De que forma direcionar a TI para ser realmente estratégica?

Como identifico meus parceiros de negócio? De que forma seleciono os projetos de curto prazo?

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10:43 am - 05 de outubro de 2023
Imagem: Shutterstock

No artigo anterior, falei sobre a forma como o CIO pode direcionar a TI para que a área deixasse de ser enxergada apenas como apoio. Além disso, foram disponibilizadas quatro dicas para auxiliar o head de TI nessa jornada e por fim, algumas perguntas foram deixadas no ar. A ideia do artigo de hoje é nos debruçarmos sobre essas indagações.

Como identificar os parceiros ideais nas áreas de negócio?

Apesar de parecer uma escolha simples e óbvia, comumente as pessoas escolhidas são aquelas com quem temos um relacionamento mais estreito. E nesse ponto ocorre o primeiro grande problema! Os melhores parceiros não serão necessariamente as pessoas de cada área com quem você possui maior entrosamento ou pensamentos similares.

Será necessário identificar os profissionais que contenham uma visão mais holística e crítica sobre a corporação e que sejam receptivos às mudanças. Claro que esse colaborador precisa ter um bom conhecimento de sua área e ser respeitado pela equipe.

Essas características serão essenciais para implantação dos futuros projetos que resultarão em mudança de processos, ferramentas e pessoas. Um aspecto importante é que nem sempre o parceiro escolhido está atento ou possui conhecimento sobre as novas tecnologias e macro tendências. Por isso é importante um nivelamento através de conceitos e exemplos práticos que possibilitem-no entender o potencial de cada tecnologia e como ela pode agregar soluções na sua área que alavanquem a empresa.

Qual a forma ou o que devo fazer para escolher os projetos de curto prazo?

Existem várias abordagens para priorização e seleção de projetos. Entre as mais referenciadas temos: métodos financeiros; modelos de escore; métodos de estratégia do negócio; diagramas de bolhas ou mapas de portfólio; checklists; métodos de otimização; métodos de apoio multi-critério à decisão; além de métodos híbridos: financeiros e de estratégia de negócio; e Programação Linear Inteira e AHP.

Dito isso, não pretendo aqui discorrer sobre todos esses métodos, nem avaliar qual é o melhor ou mais aplicável em cada situação. O ponto que enfatizo é que você precisa ter uma avaliação estratégica de quais projetos são essenciais e qual o potencial de retorno que eles podem trazer para organização em curto e médio prazo. Um outro aspecto fundamental é que essa forma de seleção e os critérios de escolha para alocação de recursos, precisam estar no DNA de toda a equipe de Tecnologia.

O time de TI precisa ter a capacidade e os instrumentos para avaliar as demandas que surgem e como eles devem agir para priorizá-las. A partir do momento em que os colaboradores se sentirem empoderados em atuar naquilo que é essencial para empresa em detrimento daquilo que “alguém simplesmente mandou”, certamente a corporação terá todo o time comprometido e entregando aquilo que se espera de uma TI Estratégica.

Como identificar e ganhar apoio para realizar os projetos estruturadores?

Não há uma resposta objetiva para essa pergunta, mas além dos aspectos já tratados nos tópicos anteriores, vale ressaltar que esse apoio passará necessariamente por uma análise de um elemento fundamental que ocorre em qualquer empresa: a cultura corporativa.

Neste ponto cabe uma reflexão do CIO para avaliar a melhor forma de se comunicar e “vender” internamente esse projeto. Nem sempre a empresa está preparada para encarar uma mudança abrupta em seus processos ou para conviver com novas soluções, por isso é recomendável que seja paralelamente realizado um trabalho com vistas à mudança cultural. Além de todos esses cuidados, a percepção de “timing” para implantação de um projeto é essencial para que você consiga o apoio necessário para alavancar suas iniciativas.

A jornada da transformação da TI em uma área estratégica na corporação, converge necessariamente na percepção de valor que a tecnologia pode agregar aos negócios da empresa. Para que isso ocorra, certamente o CIO precisará enfrentar desafios que podem ser amenizados com algumas das dicas que abordamos neste e no artigo anterior. Todavia, essas recomendações não são suficientes para cobrir totalmente um assunto tão complexo.

Por isso, gostaria de deixar algumas provocações para que reflitam se você e o seu time têm claro em que atuar e o que fazer quando ocorrem eventualidades? Será que todos estão preparados para tomar a melhor decisão para empresa ou dependem da ordem de alguém para ajudá-los a decidir? Esses e outros questionamentos são importantes para o amadurecimento coletivo e é papel do CIO formar o seu time para que ele seja capaz de tomar as melhores decisões para empresa.

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