Agilidade na transformação digital é essencial para a cultura da empresa

Em conversa no IT Forum+, Luiz Henrique Neves, CIO do Tribanco, explica como ter agilidade na transformação em empresas tradicionais.

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3:05 pm - 17 de agosto de 2019

No processo de transformação digital, as empresas precisam ter ideias renovadores e fazer implementações de forma ágil. A agilidade, nos atuais tempos, é algo que precisa ser colocado de forma estrutural na cabeça e na cultura dos que atuam dentro desse campo.

No IT Forum+, que acontece de 14 a 18 de agosto na Praia do Forte, Bahia, já vimos que as startups têm algumas boas lições para as grandes companhias. Dentre elas, agir de forma mais rápida, ou mudar rapidamente a TI dentro de um negócio.

O caso apresentado por Luiz Henrique Neves, CIO do Tribanco, ilustra bem o conceito. A empresa já tem mais de 66 anos e é um dos maiores atacadistas do país, atuando diretamente em Minas Gerais. O executivo exemplifica estas rápidas mudanças na sociedade com dois períodos: 1890 e 1920.

Nestes períodos, a sociedade viu a entrada dos automóveis nas ruas e eles começaram a tomar o lugar das tradicionais carroças. Nos tempos de hoje, esse tipo de mudança vem acontecendo de forma cada vez mais rápida. Muito, também, por causa das empresas consideradas nativas digitais, com uma cultura completamente diferente das empresas tradicionais.

luiz henrique

Com foco no varejo, entretanto, o Tribanco “tem o propósito de ajudar o pequeno e médio varejo a competir com os maiores”, diz o CIO que hoje atua em quatro empresas do grupo Martins.

No meio deste ciclo de mudanças, Luiz destaca pontos que passaram por pressões internas em seu case, como ajustes na estratégia de negócios, novas demandas dos clientes e acirramento da concorrência. Ele cita, por exemplo, as fintechs como um bom parâmetro de comparação com o nível de concorrência atual.

Ondas de transformação

A transformação não acontece do dia para a noite. Cada empresa tem seu modelo, suas adaptações necessárias, suas mudanças de comportamento.

Há dois anos, como explicado por Luiz, a equipe de TI do Tribanco funcionava mais como um provedor de serviços que atuava de forma passiva, mantendo uma cultura forte e tradicional na tomada de decisões que acabava “atrasando”, de certa forma, os processos de inovação com agilidade.

No Tribanco, elas foram aplicadas em diferentes etapas: na primeira, introduzindo uma plataforma de banco digital para pessoas físicas. Esta levou três meses para que o MVP fosse desenvolvido e mais três para adoção dos clientes. Na segunda, a plataforma digital foi desenvolvida para pessoas jurídicas. Na terceira etapa, eles lançaram a Única, uma maquininha de cartão que se apropria da base de produtos do Tribanco.

Foram necessários, como indicou Luiz, uma série de ajustes na estratégia da empresa. Como, por exemplo, fortalecer a integração da TI do negócio. No fim, ele explica que esse processo acontece, primariamente, com a transformação de pessoas e de cultura.

Adotando o Kanban

Para implementar mudanças rápidas, Luiz explica que foi necessário recriar um espaço para que as equipes pudessem se sentir mais confortáveis. O investimento foi baixo, revela, mas trouxe uma cara nova à companhia. Um dos sistemas adotados para acompanhar as tarefas, diz ele, foi o Kanban.

Um tanto quanto incrédulo no início pelo modo de operação simplista, o CIO do Tribanco afirma que passou a ter mais fé na metodologia. O Kanban é um termo de origem japonesa e é, basicamente, relacionado aos “cartões”. Aplicativos e serviços como Trello ou Asana são dois exemplos digitais práticos.

Os famosos post-its também indicam o andamento dos fluxos de produção, com indicações sobre tarefas “para fazer”, “em andamento” ou “finalizadas”.

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