Mentoria & tecnologia
Quando enxergamos que a missão de cada organização é criar e entregar valor de forma ágil e responsiva, não temos como não nos atermos a tecnologia
Em tempos de transformação digital, como não considerar o caminho da mentoria assertiva aliado à tecnologia, numa evolução natural na dinâmica das transformações que vivem os profissionais e as empresas?
Segundo uma pesquisa da Deloitte, ser uma organização digital é preocupação de 88% dos gestores. De modo mais amplo, quando enxergamos que a missão de cada organização é criar e entregar valor de forma ágil e responsiva, interpretar as nuances de um cenário disruptivo, manter-se competitiva frente aos desafios da economia e com este conjunto pavimentar um caminho sólido de crescimento claro e sustentável, não temos como não nos atermos ao tema – tecnologia gerando novos enfoques.
Daí surge o dilema de quem almeja inovação: como fazer a transição para esse novo modelo, sem as grandes perdas que podem ocorrer sempre que há uma mudança no ambiente interno corporativo?
A resposta pode estar, talvez, no mais antigo modelo de condução e troca de conhecimentos: a mentoria.
De modo mais restrito, o profissional mentor apresenta em seu perfil:
- A capacidade de ser dinâmico e assertivo em suas abordagens e direcionamentos ao cliente
- Habilidade de definir o corte correto para condução do processo de mentoria.
Este olhar ágil encontra-se perfeitamente alinhado com a nova dinâmica demandada pelas empresas neste momento de mudanças tão intensas e de criação de novos modelos de negócios.
Já do ponto de vista macro, da organização como um todo, o processo de mentoria pode contemplar 6 aspectos da teoria da aprendizagem organizacional proposta por Peter Senge em seu livro “A Quinta Disciplina”, que fornecem os subsídios necessários para começar a traçar o rumo da mudança:
1 – Investigação e Validação;
2 – Sugestão de potenciais cursos de solução;
3 – Desenvolvimento conjunto de cursos de ação;
4 – Validação de Resultados;
5 – Inserção no processo diário de operação;
6 – Inserção no processo de gestão.
Por outro lado, o mentor e seu processo de mentoria também são profundamente influenciados pelas tecnologias disponíveis: uso de ferramentas digitais e plataformas de educação à distância, o aumento da sua capacidade de monitoramento dos resultados junto aos clientes e a possibilidade de personalização, escalabilidade e replicabilidade das ações.
Talvez esse seja o grande paradoxo do século XXI e o avanço inquestionável do mundo digital: a crescente importância do papel do mentor (ou mesmo ampliação do campo de ação deste profissional) levando em consideração a necessidade de uma atuação para auxiliar a promover a chegada das novas tecnologias em harmonia com a mudança de mindset dos colaboradores, que por sua vez deve estar em consonância com o amadurecimento de toda uma estrutura organizacional.
*Ines Rocha, mentora de Marketing e Desenvolvimento de negócios da ABMEN.