5 perguntas para o CEO: Thiago Lima, da LinkApi

Ex-lutador de MMA, executivo conta como herança dos tempos de atleta lhe ajuda em jornada no empreendedorismo

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9:00 am - 22 de maio de 2019

Thiago Lima entrou para o mundo da tecnologia aos 12 anos, quando começou a programar para ganhar seu próprio dinheiro. Ainda aos 17 anos fundou sua própria empresa, mas a frustração com o universo corporativo o levou a largar tudo e transformar seu esporte em profissão, o MMA. Em dois anos participou de cinco lutas, até que uma fratura exposta fez com que voltasse novamente para tecnologia – de onde vieram suas grandes vitórias.

Aos 28 anos, Thiago Lima é CEO e fundador da LinkApi, plataforma de integrações B2B baseada no modelo iPaaS (Plataforma de Integração como Serviço, na tradução). Criada em 2017 de um projeto na FCamara, a startup passou a operar de forma independente em 2018 e, desde então, já acumula 100 clientes, como Samsung, Leroy Merlin e Linx.

Em fevereiro, a empresa recebeu sua primeira rodada de investimentos, no valor de R$5 milhões, realizado pela Telefônica e por Jander Martins, sócio fundador do grupo Cassis e Nexaas. Com planos de triplicar sua receita até o fim do ano, a LinkApi prospera em um mercado que está em alta e deve movimentar US$ 1,5 bilhão até 2025, com um crescimento médio anual de 41,7% no período, segundo a consultoria Data Bridge Market Research.

O objetivo das soluções iPaaS é tornar a digitalização uma realidade, garantindo que os sistemas de uma empresa conversem entre si, tudo virtualmente. Essa “integração” também faz parte da visão de Thiago enquanto CEO, que atua não apenas no desenvolvimento de produto, relacionamento com investidores, mas também na formação dos funcionários. Semanalmente, ele ministra aulas de filosofia para os colaboradores com o objetivo de desenvolver as pessoas, um conhecimento adquirido com uma pós em Filosofia Aplicada ao Mundo dos Negócios.

Como herança dos tempos de atleta, o CEO da LinkApi traz a disciplina, a competitividade e técnica imprescindíveis aos lutadores para sua jornada no empreendedorismo, sobre a qual compartilha com a Computerworld Brasil.

CW – Com apenas um ano de operação, a LinkApi acabou de receber seu primeiro aporte, no valor de R$5 milhões. O que esse investimento proporcionará à empresa?
Thiago – Escala global, esse é o nosso principal foco! No Brasil temos uma domínio muito forte, pois não temos concorrentes no mesmo nível em termos de tecnologia. Porém, queremos nos posicionar em outros países, onde está a grande competição. Atualmente já operamos em nove países. Mas, além disso, queremos conquistar um market share expressivo em países como Estados Unidos, China e Colômbia.

CW – Integrar sistemas é um dos maiores desafios das empresas para promover a transformação digital. Qual o diferencial do negócio da LinkApi?
Thiago – A nossa abordagem dev-friendly. Vemos no mercado plataformas de integração que proporcionam uma péssima experiência para o desenvolvedor, sendo que ele é o principal responsável pelo desenvolvimento das integrações nas empresas. Um dos líderes do mercado, por exemplo, tem uma plataforma em que o desenvolvedor precisa estudar aproximadamente um mês para fazer sua primeira integração. Na LinkApi acreditamos que as integrações devem ser simples e nossa experiência é tão otimizada para o desenvolvedor que ele consegue fazer sua primeira integração complexa em apenas um dia de uso em nossa plataforma.

CW – Quais os principais desafios enfrentados pela empresa desde que foi criada?
Thiago – O único e principal desafio que enfrentamos hoje é educar o mercado. Esse mercado de Plataforma de Integração como Serviço, ou IPaaS (em inglês), é extremamente novo. Surgiu em torno de 2015, e em alguns cenários não é simples explicar para uma empresa que o modo que ela faz integrações “dentro de casa” não é eficiente, e que existem ferramentas que facilitam muito esse processo.

Por isso, criamos recentemente nossa universidade online e gratuita para desenvolvedores, a Kapi Academy. O principal objetivo dessa iniciativa é compartilhar conhecimento sobre APIs e integrações, e nesse sentido, nos posicionarmos nesse desafio.

CW – Você já foi lutador de MMA. De que forma a luta contribui para seu dia a dia como empreendedor?
Thiago – Aprendi muita coisa com o MMA, mas os principais aprendizados que aplico no meu dia a dia são: disciplina e consistência, se quiser conquistar algo grande; técnica vale mais do que qualquer esforço; competitividade, como princípio de sempre querer ser o melhor no que faço.

CW – Vocês pretendem crescer 300% até o fim do ano, uma meta agressiva. O que vai alavancar esse crescimento?
Thiago – Nosso crescimento esse ano virá por dois caminhos. O primeiro é por cases de sucesso e indicações. Hoje as indicações representam 30% de geração de novos negócios na LinkApi. Acreditamos que se melhorarmos ainda mais a nossa plataforma e o atendimento ao cliente, conseguiremos chegar em torno de 70%. Em outras palavras, quanto mais sucesso conseguirmos proporcionar aos nossos clientes, mais crescimento teremos na LinkApi.

Em segundo lugar, será via comunidade. Estamos construindo uma comunidade para os desenvolvedores que querem aprender mais sobre o mercado de APIs e integrações. Acreditamos que se gerarmos conteúdo de valor para esse público e impactarmos suas carreiras, nos tornaremos ainda mais uma autoridade no segmento e muitos negócios surgirão a partir da nossa contribuição, o que impactará diretamente em nosso crescimento.

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