Deep tech: a próxima fronteira da tecnologia já é realidade na Nova Zelândia
Setor de TI é o segundo maior exportador do país. Empresas de tecnologia profunda estão revolucionando mercados que vão desde a saúde à energia limpa
Quando você pensa em um ecossistema efervescente de tecnologia, qual é o país que lhe vem à mente? Talvez, os Estados Unidos, ilustrado pelo Vale do Silício, ou quem sabe, Singapura ou mesmo Irlanda, que concentra grandes empresas de tecnologia e de infraestrutura de TI. Mas mais perto do que você imagina, a Nova Zelândia, que pode ser acessada por voos a partir do nosso vizinho Chile, possui uma indústria crescente e diversa de tecnologia, orientada para a exportação.
Para se ter uma referência da importância do setor para o país, as empresas de tecnologia compõem – há três anos consecutivos – o segundo maior setor exportador da Nova Zelândia, ficando apenas atrás da exportação de produtos de laticínio.
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Segundo dados do TIN Report, um estudo anual realizado no país há 19 anos e que mapeia o setor de tecnologia na Nova Zelândia, as 200 maiores empresas de TI do país conquistaram uma receita combinada de US$13 bilhões com exportações de seus serviços e soluções, representando um crescimento de 13,1% em relação ao ano anterior.
Sendo um país com pouco mais de 5 milhões de habitantes, a exportação de soluções e serviços de tecnologia é um dos grandes contribuidores para avançar o setor doméstico e aumentar os investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento. Segundo o mesmo relatório TIN, as maiores empresas que compõem o ranking dedicam 10% de suas receitas para projetos de P&D.
Esses investimentos em ciência e tecnologia da Nova Zelândia têm contribuído com uma nova indústria e uma nova geração de empreendedores que estão definindo a próxima fronteira da inovação e atraindo a atenção dos fundos de Venture Capital, as chamadas deep techs. Essas startups de base científica e tecnológica estão aplicando tecnologias para resolver os problemas mais complexos do mundo, como mudanças climáticas, doenças e insegurança alimentar.
Segundo um estudo recente do Boston Consulting Group, as empresas de deep tech já representam 20% dos fundos de VC. Na América Latina, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) estima que na próxima década, os investimentos nessas empresas cresçam 20 vezes, saltando dos US$172 milhões registrados em 2022 para US$3,44 bilhões. As possibilidades, portanto, são imensas.
Na Nova Zelândia, as empresas em healthtech, cleantech, minintech, e agritech despontam como as mais populares no segmento de deep tech. Vale ressaltar que algumas dessas empresas possuem operações no Brasil e em países da América Latina, estabelecendo parcerias para resolver desafios complexos de clientes na região.
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Há também uma cena emergente de novas startups na Nova Zelândia dedicadas a criar soluções de grande impacto social e ambiental. Como agência de inovação da Nova Zelândia, a Callaghan Innovation apoia empreendedores e empresas de impacto no país com expertise científica e conhecimento empresarial, para acelerar o seu sucesso comercial. Recentemente, a agência anunciou um co-financiamento para negócios disruptivos. Entre as empresas selecionadas estão negócios pioneiros em soluções médicas, aeroespaciais, de soluções de alimentação e de energia sustentável.
Já a Outset Ventures é uma incubadora com mais de 20 startups que estão desenvolvendo produtos que são melhores para o meio ambiente, que vão desde novos tipos de concreto a pesticidas. Empreendedores que desenvolvem soluções em SaaS para resolver uma série de desafios de negócios e das pessoas também encontram uma comunidade na Nova Zelândia. Financiado pelo Plano de Transformação da Indústria de Tecnologias Digitais (ITP) do governo da Nova Zelândia e organizado pela New Zealand Trade and Enterprise (NZTE), o KiwiSaaS reúne empreendedores para compartilhar conhecimentos e experiências para impulsionar o crescimento da comunidade e beneficiar todo o ecossistema de inovação.
Olhar para esse horizonte promissor de empresas que estão aplicando tecnologias emergentes para resolver os desafios do mundo reforça como o setor de tecnologia é central para a criação de uma economia mais produtiva, sustentável, produtiva e inclusiva. Na Nova Zelândia, estamos comprometidos com o futuro da tecnologia centrado no desenvolvimento das pessoas e responsável com o entorno e o amanhã para as futuras gerações.