PIX: muito além da rapidez e do custo

Às vésperas de se tornar realidade, o PIX parece ter passado em seu primeiro grande teste: o de popularidade. Dados do Banco Central revelam que cerca de 25 milhões de cadastros de chaves de identificação para o uso do novo sistema de pagamentos instantâneos foram feitos em apenas uma semana. O número, que não para de crescer, se não surpreendente, revela-se extremamente positivo.

Mais ainda: aponta que o processo de digitalização e modernização do sistema financeiro chega em momento oportuno para responder a demandas antigas e também a algumas mais recentes, nascidas com a pandemia. 

E para além de seus benefícios mais imediatos e amplamente divulgados, como a rapidez da transação, concluída em segundos e em qualquer dia da semana, e do custo — pessoas físicas, inclusive empresários individuais, são isentas de cobrança de tarifas para envio de recursos, com finalidade de transferência e de compra, e para recebimento de recursos, com a finalidade de transferência –, o novo sistema de pagamentos tende a ter um impacto importante na bancarização dos brasileiros.

Leia também: Vale a pena apostar no Pix?

Estimativas do setor apontam que até 30 milhões de pessoas podem ser incluídas no mercado financeiro graças à novidade. Isso se dará principalmente via contas digitais oferecidas por empresas que vão operar no PIX, como redes varejistas, empresas de energia e operadoras de telefonia. Por meio dessas contas, os clientes poderão efetuar os pagamentos não só de um serviço específico, mas usá-las para qualquer outra transação. Desta forma, parte dos cerca de 45 milhões de brasileiros desbancarizados pode passar a fazer parte do sistema financeiro. 

Nesse cenário, novos negócios digitais vão oferecer uma nova camada de serviços que transcendem os pagamentos. Esses players tendem a impactar positivamente na inclusão de pessoas que estavam fora do mercado. E não só as que estavam literalmente fora, mas também aquelas que se encontravam em um nível menor de bancarização e que só contavam com uma conta corrente, mas que não tinham acesso a crédito ou a financiamento, por exemplo. 

É justamente esse público que aprendeu a buscar crédito junto às fintechs de crédito e passou a ter acesso a serviços de conta corrente e de pagamentos, como cartão de crédito, por meio dos bancos digitais. Com suas inúmeras possibilidades, o PIX tem tudo para criar novas oportunidades para essa parcela da população. Além disso, o PIX pode movimentar ainda mais o segmento, que já vinha em uma crescente de popularidade, inovação e inclusão, descentralizando os serviços, empoderando o consumidor, aumentando a competição e a eficiência, incluindo mais pessoas e atendendo às necessidades específicas de cada cliente. É esperar para ver!