Liderança horizontal e compartilhada

A vivência do trabalho remoto contribuiu para a mudança de percepção sobre hierarquia

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8:30 am - 25 de novembro de 2020
Liderança compartilhada Foto: Adobe Stock

Sempre me incomodei com o modelo de liderança de muitas organizações, seja no trato com parceiros, colaboradores ou clientes. Nunca entendi qual o ganho efetivo de estabelecer a rigidez hierárquica nas relações corporativas.

O fato é que eu tive o privilégio de construir minha carreira em uma empresa que nunca se apegou a isso. E o resultado é um ganho efetivo na velocidade das respostas, desvios de rota e correção de erros. Atributos fundamentais em um mundo cada vez mais veloz.

E como podemos mudar esse modelo que privilegia uma estrutura hierárquica? Construindo uma base de gestores que tenha autoconfiança e segurança nos líderes da empresa. Claro que para isso, limites devem ser estabelecidos, mas acredito que o limite se conquista naturalmente quando se dá a liberdade de cada um criar e errar, sem perder o foco da entrega e resultado.

Em meio à uma pandemia, uma nova realidade foi imposta para muitas empresas: o home office. Algumas companhias já tinham aderido a esse modelo de forma pontual, mas poucas estavam preparadas para adaptar totalmente a rotina para o trabalho remoto. Um dos grandes tabus era sobre o nível de produtividade do colaborador sem um gestor imediato por perto.

Para aquelas “líderes” que acreditam na expressão: “o olho do dono que engorda o gado”, o sofrimento em fazer gestão ou liderar, nesse formato remoto, foi grande.  Para aqueles líderes que têm como base de gestão o resultado estabelecido por meio de processos claros e confiança mútua, tenho a convicção de que está sendo muito mais confortável e até mais produtivo.

Veja também: um papo sobre carreira com Cleber Moraes (AWS) e André Ferreira (FCA)

Com essa experiência, entendo que uma gestão cada vez mais horizontal e compartilhada é o caminho. Dessa forma, temos uma equipe mais participativa, com autonomia para desempenhar as tarefas e com um senso de responsabilidade muito maior.

Nesse período, fomos obrigados a repensar nosso modelo de negócio e portfólio de produtos, mas também o perfil dos gestores daqui em diante. Priorizamos aqueles que são capazes de gerir de forma mais descentralizada, dando autonomia para os colaboradores contribuírem para a performance da área de uma forma ativa.

A ideia de que o líder que define o caminho de todos não é mais unânime atualmente, até porque temos pouco tempo e chance de errar.

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