Para 3M, governança é o fundamento da estratégia ESG

Para Paulo Gandolfi, diretor de P&D da 3M, sem "governança de qualidade" em empresas e no ecossistema, agenda ESG não pode acontecer

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7:19 pm - 05 de junho de 2023
Paulo Gandolfi, diretor de Operações de P&D e Inovação da 3M para a América Latina ESG Paulo Gandolfi, diretor de Operações de P&D e Inovação da 3M para a América Latina (Imagem: Divulgação)

Dentro da sigla ‘ESG‘, as pautas relacionadas ao ‘ambiental’ e ao ‘social’ são as duas que costumam estar em grande evidência no debate corporativo moderno. Para Paulo Gandolfi, diretor de Operações de P&D e Inovação da 3M para a América Latina, é no ‘G’, de ‘governança‘, que está a base para uma estratégia eficiente de ESG.

“A governança é o fundamento de tudo“, pontuou o executivo nesta segunda-feira (05), em um encontro com a imprensa para marcar o Dia do Meio Ambiente. “Se não houver governança de qualidade dentro das empresas e dos agentes do ecossistema, nada vai acontecer.”

A companhia revelou nesta terça o “3M Forward: O Futuro Hoje“, estudo que analisou as grandes forças globais que têm impactado nossas sociedades. Produzido em parceria com a Ipsos, o levantamento identificou as mudanças climáticas, a escassez de recursos, transformações demográficas e sociais, e a convergência dos mundos físico e digital como as três principais preocupações de mil respondentes de 17 países, incluindo o Brasil.

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No Brasil, a pesquisa mostrou que a descarbonização e a transição energética são tendências que os brasileiros consideram importantes e terão um impacto muito positivo na sociedade. Mais da metade dos brasileiros (55%) acredita que a descarbonização e a transição energética terão um impacto muito positivo na sociedade como um todo e 85% concordam que as empresas devem fazer a transição da energia de carbono para energia renovável.

Para Gandolfi, o caminho é o da “inovabilidade” – da inovação orientada pela sustentabilidade. “Quando a gente pensa em sustentabilidade, qual a compensação que estamos buscando? Reduzir o impacto ambiental, mas sem perder desempenho”, pontuou. “Essa constante batalha entre economia e impacto do que você faz é o grande desafio para qualquer negócio. A resposta vem na forma de ciência e tecnologia.”

De acordo com o Índice do Estado da Ciência da 3M, 93% das pessoas em todo o mundo estão preocupadas com as consequências das mudanças climáticas. A grande maioria (90%), no entanto, acredita que a ciência pode ajudar a minimizar seus efeitos. “A gente tem que ir em busca da ciência e tecnologia para nos ajudar a quebrar paradigmas e alicerçar isso em cima de comunicação constante”, completou. “Cada vez mais os clientes estão vendo valor nisso.”

Andrea Bisker, cientista do consumo que também participou o debate, destacou também o aspecto da comunicação como pilar de uma estratégia ESG próspera. “O marketing corporativo fica cada vez mais relevante. Se as pessoas compram como as marcas fazem, não o que elas fazem, as empresas precisam contar”, disse.

Incertezas sobre o futuro

Além de uma leitura sobre a preocupação dos participantes sobre nosso futuro ambiental, o estudo da 3M também mapeou percepções do espectro social. Um dos pontos de ansiedade é em relação à inteligência artificial: 53% dos respondentes estão “muito preocupados” com os impactos que a IA pode ter no emprego e na desigualdade, enquanto 34% estão “céticos” sobre a possibilidade dos riscos da IA superarem seus benefícios.

Um dos caminhos para mitigar esse risco – e responsabilidade de empresas do ecossistema de tecnologia – é o da requalificação da força de trabalho. No caso da 3M, parte importante desse desafio está na capacitação de funcionários de áreas de fora da tecnologia em áreas digitais. “A gente ainda faz pouco e vem discutindo como escalar isso”, admitiu Gandolfi.

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“Investir em requalificação dos nossos funcionários é fundamental. Vou dar um exemplo: na minha equipe tenho químicos e engenheiros que não estudaram o digital”, continuou o executivo. “A gente tem se esforçado para estimulá-los a se requalificar para serem também programadores. O químico programador? Sim. Porque tem soluções que só ele, trabalhando com um programador mais sênior, vai ser capaz de resolver problemas de pesquisa e desenvolvimento. Se eu não fizer essa pessoa ser mais digital, essas pessoas não vão ter mais essa posição em 10 anos.”

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