COO, da otimização à excelência
Otimizar é importante, mas onde está o limite?
A otimização já não é suficiente…
Durante anos, um bom gestor era pago pelas otimizações que fazia.
Um executivo pode até ser avaliado pela liderança, motivação e gestão de sua equipe, mas é medido e pago, pelos resultados que apresenta, e isso significa que é necessário otimizar, otimizar e otimizar.
Melhorar os controles e processos, reduzir custos e aumentar eficiência operacional, que também é redução de custo, pode ser a diferença entre uma empresa rentável ou não.
A tecnologia foi a maior aliada nas últimas décadas desta política.
Usar tecnologia para melhorar a experiência do cliente, para otimizar processos e aumentar a eficiência é o caminho seguido por muitos diretores de operações.
Digitalização, Automação, Robotização, Industria 4.0, e por aí vai…
Alguns amigos não sabem muito bem o que a minha empresa faz porque não falo de trabalho como eles, mas eles sabem que trabalho com algo relacionado a inovação, transformação digital e gestão de empresas. E sempre que aparece alguma coisa relacionado a estes assuntos, me mandam.
Há um tempo atrás, me mandaram dois vídeos, um sobre uma empresa cervejeira do Rio de Janeiro, que automatizou toda a linha de produção, sem nenhuma intervenção humana, o outro foi de um grande frigorífico que robotizou toda a sua planta da Austrália, para cortar e desossar de forma totalmente autônoma, sem intervenção humana.
Isso é indústria 4.0, usaram IoT, IA, Machine Learning, e toda a tecnologia necessária que o dinheiro podia comprar.
É fascinante ver o brilho nos olhos dos tecnólogos, vendo tudo funcionar à perfeição, de forma totalmente automática e autônoma.
Isso é otimização pura!
Sem erros, padronização no produto, evita desperdícios de matéria prima e todo tipo de recursos, e economia de mão de obra.
Sem contar que, feita a manutenção preventiva, robôs não ficam doente, não mente, não engana, não fica grávida, não morre avó, …
São inúmeras vantagens, não é mesmo?
Mas quando me mandaram estes vídeos com o entusiasmo de uma criança com tênis novo, como Tecno-Humanista, o primeiro que me veio à cabeça foi.
Se todas as indústrias, ou empresas, fizerem isso, para quem elas vão vender seus produtos?
Nenhuma empresa sobreviveria sem tecnologia, nenhuma sociedade existiria sem pessoas.
Portanto, a diretoria de operações deve pensar em otimizar? SIM
Mas onde está o limite?
Levar a otimização ao extremo é perigoso e inclusive, pouco inteligente.
A resposta natural e obvia de um COO é me pagam para isto, eu tenho que velar pelos interesses da minha empresa.
O problema é que a sua empresa não está no mundo, ela está dentro de um contexto, e se não formos capazes de olhar além das paredes da empresa, esgotaremos o modelo, como já estamos fazendo.
Portanto a Tecno-Humanização transformar o diretor de operações no responsável pela excelência.
Desde o ponto de vista operacional, dar o salto de otimização a excelência, significa implementar uma cultura de excelência e convertê-la em um hábito.
Trabalhar a cultura na empresa, não significa necessariamente investir milhões em tecnologia, e sim assimilar o conceito e a cultura, quase como um mantra, de:
Fazer o melhor que se pode com o que se tem.
Porém em minha visão, não se trata somente da excelência operacional em si, mas também de ajudar o CEO Tecno-Humanista a definir os limites da otimização, baseado nos princípios e valores da Tecno-Humanização e salvaguardar para que sejam cumpridos.
Ou criamos empresas rentáveis, conscientes e humanizadas, ou otimização não será suficiente…