Uso da internet por crianças e jovens: como mantê-los seguros?

A internet é um ambiente que requer total atenção. Quais riscos ela pode oferecer? Quais ferramentas podem ajudar na segurança dos pequenos?

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5:57 pm - 11 de outubro de 2023
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Todo o cuidado é pouco quando falamos sobre o uso de tecnologias por crianças e jovens, especialmente quando o assunto é internet. Em um mundo cada vez mais conectado, observamos um crescimento acelerado da utilização precoce de dispositivos e do tempo gasto em frente às telas.

Segundo a pesquisa TIC Kids Online Brasil 2022, realizada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), 96% dos usuários de internet de 9 a 17 anos acessaram a internet todos os dias ou quase todos os dias no ano passado. Além disso, 65% dos participantes declaram algum nível de preocupação com a sua privacidade no ambiente digital.

A pesquisa revela, ainda, que crianças a partir de 11 anos já entendem que o monitoramento das atividades na internet é importante e que cuidados complementares devem ser tomados. 79% são cautelosas com a exposição de informações pessoais; 77% só usam aplicativos ou sites confiáveis e 76% não abrem links suspeitos de vídeos. Além disso, 56% dos respondentes afirmam que fornecem o mínimo de informações pessoais possível ao se registrar em redes sociais ou em sites de jogos.

É interessante perceber tal movimento de conscientização entre crianças e jovens quanto a segurança na internet, mas pais e mães também precisam estar vigilantes. Felizmente, existem recursos que podem ser úteis nessa missão, possibilitando que os responsáveis monitorem e administrem o conteúdo que as crianças podem ou não consumir:

  • Controle parental de navegação: muitos navegadores e sistemas operacionais oferecem recursos de controle parental embutidos. Eles permitem a restrição de acesso a sites inadequados e bloqueiem conteúdo adulto;
  • Filtros de conteúdo: aplicativos e serviços como Norton Family, Qustodio e Net Nanny bloqueiam sites inapropriados;
  • Monitoramento de atividades on-line: aplicativos como o Bark e o mSpy permitem que os pais monitorem as atividades online de seus filhos, incluindo mensagens de texto, mídia social e histórico de navegação;
  • Bloqueio de aplicativos e jogos: é possível bloquear ou restringir o acesso a aplicativos e jogos específicos que não sejam adequados para crianças. É necessário também ensinar como verificar quem é o autor do código daquele aplicativo e como verificar se aquela fonte é confiável. Um simples download pode abrir portas para hackers.

É preciso fazer o uso consciente e equilibrado de tais recursos, sempre mantendo um diálogo com as crianças e jovens para fortalecer a confiança e a responsabilidade quanto ao que é praticado no ambiente virtual. Também é necessário entender o grau de maturidade dos filhos, educando-os sobre como navegar de forma segura na internet e respeitando adequadamente a privacidade deles. Esse conjunto de ações é fundamental para manter a integridade das crianças e jovens, além de preveni-los contra ataques cibernéticos.

Como protegê-los das ameaças da internet?

Permitir que as crianças e jovens naveguem na internet é uma parte natural da vida moderna, mas a falta de orientação e do monitoramento das atividades pode torná-los suscetíveis ao ciberbullying, vício em jogos ou redes sociais, download de malwares, fraudes, roubo de identidade, extorsão ou chantagem, entre diversas outras situações que podem colocar, não só eles, como toda a família em risco.

Quando utilizada de forma responsável e consciente, a internet pode abrir muitas possibilidades positivas, tanto para a aprendizagem como para o entretenimento. Privar totalmente crianças e jovens do seu uso é algo que pode gerar conflitos, por isso o monitoramento e orientação familiar sobre como fazer o melhor proveito dela é fundamental. De maneira mais técnica, pais e mães podem, além de dialogar com os filhos sobre a importância em prezar pela navegação segura na internet, atentar-se às seguintes dicas para reforçar a proteção dos dispositivos utilizados contra ciberataques:

  • Utilize uma VPN (Rede Virtual Privada): a VPN é uma ferramenta que permite criptografar sua conexão com a internet e roteá-la por servidores em diferentes locais, mascarando seu endereço IP e tornando mais difícil para terceiros rastrearem suas atividades on-line;
  • Opte por um navegador com foco em privacidade: utilizar um navegador com recursos de privacidade aprimorados, como o Mozilla Firefox, com complementos de privacidade (Privacy Badger e uBlock Origin) pode ajudar a bloquear rastreadores, cookies de terceiros e outros elementos que comprometem a privacidade durante a navegação;
  • Verifique a identidade do site por meio de um Certificado SSL (Secure Sockets Layer): o SSL é um protocolo de segurança que estabelece uma conexão criptografada entre o seu navegador e o servidor do site, garantindo que os dados que você envia e recebe sejam protegidos contra interceptação por terceiros maliciosos. Além disso, os certificados SSL também verificam a autenticidade do site que você está visitando. Você pode verificar isso observando aspectos como a presença do símbolo de cadeado na barra de endereços, o nome do domínio e o uso de “https://” no início do link a ser acessado.

Existem muitos outros passos que podem ser seguidos. O importante é manter nossos filhos o menos vulneráveis possível à ação de pessoas mal-intencionadas. As consequências de situações geradas pelo uso descuidado da web atingem diferentes âmbitos, como social, financeiro e o mais delicado: psicológico.

O vício do acesso pode prejudicar a saúde e desenvolvimento das crianças e jovens causando irritabilidade, ansiedade, depressão, dentre muitas outras questões. Por isso, estabelecer o diálogo e as estratégias mais seguras e coerentes com a idade e perfil de cada criança, utilizando ferramentas tecnológicas como apoio, é a melhor forma de preservar a integridade e bem-estar dos filhos – na internet e na vida.

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