Faça o simples: feche a porta!

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9:51 am - 14 de agosto de 2013

A Revista Vejinha São Paulo desta semana traz uma reportagem interessante. Como na semana retrasada tivemos na cidade dois arrastões que foram notícias na mídia, a revista resolveu fazer um teste. Um repórter saiu em um carro de luxo, sem filme de proteção, isto é, quem estava fora via perfeitamente o ocupante do carro e saiu pela cidade tentando entrar na garagem de prédios. Fazia o que qualquer morador faz: entra com velocidade, para em frente ao portão, cumprimenta a guarita, usa a buzina se demorar. Foram cerca de 50 tentativas. Em 60% (sessenta por cento) teve sucesso. Isto mesmo: mais da metade dos porteiros abriram o portão da garagem. No texto da revista tem os números detalhados e a descrição por bairro.Coisas simples não são feitas: não se abre a porta para quem não é autorizado. Eu sei que tem uma questão fundamental: o pessoal da portaia e muitas vezes ausência de um vigilante auxiliar. Dizem que não estão treinados. Muitas vezes isso é verdade. Mas, cá para nós: quem não está treinado somos nós os moradores. Somos nós que buzinamos quando há demora em se abrir o portão. Somos nós que usamos película escura no carro e não abrimos a janela quando chegamos perto do portão. Somos nós que não vamos à assembléia e exigimos (e cumprimos) que a empresa de segurança seja mais rígida. Somos nós como moradores que quando trocamos de carro deixamos o selo de identificação no carro antigo e não solicitamos um selo para o carro novo.Em resumo: a solução tem que ser conjunta. Segurança gasta recurso, algumas vezes exige procedimentos burocráticos e obriga a quem não tiver no padrão a gastar um pouco mais de tempo.A segurança física nas organizações também exige cuidados em todos os sentidos. Às vezes temos uma proteção na entrada do prédio, mas os executivos falam em telefones não seguros. Ou fazem reuniões em salas não seguras. Hoje pela vibração do vidro consegue-se escutar clandestinamente do lado de fora do prédio o que se conversa internamente. Mas ter sala segura exige toda a proteção do ambiente mais o controle das pessoas que entram no ambiente como se fossem funcionários. Entrar fazendo de conta que é do serviço de limpeza e colocar um gravador minutos antes de uma reunião que tratará informações confidenciais, acontece quando os concorrentes não são politicamente corretos. A espionagem industrial existe! Tive um professor que dizia sempre: “O mundo é mal!” Não que ele fosse um pessimista. Mas temos que nos defender.Tudo que será feito em segurança, deve ser bem feito. Se é necessário uma sala segura: faça a melhor sala segura! Se precisa falar em telefone criptografado, compre um sistema desses para seus executivos. Se precisar colocar uma porta. Coloque a melhor porta. Algumas portas já possuem sistema de chaves físicas com controle de horário e resistem à armas e ao vandalismo.Não se esqueça de treinar seu pessoal: terceiros, os funcionários e se for o caso residencial treine os moradores. Você e seus vizinhos.Para esse tipo de violência, sei que essa proteção é um paliativo: não resolve a causa do problema! Como cidadãos, cada um de nós temos que fazer mais como comunidade e exigir mais dos governantes. Mas lembre-se que não vale apenas escrever para a mídia. Tem governante que não lê jornais porque sentirá azia. Precisamos escolas que ensinem, creches que cuidem, jovens que tenham sonhos, hospitais que curem e pessoas que façam suas responsabilidades (inclusive cada um de nós). São ações estruturais que ajudam a combater as causas.Vamos começar simples: feche à porta! Mas, com qualidade e efetividade!Edison Fontes, CISM, CISA.Consultor ExecutivoNúcleo Inteligência Consultoria, Participa ABSEG, ISACA e InfoSecCouncil.[email protected]Ética! Um princípio sem fim!

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