Gestão do Conhecimento: Canvas após um ano de aplicação
Da concepção até um Canvas para a Gestão do Conhecimento, o percurso em um ano de aplicação e práticas
Gestão do Conhecimento: Canvas após um ano de aplicação
Gostaria de aproveitar que o KMCanvas – o Canvas da Gestão do Conhecimento está fazendo um ano, para relatar os avanços obtidos.
No início de 2021, após vários anos de docência e consultorias, eu ainda não estava satisfeito para utilizar uma estrutura que materializasse o almejado planejamento e aplicação da Gestão do Conhecimento, apesar de já criado rodamap com 19 passos para implementar a Gestão do Conhecimento.
Na época do meu doutorado na UFGM já participava de um um projeto de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) em uma Companhia de Energia Elétrica (CEMIG). Mas, em 2020 e 2021, havia outro P&D nas seguintes áreas: Gestão do Conhecimento, Gamificação, Realidade Virtual, Learning Analytics (analítica do aprendizado) e Adaptative Learning (aprendizado adaptativo). A equipe deste projeto era fantástica, multidisciplinar, comandada pelo saudoso prof. Fernando Parreiras. Este projeto foi espetacular e gerou um aplicativo para a troca e manutenção de equipamentos utilizando a Realidade Virtual para a Universidade da CEMIG.
Minha área no projeto, claro, era a Gestão do Conhecimento. Então, me concederam uma grande oportunidade de pesquisar (afinal, estávamos em um P&D), acerca do gap existente pela carência de uma estrutura para a Gestão do Conhecimento. Comprovei, mediante pesquisas, que minha indignação estava correta, pois não havia um Framework, um Modelo bem elaborado, ou mesmo um Canvas para a Gestão do Conhecimento. Esta estrutura precisava contemplar desde as diretrizes organizacionais para a Gestão do Conhecimento, até o planejamento do projeto para execução, com métricas bem definidas.
O resultado deste P&D, além do aplicativo gamificado, ficou como legado um livro com um rico conteúdo nas áreas acima citadas. Ele pode ser baixado gratuitamente.
Em um capítulo deste livro eu relato a concepção do KMCanvas – o Canvas da Gestão do Conhecimento. Mas, também participei de capítulos sobre a Gamificação e sobre a Realidade Virtual no projeto.
O que sucederam a este lançamento foram inúmeras palestras, vídeos, docências, consultorias e artigos publicados. Tive de trabalhar muito para quebrar o paradigma que Canvas era sinônimo de Business Model Canvas (BMC), um Canvas espetacular, cuja ontologia foi concebida em 2004, na tese de doutorado do Alexander Osterwalder. Posteriormente em 2010, o BMC foi consolidado em um modelo, amplamente descrito no livro Business Model Generation (BMG). O BMC é um modelo de negócios que aponta o potencial para uma ideia se transformar em um produto ou serviço rentável.
Desta forma, Canvas é uma metodologia e não apenas BMC. Na verdade, existem inúmeros tipos e aplicações de Canvas, espetaculares, disponíveis para uso imediato nas mais diversas áreas como: negócios, modelos de negócios, estruturação de organizações, startups, estratégia, projetos, planejamento de projetos, metodologia Lean, gestão de mudanças, carreira, marketing, inovação, métodos ágeis, ideias, dentre outras.
Mas, voltemos para a construção de um Canvas para Gestão do Conhecimento. Se o Canvas for concebido sem uma metodologia rigorosa de construção, ele ficará frágil. Tal metodologia precisa transpassar, desde o projeto até a validação. Naturalmente agregará vantagens competitivas robustas, inestimáveis para as organizações. Um método recomendado para construção de um Canvas (assim como artefatos produzidos pelo ser humano) é a Design Science Research (DSR), cujo paradigma Design Science é apropriado para orientar a condução de pesquisas em informação, tecnologia, engenharia e gestão. A DSR é o método para guiar como projetar, validar e implementar os artefatos, que são contribuições ao conhecimento representados por modelos, estruturas, arcabouços, ontologias, sistemas, dentre outros. Neste vídeo falo mais sobre a DSR, que utilizo constantemente com meus orientandos de mestrado.
Com o aporte da DSR, optou-se por dividir o KMCanvas em quatro fases para melhor compartimentalizar:
– Cenário: fase inicial, importante para o entendimento e a especificação. Sem o direcionamento estratégico, os stakeholders, as necessidades e o alinhamento da área em questão (a Gestão do Conhecimento – Gestão do Conhecimento) com os negócios e a TI é improvável que se consiga conduzir um projeto de Gestão do Conhecimento;
– Estruturação: entendido o cenário e reveladas as reais necessidades do projeto, a estruturação busca elucidar quais são os processos da Gestão do Conhecimento, as competências dos colaboradores, bem como os resultados-chave a serem alcançados;
– Retenção: fase em que será evidenciado o cerne de um projeto de implementação da Gestão do Conhecimento, como a passagem do conhecimento tácito e explícito (e vice-versa), a gestão documental (GD) (caso o projeto englobe) e a almejada plataforma digital (ferramentas de Gestão do Conhecimento, segurança e infraestrutura);
– Disseminação: por fim, uma fase que guiará a implementação do projeto, mostrando as estratégias de disseminação, a execução do projeto com um método ágil e os indicadores e a maturidade da Gestão do Conhecimento.
Não vamos estender muito mais neste artigo, pois tem como se aprofundar e conhecer com detalhes o KMCanvas, cujo eBook Gratuito pode ser baixado: eBook KMCanvas
Abaixo a imagem completa doKMCanvas com seus 13 blocos:
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As aplicações e práticas com o KMCanvas
O Canvas vai materializar a almejada integração, o alinhamento das demandas com os negócios e a TI, a gestão ágil de projetos e a gestão de processos de negócios.
Portanto, após a concepção e validação do modelo, hoje temos inúmeras publicações que confirmam a aplicabilidade do KMCanvas. Gostaria de chamar a atenção para esta abaixo:
Aliando o Kaizen à Gestão do Conhecimento: aplicação do KMCanvas no setor de mineração
Um estudo de aplicação do KMCanvas aliado à ferramenta de melhoria contínua Kaizen em um projeto de gestão do conhecimento no setor da mineração. Foram realizados workshops para apresentação do KMCanvas e, após orientação, solicitou-se aos funcionários selecionados de duas empresas do setor de mineração que implementassem o modelo aliado ao Kaizen em um projeto da gestão do conhecimento nas organizações. Como resultado, comprovou-se que o KMCanvas é aplicável à realidade das organizações, uma vez que apresenta práticas de disseminação do conhecimento de forma simples e se mostra como uma escolha inovadora para o alcance de vantagens competitivas – Acesso ao Artigo completo
Finalmente, temos um exemplo de um KMCanvas preenchido – Case de uma empresa de Games:
Bem, é isto. Pretendo destrinchar este preenchimento em outros posts.
Grande abraço e até lá, Zaidan.
As Fontes que podem ser consultadas com um rico material sobre o KMCanvas:
Site do KMCanvas: Acesso ao site do KMCanvas
KMCanvas – o Canvas da Gestão do Conhecimento: eBook KMCanvas
Introdução ao Canvas para Gestão do Conhecimento: Livro P&D com o KMCanvas
KMCanvas: materialização da gestão do conhecimento: Artigo KMCanvas
Design Science Research: Acesso ao vídeo
Estruturas para implementação da Gestão do Conhecimento – https://itforum.com.br/coluna/estruturas-para-implementacao-da-gestao-do-conhecimento/
Por que Canvas? https://itforum.com.br/coluna/por-que-canvas/
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