AMD quer estreitar laços no B2B para expandir presença em data centers no Brasil
Alexandre Amaral, diretor de vendas para Cloud e Data Center da AMD, destaca a importância de se conectar com público local e ampliar competitividade
Após duas décadas na HP, Alexandre Amaral assumiu há pouco mais de três anos a diretoria de vendas para Cloud e Data Center da AMD, trazendo uma perspectiva experiente para a empresa, que tem apostado na expansão de seus processadores para data centers.
Lançado globalmente em 2017, o processador da AMD, o EPYC, vem ganhando tração significativa, atingindo 33% de market share mundial, segundo Lisa Su, CEO da empresa. No Brasil, essa trajetória é mais recente, mas a AMD quer mostrar que está preparada para competir de igual para igual no mercado local.
“A partir de 2021, com a Dell estabelecendo fabricação local no Brasil, conseguimos complementar nossa presença no mercado. Esperamos que a HPE siga o mesmo caminho para que possamos consolidar nossa posição. Atualmente, nossa cobertura com a Dell, a Lenovo e a Supermicro é excelente e a adição da HPE nos permitirá alcançar um público ainda maior”, comenta Amaral.
Um dos grandes diferenciais dos processadores AMD, segundo Amaral, é a capacidade de oferecer uma performance superior com 128 cores tecnológicos, além de reduzir custos de licenciamento em comparação com gerações anteriores e concorrentes. “Nosso desempenho por core é maior e o consumo energético é menor, o que nos alinha com as metas de redução de energia, uma exigência cada vez mais presente no mercado”, destaca.
Setor de data centers
Na AMD, o segmento de data center apresentou uma receita recorde de US$ 2,8 bilhões no segundo trimestre de 2024, aumento anual de 115%, impulsionado principalmente pela aceleração das remessas de GPUs AMD Instinct e pelo crescimento nas vendas de CPUs AMD EPYC de 4ª geração. No comparativo com o primeiro trimestre de 2024, houve aumento de receita de 21%, também impulsionado pelo crescimento das remessas de GPUs AMD Instinct.
A receita operacional do segmento de data center no segundo trimestre de 2024 foi de US$ 743 milhões. No mesmo período no ano passado, o segmento registrou receita operacional de US$ 147 milhões, representando um crescimento de 26% em um ano.
As metas de responsabilidade corporativa da AMD também refletem esse compromisso com a inovação sustentável. A empresa planeja aumentar em 30 vezes, até 2025, a eficiência energética dos processadores e aceleradores que alimentam servidores para treinamento de inteligência artificial e computação de alto desempenho.
Se todos os servidores de IA e HPC em todo o mundo alcançassem ganhos semelhantes à meta da AMD, estima-se que bilhões de quilowatts-hora de eletricidade poderiam ser economizados no próximo ano. A utilização de servidores energeticamente eficientes pode resultar na necessidade de menos equipamentos físicos para suprir as demandas computacionais, gerando benefícios ambientais como a redução no uso de matérias-primas, economia de energia e otimização do espaço em data centers.
E a inteligência artificial?
O mercado de data centers é altamente competitivo e demanda tecnologia de ponta. Para se manter à frente, a AMD lançará sua quinta geração de processadores neste ano e expandiu sua linha de GPUs voltadas para data centers e inteligência artificial (IA). “Estamos na quarta geração e, este ano, lançamos a quinta, com CPUs voltadas para data center e IA. Conseguimos demonstrar como estamos na vanguarda dessa tecnologia”, afirma.
Mesmo com essa evolução, Amaral reconhece que muitas empresas ainda não exploram todo o potencial da inteligência artificial. “Quando tiramos as grandes empresas do topo da pirâmide, vemos que muitas não sabem como aproveitar o potencial da IA. Pequenas empresas, por exemplo, não têm verba para fazer grandes investimentos em GPUs, mas a nuvem é uma ótima alternativa para elas, permitindo que consumam apenas o que precisam”, explica.
Amaral também destaca que a AMD está preparada para atender tanto a demanda on-premise quanto na nuvem, com desempenho superior e menor custo. Setores como oil & gas, educação e bancos estão entre os que mais têm demandado essas soluções, buscando otimizar performance e reduzir custos, incluindo os energéticos.
Além da tecnologia, Amaral traz uma abordagem pessoal para sua liderança. “Fui jogador de futsal até os 20 anos, e essa experiência me ensinou sobre trabalho em equipe e perseverança, valores que carrego comigo até hoje na AMD”, conclui.
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