TecToy retoma investimentos em games e estuda se tornar plataforma de publicação de jogos nacionais

Expectativa é mais do que dobrar o faturamento com os eletrônicos nos próximos anos

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1:11 am - 24 de outubro de 2023
Valdeni Rodrigues, CEO da TecToy (Divulgação)

A TecToy definitivamente não vive só de nostalgia. A empresa de quase quatro décadas se reinventou e hoje, junto com a Transire Eletrônicos, comanda o mercado de meios de pagamentos do Brasil – com expectativa de atingir 50 milhões de maquininhas nas ruas do País até o final de 2024.

Bem, mais além desse pilar que representa 80% do faturamento atualmente, a empresa também atua nas áreas de automação, e claro, de produtos eletrônicos, que hoje representa 10% da receita, sendo os videogames metade deste percentual – com 5%.

Mas se engana quem pensa que os games estão em segundo plano para companhia – a expectativa é mais que dobrar o faturamento com os eletrônicos nos próximos anos e para isso a empresa tem novamente investido no nicho de games, trazendo especialistas do mercado e estudando até em se tornar uma plataforma de publicação de games nacionais. Além disso, há uma insistência de conversa com a SEGA para não esquecer os retro gamers.

Para trazer todos os detalhes do planejamento da companhia com os games, a Coluna Além do Gameplay conversou com Valdeni Rodrigues, CEO da TecToy. Ele acumula mais de 20 anos de experiência em gestão comercial e de empresas no mercado de tecnologia. Com atuação em todo o Brasil e nas principais economias da América Latina, trabalhou em empresas líderes de mercado nos segmentos de Data Analytics, Business Intelligence, Data Inetgration & MDM, como Ascential, Cognos, Informatica, Compuware e por quase uma década com soluções corporativas para a indústria. “Aprendemos com os retrô games, mas ao mesmo tempo temos que olhar para o futuro, para os novos consumidores”, salienta.

Confira a entrevista completa com o CEO da TecToy.

O desafio atual do mercado de games

Só não crescemos mais este pilar justamente porque não fizemos grandes investimentos. Trouxemos o Legends, um console que a gente apostava muito por ele ter a capacidade de streaming online de jogos retrô. Buscamos comunicar isso, mas acho que o mercado ainda não entendeu. Também vimos que o tamanho desse mercado (retrô) não é tão grande assim.

Aprendemos com o retrô, mas ao mesmo tempo temos que olhar para o futuro, para os novos consumidores. Seguramos um pouco (os investimentos) para entendermos esse mercado. Antes falávamos de console com cartucho, sem cartucho, conectado ou não conectado, mas hoje o próprio celular é um console, a televisão de casa é um console, temos projetores e bluetooth como consoles – além das assinaturas de streaming, e por aí vai.

Olhando esse mercado, temos alguns nichos que podemos trabalhar sem esperar mega desempenho, mas buscando um desempenho bom que nos faça manter esse público e atendendo o mercado.

Apostas recentes

Estamos fazendo investimentos cerca de 6 meses para cá. Nós criamos uma área que veio o Pedro Caxa, o Eddy Antonini, para começar a nos ajudar a entender esse mercado. Eles estão nos ajudando a olhar equipamentos, validar produtos. Estamos analisando tanto o hardware, seja consoles portáteis, equipamentos dual, que são console e computador (multiplataforma), e também um canal para poder conversar melhor com todos os gamers. Hoje no edifício sede que temos aqui na Consolação, em São Paulo, estamos montando um andar para receber jogadores – um espaço com estúdio para conversar com eles.

Estamos em contato com muita gente e com algumas iniciativas para continuar conectado a esse mundo gamer, mas ao mesmo tempo buscando entender com que de fato queríamos caminhar. E aí foi quando há seis meses veio aquele insight de trazer alguém para nos ajudar nisso. O Pedro tinha uma conexão boa, é um garoto bem inteligente, juntamos a cabeça gamer dele e do Eddy com o desenvolvimento de produto. Já nos trouxeram alguns equipamentos que estamos analisando, olhando a viabilidade, a marca, vendo a possibilidade de representação e licenciamento.

Plataforma de publicação de jogos nacionais

Outro grande pilar é que queremos alavancar é a indústria de games nacional. Existem muitos estúdios, desenvolvedores, e estamos analisando a questão de quem sabe, a TecToy ter uma plataforma de publicação de games.

Contatos com a Sega

A gente gostaria e estamos tentando falar com a Sega há um bom tempo para ver se de repente trazemos alguma nova versão do Mega Drive, mas a Sega hoje é muito mais uma licenciadora do que uma projetista. Mas continuamos insistindo.

Retro Gamers

Temos conversado com o pessoal do mundo retro gamer, analisado o tamanho desse mercado, vamos fazer algumas ações pontuais, mas não depende só da gente. Nós não trouxemos o Mini Mega Drive não foi por falta de vontade, foi porque a Sega não nos responde. Temos tudo para fazer, temos estrutura, temos interesse, mas eles têm que responder de uma forma que a gente consiga trabalhar.

Projeção de crescimento

Queremos que os nossos pilares, não só o de eletrônicos, mas também o de automação, atinjam 25% cada e os meios de pagamento fique com 50%. Preciso que os eletrônicos e automação cresça mais e ainda defender a liderança de mercado para meios de pagamento. O mercado gamer está em constante evolução, estamos monitorando o que a IA e a própria IoT vai trazer a partir de agora. Sabemos que realidade aumentada é algo que está batendo forte no mundo gamer. Vamos olhar isso com muito carinho. O core da TecToy é inovação e é assim que conseguimos criar uma sustentabilidade para a empresa.

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A coluna Além do Gameplay é escrita pelo jornalista Victor Lopes e traz abordagem B2B sobre o mercado dos games, com entrevistas, análises de pesquisas, aquisições, e novidades sobre investimentos que estão acontecendo no Brasil e no mundo. A ideia é mostrar como ano após ano os jogos eletrônicos ganham cada vez mais espaço em diferentes empresas, e não apenas nas especializadas do setor. Pautas para [email protected].

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