Ataques DDoS atingem Otan e sites ucranianos

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3:45 pm - 18 de março de 2014

Diversos sites da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e de empresas de mídia da Ucrânia estão recebendo diversos ataques DDoS desde o fim de semana lançados por um grupo pro-Rússia que se auto-batiza de KiberBerkut ou Ciberberkut. O porta-voz da Otan, Oana Lungescu, publicou na conta da organização no Twitter que “alguns sites da Otan receberam ataques DDoS, mas a maioria dos serviços já foram restabelecidos”. Além disso, Lungescu completou com a seguinte mensagem: “A integridade de dados e sistemas da Otan não foi afetada. Continuamos trabalhando.”

Os primeiros ataques DDoS foram lançados contra sites da Otan logo após o pronunciamento do secretário-geral da organização Anders Fogh Rasmussen afirmar, na sexta-feira (14/03), que a Otan não reconheceria os resultados do referendo marcado para acontecer na República Autônoma da Crimeia, uma região ucraniana sob forte influência russa, porque tal iniciativa feria a constituição da Ucrânia. “Abraçar esse referendo minaria todos os esforços internacionais de buscar uma solução pacífica e política para a crise na Ucrância”, afirmou o secretário-geral. Isso iria contra os princípios da Organização das Nações Unidas.”

De acordo com o KiberBerkut, no entanto, os ataques lançados no sábado (15/03) foram resposta à chegada de uma delegação da Otan em Kiev, capital da Ucrânia, ainda no início deste mês. O grupo afirma que era o início “da ocupação de nossa terra pela Otan”. Eles informaram ainda, em post no Pastebin, que “se a Otan não pode proteger seus recursos, a proteção dos dados pessoais de cidadãos europeus não poderiam ser considerados.”

Nas últimas semanas, o grupo também lançou ataques similares aos sites de diversas empresas de mídia ucranianas, acusando esses meios de propaganda fascista e nacionalista. Apenas no domingo (16/03), cinco portais de grande audiência naquele país foram atacados. No início deste mês, o grupo também assumiu a autoria de bloquear 700 celulares usados por uma junta neofascista ucraniana.

Fascistas, na visão local, são homens que encabeçaram uma campanha de ucranianos que querem que seu país se torne parte da Rússia e do próprio Kremlin. Além disso, a propaganda relacionada tem ido muito além da ação de grupos hacktivistas.

“KiberBerkut (@cyberberkut1) não é o único grupo de hackers pro-Rússia atuando contra a independência da Ucrânia”, afirmou Jeffrey Carr, CEO da Taia Global, em um post de blog. “Anonymous Ukraine (@freeUkraineAnon no Twtter) é outro. De fato, eles atacaram o centro de excelência de ciberdefesa da Otan no dia 7 de novembro de 2013, assim como o site do Ministério da Defesa da Estônia, onde está alocado do centro de ciberdefesa da Otan.”

A dúvida agora está em saber se o Anonymous Ukraine integra o coletivo hacktivista que vem atuando em âmbito global há algum tempo ou se se trata de um grupo que apenas cooptou o nome do outro.

Na semana passada, o Voice of Russia relatou que o grupo Anonymous Ukraine tinha descoberto evidências de que os Estados Unidos planejavam invadir a Ucrânia. O relato, divulgado no último sábado, dizia o seguinte: “Os Estados Unidos, por meio de seus agentes na Ucrânia, começaram uma série de ataques falsos a alvos ucranianos de forma que estes sejam percebidos como ataques de forças especiais da Federação Russa.”

De acordo com o portal, o Anonymous Ukraine divulgou uma série de e-mails enviados pelo assistente do exército norte-americano Jason P. Gresh para um oficial do Exército Ucraniano chamado Igor Protsuyuk. Nas mensagens, Gresh afirma a Protsuyuk: “Seu trabalho é causar alguns problemas em hubs de transportes no sudeste para incriminar seu vizinho. Isso criará condições favoráveis para o Pentágono e sua companhia agirem. Não perca tempo.”

O fato é que, legal ou não, o referendo aconteceu e, como anunciado pelo governante da região da Crimeia, Mikhail Malishev, a maioria esmagadora da população optou pela anexação do território à Rússia. A Otan ainda espera que a votação seja considerada ilegal e reforçou que nenhum membro da aliança reconhecerá o resultado.

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