Acesso Digital se espelha em cultura corporativa despojada do Vale do Silício

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11:39 am - 09 de outubro de 2014
Acesso Digital se espelha em cultura corporativa despojada do Vale do Silício
Não é segredo: o presidente e sócio-fundador da Acesso Digital, Diego Martins, fala a quem quiser ouvir que se espelhou em empresas como o Google para criar os ambientes e políticas corporativas da empresa no Brasil. E isso fica claro ao entrar no escritório, inaugurado há menos de um ano na região da Berrini, em São Paulo: paredes coloridas, baias personalizadas com verba da própria empresa por cada funcionário, sofás, espaços de convivência, salas apenas para reuniões.

“Quis criar uma empresa onde elas pudessem ser elas mesmas, para que elas se sintam todas iguais, e se divertirem. Claro que nem tudo é diversão, mas se um dia o estresse se sobrepor ao divertimento, eu mesmo estaria ferindo o DNA que a gente sempre quis. Uma empresa que crescesse, mas ao mesmo tempo um lugar legal para todo mundo trabalhar”, explica o executivo. 

E não é apenas no ambiente. Existem uma série de comitês e grupos de interesses gerenciados pelos próprios funcionários, que vão desde as atividades físicas até pequenos agrados, como manicure para as mulheres. Destacam-se, contudo, os incentivos para cumprimento das metas – incluindo uma viagem para todos os membros da empresa quando elas são batidas. Isso se reflete nos resultados. De 2012 para 2013, a receita saltou mais de 50% para R$ 31 milhões.  

Vivendo intensamente
Da mesma maneira que as conquistas são comemoradas coletivamente, quando há ajustes a serem realizados, eles são encarados com seriedade. “Com todo esse nosso DNA, quando vem uma crise de uma área, por exemplo, impactamos mais as pessoas. Como somos transparentes, buscamos ser sinceros e humildes com problemas, sempre buscamos trazer as crises como culpa nossa. Não admitimos justificativas externas, e trabalhamos para corrigir isso”, conta Martins. A companhia inclusive tem uma regra de desligamento caso um funcionário não cumpra as metas por três períodos consecutivos.

Isso não significa, contudo, que elas não sejam superadas. Recentemente, inclusive, ao detectar que a meta poderia não ser batida, a equipe de marketing lançou mão de uma ação para incentivar mais as equipes a corrigirem os problemas. As pessoas foram divididas em equipes e novos benefícios foram criados para quem superasse mais os objetivos traçados. E, assim, o resultado foi alcançado e os funcionários irão, em agosto, para Las Vegas (EUA).

Todo esse universo faz com que mais da metade (55%) dos trabalhadores da companhia valorizem como fator de retenção as oportunidades de desenvolvimento de carreira – acima dos próprios benefícios.  

Empresa jovem e sem fronteiras
A Acesso Digital é uma empresa muito jovem, e talvez por isso seja natural que as pessoas desejem crescer. Do total, 82% têm até 34 anos. Faz parte dessa geração, também, entender que o ambiente de trabalho reflete os aspectos pessoais – e isso explica toda a cultura e diferentes abordagens da empresa para atividades que também abordam esses aspectos menos corporativos. “Muitas vezes a gente tem um problema em casa e acaba afetando no trabalho, o contrário também é verdadeiro”, explica a diretora de marketing da Acesso Digital, Gabrielle Teco.

Para diminuir ao máximo as lacunas, antes de começar o trabalho, todas as pessoas passam por duas semanas de integração para entrarem na cultura o mais rápido possível. “Aqui não tem uma divisão muito hierárquica. As pessoas que não sabem trabalhar assim, horizontalizadas, quando chegam aqui também não conseguem se adaptar. Então a gente sabe, na hora de recrutar, o perfil que irá se adaptar”, explica Gabrielle. Além da questão da hierarquia, sinceridade e transparência também são parte dos valores da Acesso Digital, de maneira que essa integração inicial inclui até uma reunião com o presidente.

A executiva reforça que o “DNA Acesso”, o que comumente é chamado nas companhias de valores, é composto por nove aspectos que são reforçados constantemente por todas as lideranças da empresa. “Você imagina que um novo funcionário ouve e vê as mesmas coisas de mim, do Diego, de todo mundo do que a gente acredita como empresa. E isso se traduz até no nosso ambiente de trabalho”, conta a líder de RH.

Com esses valores, a Acesso tem planos de internacionalização, ainda que distantes. “Quando você pensa em empresas que inovam em gestão de pessoas, na sua essência, muitas vezes são empresas americanas. Quando comecei a Acesso, em 2007, eu queria fazer com que uma empresa brasileira tivesse também o poder de impacto inovador nas pessoas”, explica o presidente. E sonha alto. “Existe um sonho de que esse jeito de ser que a gente trouxe de fora passe a ser protagonista no mundo. Mas o sonho, de fato, é que a gente possa olhar mais pro mundo do que para o Brasil e ser um orgulho para o país. Um bom exemplo que é daqui e vire exemplo para o mundo”, finaliza.

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