Maioria dos ataques cibernéticos se esconde no tráfego criptografado

86% dos ciberataques são realizados por meio de canais criptografados, sendo a manufatura o setor mais visado, segundo estudo da Zscaler

Author Photo
12:00 pm - 18 de dezembro de 2023
tráfego criptografado Imagem: Shutterstock

O número de ataques por tráfego criptografado direcionados às organizações saltou em 2022 e um alerta realizado pela Zscaler, empresa de segurança em nuvem, aponta que a maioria deles se esconde no tráfego criptografado.

De acordo com o relatório anual ThreatLabz 2023, realizado pela Zscaler ThreatLabz, entre os tipos de ataques criptografados, o malware, que inclui conteúdo web malicioso e cargas úteis de malware, continua a dominar, com sites de spyware de anúncios e scripts entre sites representando 78% de todos os ataques bloqueados. No total, 86% de todas as ameaças cibernéticas, incluindo malware, ransomware e ataques de phishing, são entregues através de canais criptografados.

“Com quase 95% do tráfego da web fluindo por HTTPS e 86% das ameaças avançadas entregues por canais criptografados, qualquer tráfego HTTPS que não passe por inspeção em linha representa um ponto cego significativo que os cibercriminosos continuam a explorar quando visam organizações globais”, explica Deepen Desai, diretor de segurança da Zscaler. “Para se defenderem contra ataques criptografados, as organizações devem substituir dispositivos vulneráveis, como VPNs e firewalls, por uma solução Zero Trust Network Access (ZTNA). Isso permite que as equipes de TI inspecionem o tráfego TLS em grande escala, bloqueando ameaças e evitando o vazamento de dados confidenciais”, recomenda.

Leia mais: Empresas estão menos preparadas para incidentes de segurança, diz OTRS

A família de malware mais prevalente em 2023 foi o ChromeLoader, seguido pelo MedusaLocker e pelo Redline Stealer.

Verticais mais visadas para tráfego criptografado

Olhando para as verticais mais atacadas, as empresas de manufatura registraram a maior quantidade de transações de IA/ML em comparação com qualquer outro setor, processando mais de 2,1 bilhões de transações relacionadas à IA/ML. Segundo o relatório, a indústria responde por 31,6% dos ataques criptografados rastreados pela Zscaler. À medida que as fábricas inteligentes e a Internet das Coisas (IoT) se tornam predominantes na indústria de transformação, a superfície de ataque se expande, expondo o setor a mais riscos de segurança.

Além disso, a empresa de cibersegurança alerta que o uso de aplicativos populares de IA generativa, como ChatGPT, em dispositivos conectados à produção aumenta o risco de vazamento de dados confidenciais em canais criptografados.

Já os setores da Educação e Governo registaram um aumento anual de 276% e 185% nos ataques criptografados, respetivamente. O segmento de educação também viu uma superfície de ataque significativamente expandida nos últimos anos, com a mudança para permitir uma aprendizagem mais remota e conectada. Entretanto, o setor de governo continua a ser um alvo atraente, especialmente para os atores de ameaças apoiados por estados/nações, como refletido no crescimento das ameaças encriptadas.

Entre as recomendações dos especialistas do ThreatLabz dadas às empresas estão o uso de uma arquitetura nativa da nuvem baseada em proxy para descriptografar, detectar e prevenir ameaças em todo o tráfego criptografado em grande escala. O relatório também destaca o uso de sandbox orientado por IA para colocar em quarentena ataques desconhecidos e impedir malware paciente zero que possa ser entregue por TLS e uma arquitetura zero trust para proteger toda a conectividade de forma holística.

Siga o IT Forum no LinkedIn e fique por dentro de todas as notícias!

Author Photo
Redação

A redação contempla textos de caráter informativo produzidos pela equipe de jornalistas do IT Forum.

Author Photo

Newsletter de tecnologia para você

Os melhores conteúdos do IT Forum na sua caixa de entrada.