Questões políticas geraram ‘avalanche’ de ataques DDoS, diz Netscout

Grupos hacktivistas aumentam atividade globalmente no segundo semestre de 2023, diz empresa de segurança

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10:00 am - 24 de maio de 2024
Imagem: Shutterstock

A Netscout Systems anunciou recentemente resultados de um relatório específico sobre ataques de negação de serviço (ou DDoS, na sigla em inglês) para o segundo semestre de 2023. O estudo mostra que esse tipo de ofensiva foi fortemente impulsionado por grupos hacktivistas experientes e politicamente motivados. Os ataques do tipo DNS Water Torture ajudaram a alcançar a marca de 7 milhões de ataques DDoS no período, aumento de 15% em relação ao primeiro semestre do ano passado.

O Relatório de Inteligência de Ameaças DDoS, como é chamado, analisa tendências e metodologias de ataque que hackers usam contra provedores de serviços, empresas e usuários finais. As informações no relatório foram coletadas pela empresa em 214 países e territórios, 456 indústrias verticais e mais de 13 mil números de sistemas autônomos (ASNs).

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No relatório, o Brasil aparece como principal alvo de ataques na América Latina e um dos principais no panorama global. O Brasil sofreu 357.422 ataques (contra 328.326 do relatório do 1º semestre de 2023, aumento de cerca de 8,8%), com duração média de 29 minutos.

Em comparação com o restante da região, o Brasil sofreu 4,3 vezes mais ataques que a Argentina, segunda colocada com 82.749 ataques, e cerca de 4,6 mais que o Peru, terceiro mais atacado, com 74.531.

Entre os principais setores atingidos no Brasil, a telecomunicação sem fio segue liderando com 82.065 ataques, aumento de 142,4%. Continuam no top 3 o transporte de cargas com 25.620 ataques e processamento de dados com 25.130.

Hacktivismo aumenta

O hacktivismo DDoS, segundo a Netscout, transcendeu fronteiras geográficas durante 2023, o que tem relação direta com o cenário politicamente instável no mundo. Grupos como NoName057(016) e Anonymous Sudan, bem como hackers solitários e pequenos coletivos, estão usando DDoS para atingir aqueles ideologicamente opostos.

No Peru, por exemplo, houve aumento registrado de 30% nos ataques ligados aos protestos contra a libertação do ex-presidente peruano Fujimori da prisão em 6 de dezembro. Na Polônia, uma onda de ataques no fim de 2023 foi associada a uma mudança de regime e declarações reafirmando apoio da Polônia à Ucrânia no conflito Rússia-Ucrânia.

NoName057(016), Anonymous Sudan e Killnet assumiram os ataques DDoS na Ucrânia, Rússia, Israel e Palestina contra infraestrutura de comunicações, hospitais e bancos. Os ataques diários de hackers aumentaram mais de dez vezes entre a primeira e a segunda metade de 2023.

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Redação

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