da Bayer respondem essa pesquisa, que é dividida por país. Um resultado compartilhado por ele é de que o Brasil, em 2023 e 2022, conseguiu a maior nota de nível de satisfação dos colaboradores no mundo.
Para o próximo ano, a ideia, diz Aoki, é que o programa continue. Segundo ele, há o foco na melhoria contínua da prestação de serviços de TI. “A configuração muda ao longo dos anos e mudará no ano que vem. O que não muda é o cliente e as áreas internas. Por isso vamos manter o programa. Talvez tenhamos um setup diferenciado com as mudanças ao longo do ano, mas o foco é permanecer com esse serviço geral de TI com mais qualidade.”
O sócio do Grupo Bridge concorda dizendo que há um aprendizado importante: existe o aspecto da tecnologia e o aspecto humano. “Os comportamentos de empatia, de busca pelo outro, é uma coisa mais perene que a tecnologia. Como são os aspectos que estamos trabalhando, eu entendo que a gente teve um aprendizado de sensibilizar do quanto isso é diferente. A tecnologia pode ser rapidamente comprada, mas como o atendimento é feito, é o diferencial.”
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