Como empresas privadas estão diminuindo corrupção através do compliance

Com o uso de tecnologia e programas de integridade, empresas estão se movimentando para acabar com a figura do corruptor.

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8:47 pm - 28 de novembro de 2019

O governo está promovendo ações para combater a corrupção, como a Operação Lava-Jato e a nova Lei anticorrupção. Percebendo a urgência da pauta, empresas estão se mobilizando para criar programas que combatam subornos e fraudes internas. Nesse processo a tecnologia é uma grande aliada.

Segundo pesquisa da KPMG, 51% dos agentes envolvidos em corrupção nas empresas eram executivos, e desses, havia uma concentração maior no cargo de CEO. 61% dos fraudadores foram identificados através de denúncias. Os dados reforçam a importância de empresas investirem em iniciativas anticorrupção e no compliance, programas que buscam garantir que a organização esteja em conformidade com a lei.  “O Estado sozinho não será capaz de combater a corrupção. É necessário criar um pacto com as empresas privadas para que elas se comprometam em desenvolver programas que combatam fraudes. Não podemos esquecer que se existe um corrupto, é porque existe um corruptor”, comenta Fernando Salla, CEO da Effecti, empresa especializada em desenvolver automação para fornecedores participantes de licitações.

Conheça aqui três empresas que estão desenvolvendo programas de compliance para prevenir fraudes e estar em conformidade com leis e regulamentações.

Oito pilares para prevenir Desde 2016 a Softplan implementou um programa de compliance, como um mecanismo para disseminar uma cultura empresarial ética e de conformidade com as normas externas e internas. Adotou medidas de prevenção, detecção e remediação de desvios entre a conduta esperada e estabelecida no Código de Conduta e a praticada pelos colaboradores e terceiros.

O programa de compliance da Softplan é composto por 8 pilares que preveem um conjunto de ações: 1) Apoio da alta administração; 2) Recursos de compliance; 3) Gestão dos riscos de compliance; 4) Políticas de compliance; 5) Treinamento e comunicação; 6) Diligências de integridade para contratação de terceiros; 7) Monitoramento e auditoria; e 8) Canal de Ética. A companhia também conta com o Comitê de Ética, composto por uma equipe multidisciplinar, preparada para o atendimento dos relatos recebidos no Canal de Ética, para garantir o encaminhamento e sigilo de todas as informações reportadas.

Fintech contra fraudes internas e externasA fintech Asaas implementou o Departamento de Compliance em 2017 para estar de acordo, especialmente, com a regulamentação do Banco Central. “Como somos uma fintech, trabalhamos diariamente para estar 100% em conformidade com as normas. Assim, no Asaas, por meio da implementação do compliance, reforçamos nossos valores para que todos atuem sempre de maneira ética”, completa Thais Consiglio, responsável pelo Jurídico e Compliance da empresa.

Além do compliance, desde 2013, quando iniciou as atividades, a empresa possui um Departamento de Análise Cadastral que reúne profissionais especializados em combater fraudes. “O Asaas, startup que atua com gestão de pagamentos e cobranças, tem como uma das prioridades a segurança, por isso, desde o início da empresa temos um departamento que trabalha na análise e monitoramento das transações com o objetivo de prevenir fraudes e o uso da ferramenta para fins ilícitos”, explica Mônica Dalosto, CRO do Asaas.

Alinhamento com a equipeNa Supero Tecnologia, empresa especializada em fornecer soluções em TI e alocação de profissionais da área, o programa de compliance passa por uma revisão até o fim de 2019 para estar cada vez mais em conformidade com as normas e evitar fraudes. Todos os colaboradores assinam um documento tomando ciência do Código de Ética e Conduta, seja dentro da empresa ou em relação aos projetos de clientes. “Temos profissionais altamente capacitados com acesso a muitas informações internas e estratégicas dentro da empresa e clientes.

Por esse motivo, precisamos garantir que todos ajam em conformidade com as leis e normas, evitando qualquer desvio de conduta”, explica Fernando Luis da Silva, executivo de operações e negócios da Supero. Com a aproximação da entrada em vigor da Lei Geral de Proteção aos Dados, a Supero também está dando consultoria para outras empresas que precisam estruturar os seus departamentos de compliance.

Por onde começar?Para empresas que querem saber mais sobre segurança e compliance, uma opção é começar a frequentar eventos sobre o tema. Como o SC Experience, que ocorrerá nos dias 20 e 21 de novembro, em Santa Catarina, e que está com inscrições abertas pelo site do evento.

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